Capítulo 15

28 6 1
                                    


Vane me beija lentamente enquanto toda a euforia do orgasmo o deixa. Parece que estamos em uma bolha só nossa nesse momento e isso parece tão certo, tão bom. A única coisa que estraga esse momento é um barulho irritante que começou a pouco tempo e não parou desde então, mas estávamos o ignorando com grande habilidade.

Mas o barulho continuou.

E continuou.

Até que me concentro para entender o que é e percebo que são batidas na porta.

— Capitão, preciso falar com o senhor — uma voz baixa fala do outro lado.

— Vane — quebro o beijo e me afasto — Estão te procurando.

— Eles vão sobreviver — fala e me puxa em direção aos seus lábios de novo.

Por breves segundos minha mente se esquece da pessoa que batia na porta e tudo que consigo pensar é em nossas bocas se tocando e seu corpo colado no meu, mas quando escuto as batidas de novo, gemo e volto a me afastar.

— Vane, pode ser importante.

Ele solta um suspiro pesado e dá um passo para trás, meu corpo sente falta do seu calor instantaneamente.

— Nesse momento, eu estou odiando ser Capitão — resmunga.

— Não está não — rio — Agora, vá atender a pessoa que está te chamando.

— Eu tenho que me trocar antes — Ele diz apontando para o seu quadril — Alguém fez com que eu me sujasse.

— Oh, fico tentando imaginar quem fez isso — falo em um tom inocente — Vai fazer algo em relação a isso com essa pessoa?

Algo dentro de mim parece ter despertado e me sinto mais ousada nesse momento.

— Ela não vai nem saber o que a atingiu quando eu a ter em minhas mãos.

Abro um sorriso, ansiosa para saber o que ele tem em mente.

O que aconteceu comigo? Uma pessoa pode mudar em tão pouco tempo? É como se o que tivesse acontecido agora, entre nós dois, tivesse acionado uma alavanca em meu cérebro. Talvez ter o poder de fazer um pirata "cruel" gozar nas calças faça isso com uma mulher, não tem ego que resista.

Será que estou sendo horrível por pensar assim?

Esse questionamento vai ter que esperar porque agora tem alguém que realmente quer falar com Vane.

— Só um instante — ele grita e então se afasta de mim mais um pouco — E você, Bruxinha... Ah você não sabe o que te aguarda.

— Isso é uma ameaça?

— Pode ter certeza que sim.

— Bom, então... — Olho para a porta, olho para ele e amplio o meu sorriso.

— Não se atreva, Lyssand...

— Pode entrar agora — falo alto o suficiente para que a pessoa do outro lado escute.

— Ah, com licença — um homem coloca a cabeça para dentro da cabine bem no momento em que Vane se vira para ficar de costas para a porta — Desculpe, não sabia que estava aqui, bruxa.

— Sem problemas — Digo enquanto me afasto da parede e caminho até ficar ao lado de Vane que está atirando faca com seus olhos em minha direção — Estava treinando aqui até pouco tempo, Rique achou melhor, assim não atrapalharíamos no convés. Mas então o Capitão apareceu querendo minha ajuda.

— Está tudo bem com o senhor, Capitão? — o homem pergunta preocupado.

— Sim — Vane rosna e anda em direção a mesa, tomando cuidado para não ficar de frente para o pirata — A bruxa já resolveu meu problema... posso dizer que ela tem mãos mágicas.

Entre Mares e FeitiçosOnde histórias criam vida. Descubra agora