23. Sinais de Mau Presságio

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Capítulo 23

Sinais de Mau Presságio

O dia estava amanhecendo quando o tal cervo que os caçadores procuravam foi encontrado, o sol ainda nem havia rompido completamente a linha do horizonte, e uma névoa suave cobria o chão da floresta, conferindo ao ambiente um ar de mistério e reverência. O ar estava fresco, carregado com o cheiro terroso da manhã, e o canto suave dos pássaros formava uma sinfonia natural.

O rei havia saido do acampamento assim que recebeu a notícia que o cervo havia sido capturado, montado em seu cavalo ele liderava um grupo de lordes e cavaleiros. Ao seu lado, estava a sua irmã, que cavalgava graciosamente, acompanhada por Baelon e Maelon. O grupo seguia em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos, exceto por Visenya e Gwayne, que trocavam olhares e sorrisos cúmplices, um jogo silencioso de afeição e segredo.

Quando chegaram ao local, os caçadores que tinham ido caçar estavam reunidos em torno do cervo capturado. Viserys parou seu cavalo e um de seus servos rapidamente trouxe uma pequena escada de dois degraus, permitindo que o rei descesse com dignidade. Seus movimentos eram calculados, e seu olhar, ao encontrar o cervo, revelava uma mistura de desapontamento e talvez um certo alívio.

A princesa, que havia parado o seu cavalo um pouco mais à frente, observou seu irmão caminhar em silêncio. Ela notou o desapontamento no rosto dele ao ver o animal, mas havia algo mais profundo ali, talvez um sentimento de fracasso ou uma dúvida interna.

—— Pode não ser o branco, Vossa Graça. —— comentou Harwin Strong, um pouco ofegante —— Mas é dos grandes.

O cervo era grande, com uma pelagem cinzenta, estava preso por cordas em seus chifres, sendo segurado por três cavaleiros a cavalo, enquanto Harwin mantinha o controle das cordas no chão. O animal estava inquieto, seus olhos arregalados e assustados, refletiam o sofrimento e a resignação de uma criatura encurralada.

A Targaryen franziu o cenho intrigada, logo, ela inclinou-se levemente em direção a Baelon, que estava ao seu lado.

—— Por que a cor do cervo é tão importante? —— indagou ela baixinho.

—— O lorde Mão disse que o cervo branco era sinal de bom presságio para o dia do nome do primo Aegon. —— respondeu Baelon em um tom igualmente baixo —— Porque o cervo branco era o símbolo da nobreza antes dos dragões.

Visenya prendeu o riso ao olhar para Otto, a poucos metros dela, que parecia estar descontente com o cervo capturado.

—— Então, o cinza é sinal de mau presságio. —— murmurou Visenya com um sorriso de canto, observando a frustração silenciosa no semblante do lorde Mão.

A aproximação de Jason Lannister, com sua lança dourada, fez Visenya desmanchar o sorriso em seu rosto e revirar os olhos de irritação. Seguidamente, ele se dirigiu ao rei com uma postura exagerada.

—— Vossa Graça, para o abate. —— disse ele, entregando a lança ao rei.

O rei segurou a lança por um momento, contemplando-a com uma expressão indecifrável. Então, caminhou em direção ao cervo, que se debatia contra as amarras, o silêncio na floresta era palpável, interrompido apenas pelos gritos do cervo e pelo farfalhar das folhas sob os pés de Viserys.

—— Golpeie aqui, Vossa Graça. —— instruiu um dos caçadores, apontando para o local exato no corpo do animal.

Com um movimento rápido, Viserys perfurou o cervo, que gritou em agonia, o som era cortante, ressoando pela floresta. Logo depois, o Targaryen retirou a lança, mas o cervo continuou a gritar, a dor evidente em seus olhos e em seu grito desesperado.

The Rise Of The Queen - House Of The Dragons Onde histórias criam vida. Descubra agora