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Capítulo sem revisão, boa leitura!

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────Você gosta de se ajoelhar para mim? ────Os olhos azuis a fitavam, dessa vez debaixo, como nunca lhe era de muito costume, acompanhados de um sorriso indecente que incendiava a mente de Verônica em uma velocidade incrível. ────Devagar. ────O olhar descia conforme a ordem embutida em uma só palavra muito bem dita.

O sorriso que se conectava ao seu crescia um tanto mais, ao que os joelhos começavam a se dobrar, descendo vagarosamente até que encontrassem descanso no chão frio da sala de estar. Suas mãos se posicionavam bem sobre os joelhos da delegada, os afastando com cuidado para que visão se tornasse um tanto mais privilegiada. Anita tinha o meio de suas pernas coberto por um fina calcinha de renda preta, que de tão fina deixava pouco para se imaginar, fazendo com que os lábios da escrivã salivassem em puro e total desejo. A queria como nunca antes e talvez sempre fosse quere-la um tanto mais.

O volante era castigado naquela manhã por mãos enraivecidas por não estarem tocando quem ela tanto queria. Dias haviam se passado e tudo o que haviam tido de proximidade era apenas trocas de olhares longas demais em ambientes nada propícios. Anita Berlinger começava a esboçar sinais claros de sua irritação por simplesmente não ter quem queria quando seus desejos se tornavam tão eminentes. Os lábios secavam com facilidade, engolir seco em momentos sérios se tornara algo costumeiro quando em presença de Verônica. A loucura poderia ser doce quando mesclada a vontade de ter uma mulher proibida.

A semana não deixava espaço para se pensar para fora dos limites da delegacia, porém, a mulher de olhos claros estava tendo dificuldades em de fato querer se concentrar em qualquer coisa quando pisava os pés para fora dali. As noites mal dormidas eram suas melhores amigas, uma noite para cada um de seus quereres silênciosos que não se concretizavam. Cigarros eram fumados com mais rápidez, e ainda que fechasse seus olhos e tentasse controlar os efeitos da nicotina, isso de nada lhe servia. Era refém de Verônica e assim continuaria sendo.

As mentes se conectavam sem estarem realmente cientes do que uma estava pensando sobre a outra, mas o pensar se compunha, se encontrava sem que soubessem, afinal, quereres iguais sempre se atrairiam, mesmo sem palavras para emana-los ao mundo. Entre conexões de olhares e sorrisos mal esboçados, a única troca possível entre elas era feita.

Sua cabeça pendia para trás, encontrando conforto no estofado bem apessoado que lhe dava a base suficiente para seus lábios gritarem por Verônica Torres. Os lábios tímidos se revelavam, dando a delegada um prazer indescritível e inigualável, fazendo com que seus músculos se descontrolassem. Anita sorria de olhos fechados, se sentindo um tanto fora de si pela situação vivenciada. Nunca perdia o controle, mas naquele momento ela graciosamente o deixava se perder na saliva da mulher a sua frente.

As unhas curtas se cravavam nos joelhos desnudos, aplicando força que nada mais descrevia seus pensamentos e emoções mais palpáveis. Seus lábios beijavam, sugavam e tomava para si o que havia desejado por mais tempo do que realmente parecia ter esperado. A queria tanto e demonstrava em atos calculados, montados para que Anita se desmanchasse mais de uma vez em sua boca que sorria ao tê-la.

Com sua mão dominante a loira afagava seus cabelos enquanto sentia o corpo tremer em um todo gostoso, impulsionando-o para frente a fim de mais contato. Seu toque levantava a feição de Torres para si, para que a olhasse com a boca molhada pelo prazer que se devia única e exclusivamente a ela. Em um sorriso, seus dedos deslizavam pela boca que tanto gostava, a medida que se abaixava e se aproximava mais, fazendo com que a escrivã tomasse seus dedos com a língua, moldando o toque conforme ambas as bocas se aproximavam, se beijando.

