Eles decidiram sair e aproveitar os terrenos de Hogwarts durante o tempo ensolarado e quente o máximo que pudessem antes que tudo ficasse escuro e molhado. Hermione os levou para longe das áreas mais frequentadas e escolheu um lugar sob uma árvore, que ficava a uma boa distância do castelo com uma visão clara do portão.
Ela começou sem preâmbulo.
— Harry, o que você sabe sobre almas gêmeas?
Almas gêmeas? Ele só lia sobre elas em contos de fadas e aqueles livros que a tia Petúnia tinha e que Harry secretamente roubou para ler quando os Dursleys foram viajar sem ele e a Sra. Figg não podia tomar conta dele. Mas com base na pergunta dela, ele provavelmente estava perdendo um grande pedaço de informação. Ele suspirou.
— Acho que você deveria me contar.
Os lábios dela se estreitaram.
— Não sei como isso passou completamente despercebido, Harry, mas também pode significar que você ainda não conheceu sua alma gêmea, então talvez ainda estejamos bem.
— Almas gêmeas se reconhecem através de um toque físico, contato pele a pele. Esse sempre foi o caso, desde que os bruxos descobriram uma conexão especial com certas pessoas. Mil anos atrás, essa conexão especial era definida como um vínculo de alma e as duas pessoas que a compartilhavam eram chamadas de almas gêmeas. Aliás, essa também era a razão pela qual as pessoas começavam a apertar as mãos quando se encontravam, para verificar se poderiam ter encontrado sua alma gêmea.
Harry se mexeu, muito interessado.
— Sobre o que é o vínculo? Quero dizer, há algo especial conectado a ele?
Hermione sorriu.
— Isso difere de casal para casal, mas, em sua forma básica, é reconhecer as necessidades ou emoções um do outro. Na maioria das vezes, o vínculo é precedido por um relacionamento baseado em emoções fortes, seja amor ou ódio. Uma vez nutrido e desenvolvido, o casal é capaz de sentir muito mais. Também houve casos de leitura de mentes.
Então Snape sabia que tinha uma alma gêmea em algum lugar lá fora, mas não sabia quem era. Por alguma razão, isso não o impediu de escrever cartas de amor para ela. Quão bizarro era isso? Harry ficou intrigado, e com razão. Snape era um homem muito reservado, ele tinha que saber que as pessoas reconheceriam sua caligrafia, por que ele escreveria cartas de amor sobre sua alma gêmea tão abertamente para todos lerem?
Harry tirou as cartas. Ele sabia que Hermione sabia guardar segredo, não havia mal algum em discuti-las. Ele também não tinha certeza absoluta de que ela se lembraria da letra de Snape.
— Então, foi isso que eu encontrei — ele disse, entregando a ela apenas uma, sem motivo para dar a ela todas, especialmente a explícita. — Eu não tinha ideia de que -
— O que é isso?
— É uma carta de amor, mas, por favor, não -
— Não há nada aqui, Harry, está em branco.
Harry piscou.
— O quê? — Ele pegou a carta de volta, quase arrancando-a das mãos dela. Ela poderia ter desaparecido nas últimas horas desde que ele a verificou? Mas ele tinha certeza de que estava lá quando entregou o papel a ela!
Não, ainda estava lá, o mesmo rabisco familiar, as mesmas linhas perfeitas.
— Está aqui, olha.
Ela balançou a cabeça.
— Não vejo nada — ela disse, franzindo a testa. — Tem certeza?
— Claro que tenho certeza! Aqui, vou ler um pouco para você. 'Eu sei que você está aí, meu amor. Você é o bálsamo para minha alma marcada, a luz para minha escuridão. Com você, eu finalmente estarei completo.' Eu não teria sido capaz de inventar algo assim agora, acredite em mim.
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Inkbound | Snarry
FanfikceQuando Filch reclamou que não tinha tido muitos alunos para detenção ultimamente, Snape ofereceu a ajuda de Harry. O atual mestre de Poções não imaginava que acabaria ajudando a si mesmo também. Link: https://archiveofourown.org/works/55297630 [Esta...