Capítulo 4

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Allana Vásquez

A noite chegou, ansiosa escolhi a melhor roupa, a maquiagem marcada e perfumada com uma fragrância doce, tudo na intenção de ficar o mais bela para Martín.

Algumas pessoas podem me julgar por ser casada e querer se arrumar para outro, não me importo, perdi muito tempo pensando em terceiros que pensam de mim.

Agora quero recuperar o tempo com o grande amor da minha vida, vou flertar, beijá-lo e amá-lo como ele merece.

Eu me encarei meu reflexo no espelho, me sentindo bem com a imagem que via, coloquei acessórios um par de brincos e pulseiras. Os cabelos fiz ondas nas pontas, achava mais sensual assim.

Às nove da noite estávamos todos na entrada da casa, esperando Luna e o pai.

Quando vieram ao nosso encontro, senti-me a mulher mais desejada do mundo, o olhar que Martín destinava é lascivo. Saber que o artista me deseja mesmo com o passar dos anos, fazia bem para o meu ego e principalmente a libido.

A conexão sexual que tínhamos é maravilhosa. A química que nos unia era a única.

Depois dele o sexo virou indiferente, não ligava de fazer com o João Carlos, pois não havia a mágia.

É verdade o que dizem: sexo com amor é uma das melhores coisas da vida.

Nós usamos os cincos sentidos, o olhar é uma deles.

Esse não se perdeu no tempo. É até engraçado, Martín disfarçava muito mal. O quanto havia de desejo nele.

Ele não queria causar mal-estar entre meus filhos e eu, mas não demonstrar algo, não é com ele. É expressivo demais o Arango.

As reações iam de encarada de corpo interior, língua no lábios, mordidas sutis de bochechas e tentava inútilmente desviar os olhos de mim.

E o look provocativo que escolhi a saia longa branca com fenda lateral, o cropped da mesma cor mostra o necessário deixando o resto para imaginação.

Nós estamos de frente um para o outro, com Ally do meu lado e a Luna no dele, nos entreolhamos, encaramos os dois na nossa lateral e voltamos a nos olhar.

Com sorrisos debochados e dando de ombros, simultaneamente, eu levei minha mão a menina e Martín o capacete ao meu garoto. A reação dos dois foi com euforia.

E cada qual foi para o meio de transporte utilizado. Por Saquarema ser uma cidade pequena, o percurso das nossas respectivas casas e o restaurante dos Lisboa Arango é curto.

Na entrada do estabelecimento comercial, Martín já estava à nossa espera, parei o meu veículo com a chave na ignição.

Usando todo o charme de galã mexicano, ele abriu a porta do carro para mim, oferecendo a mão com aquele sorriso, que posso dizer que pertence a Allana Vásquez.

Quando não afetaria com esse sorriso de lado?

A anfitriã da noite é Luna Arango Flores, que nos levou ao interior do restaurante, que é tão colorido quanto fora. A escolha da decoração é divertida com as famosas caveiras psicodélicas.

A menina nos guiou à mesa do centro, que é enorme, e pelo que ela me explicou: onde fica as pessoas quando querem algum evento especial ou um tratamento.

A localização específica dava a vista para todo o restaurante, numa distância considerável do palco, da pista de dança e do balcão do bar.

E a nostalgia me abateu quando encontrei Cecília Lisboa, que com o mesmo jeito escandaloso da juventude cumprimentou Melissa. Mel sozinha já causar com Ceci, a confusão é ao quadrado.

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