Setenta Vezes Sete

Voltando para Casa

Adrien suspirou, sentindo o peso esmagador sobre seus ombros enquanto ele checava o 490° tópico daquela longa lista.

Valeria a pena conferir mais aquele lugar hoje? A noite ainda não tinha vindo para escurecer os arredores, mas ele já se sentia tão cansado de tantas tentativas frustradas no decorrer do dia que ele realmente só queria descansar suas costas doloridas e continuar procurando apenas pela manhã...

–Ei, porque não tenta mais uma vez? Sabe de uma coisa, Eu tenho um bom pressentimento sobre esse aí! Quem sabe? Talvez você finalmente vai voltar 'pro aconchego do seu lar depois de sete meses e eu vou poder dormir com meu estômago cheio de camembert precioso! O que você diz? – Plagg tentou animá-lo, sorrindo, embora seus olhos esverdeados estivessem cheios de preocupação.

Ele devia estar parecendo horrível, o loiro pensou, se Plagg era quem tentava encorajá-lo.

O Agreste respirou fundo, fechando seus olhos por alguns momentos. Então quando ele os abriu de novo, olhou para a sua mão esquerda, logo onde um único e significativo anel repousava no anelar.

Por ela, ele tentaria mais uma vez.

–Plagg, mostrar as garras!

Então, se tornou Chat Noir conforme uma luz verde lavava o seu corpo, do topo da cabeça à planta dos pés.

O herói pegou seu bastão, verificando a localização. Ótimo, estava apenas a alguns poucos quilômetros de distância. Ele guardou a caderneta que carregava e começou a sua corrida para encontrar seu destino, pulando de árvore em árvore o mais rápido que podia.

A medida que ele praticamente voava pela floresta, seus pés mal tocando os galhos, sua mente vagueou para alguns meses atrás, especificamente quando toda essa bagunça tinha começado...

Exatamente há sete meses e doze dias atrás – sim, ele estava contando; não, ele não estava ficando louco, não ainda... Provavelmente não –, ele acordou em um dia que, supostamente, deveria ser muito, muito bom. Não precisaria trabalhar, o clima estava praticamente perfeito e Marinette iria encontrá-lo para o café da manhã depois de passar a noite nos pais.

E eles se encontraram. Tomaram o café tarde, quase meio-dia, já que tinha levado um bom tempo para ela acordar. Então conversaram, a maior parte da conversa fluindo graças a Adrien, porque a azulada estava ansiosa demais sobre alguma outra coisa ao ponto de que ela mal conseguia falar. E claro, o loiro até perguntou o que estava acontecendo, mas a mulher, mesmo que quisesse contar, só sorriu e manteve o mistério com um "mais tarde".

Bom, não era difícil de adivinhar que o Agreste ainda estava esperando por esse "mais tarde", tudo graças ao seu mau hábito de pular diretamente em situações suicidas sem nem pensar duas vezes.

Resumindo a longa história, no meio do "dia muito, muito bom" deles, houve um ataque akuma logo antes do almoço.

E, embora os poderes do akuma não tivessem nada a ver com viagem no tempo, o miraculous do coelho foi envolvido e, claro, ele e sua má sorte o enviaram não somente a uma linha do tempo diferente, mas também ao que parecia ser uma dimensão diferente.

Ok, o que aconteceu exatamente foi: o akuma pegou o miraculous do coelho enquanto eles lutavam; ele estava pronto para voltar ao passado para ter uma melhor chance de vencer; Chat Noir era quem estava mais próximo dele do time inteiro naquele momento; o gato negro avançou para pegar o miraculous antes que o vilão conseguisse viajar no tempo; e ele conseguiu...