────Você vai ser a minha morte se continuar dessa forma.

As manhãs no trânsito se tornavam seu momento favorito e mais odiado ao mesmo tempo. Era o tempo que tinha para pensar em Verônica, mas também era o tempo que percebia a falta que ela estava fazendo. Detestava pensar tanto, querer tanto e nada poder fazer.

Na eminência da noite mais importante para o DHPP, o trânsito e nem nada além dele ajudava, Anita Berlinger estava tensa no caminho até o local. De maneira imponente sua figura se apresentava, como sempre, mas havia um quê a mais nos aneis a enfeitar seus dedos longos e no cabelo emoldurando seu rosto em um coque perfeito. Estava deslumbrante, sabia disso e se afirmava tal fato sempre que se olhava no espelho com o vestido escolhido pelas mãos da dona de seus pensamentos. Nem mesmo em um simples vestir de roupa seus pensamentos lhe davam trégua.

O carro fora estacionado em um local próximo, e assim ela saira em cima de saltos monumentais. A elegância fora do comum chamava mais atenção que sua roupa ou maquiagem em si, e assim ela adentrava a festa que nem mesmo queria ir. Dentro do lugar, os olhos curiosos lhe fitavam em mescla de curiosidade e vontade, algo que a mulher percebia mas não exatamente ligava. Já no salão bem organizado, rostos conhecidos estavam acomodados em mesas espalhadas, ao passo que Anita caminhara para a mesa dos poderosos, se sentando em silêncio.

O cumprimento fora feito com um mínimo sorriso, afinal, seus olhos já estavam fixados na figura da mulher do outro lado do salão. Verônica estava em toda a sua graça, exalando uma beleza descomunal em um vestido que não fora escolhido por Berlinger. A loira engolira seco, percebendo que sua presença fora notada por ela, e que a noite se desenhava em um esboço longo.

────Anita? Doutora Berlinger? ────Em um piscar rápido a mulher direcionara sua atenção a Carvana, que lhe chamava. ────O que tem de tão interessante do outro lado? Não me diga que está interessada em alguém. ────Um sorriso fora forçado uma vez mais e ela negara.

────Nada... Estava olhando a decoração, está melhor que o ano passado. ────Seu maxilar começava a se travar, ficando especialmente visível.

Paulo a abraçava como um bem precioso, depositando beijos apaixonados em seu pescoço. Era possível ver o nariz do homem a deslizar pela pele que ela sabia que era macia, como fazia com o seu sempre que estavam próximas. A delegada engolira seco, segurando na borda da mesa como se o ato pudesse lhe impedir de simplesmente se levantar e ir tirar satisfação. A respiração se moldava conforme sua raiva eminente, detestava sentir ciúmes e detestava mais ainda deixar tal sentimento exposto, mas se tornava impossível não faze-lo.

Do outro lado, Torres se afastava com jeito, tomando para si o celular como quem estava a fazer algo importante, tirando seu marido de perto. Os dedos digitavam de pressa, e logo a mensagem que só cortava seus pensamentos vinha ao mundo, sendo exposta para Anita. Os olhos azuis se conectavam a palavras em uma tela luminosa, enquanto seus lábios sorriam.

📲 . Você não sabe disfarçar nem mesmo um pouco né? Eu não sou sua para me olhar desse jeito.

📲 . Não foi isso que me disse quando estava gemendo no seu sofá.

📲 . Cala a boca, só cala a boca.

Aos poucos a raiva se dissipava como vento, tornando o ambiente mais leve para ambas. Um gole fora dado na bebida que taças bem apessoadas abrigavam, e assim Anita uma vez mais tomara seu celular para si.

📲 . Inventa uma desculpa e vem para casa comigo, não quero pensar que ninguém mais vai tirar esse vestido além de mim.

Under a secret | veronita fanfic Onde histórias criam vida. Descubra agora