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𝑨𝑻𝑶 1

Sophia Clark


    Em uma das pausas feitas entre uma foto e outra, recebi uma mensagem de Anne em meu celular. Ela dizia que já tinha a possível localização do carregamento. Um sorriso se abriu em meu rosto e eu respondi, dizendo para que ela me encontrasse no mesmo café, que iríamos juntas pra lá. Voltei para as fotos que por sorte já estavam acabando, depois disso só teria que tirar Alex da minha cola.

    Quando as fotos finalmente acabaram, eu fui tirar o figurino e a maquiagem. Alex ainda estava com o celular em mãos todo esse tempo, o que me fez pensar que seria fácil fazer com que ele me deixasse encontrar Anne sozinha no café, mesmo que ele não confiasse muito em mim nesse momento.

— Você vai voltar para a cabana e colocar o restante do plano em prática! — a voz dele ecoou pela sala fazendo eu olhar para ele por cima do ombro.

— Você não vai voltar comigo? — tentei fazer com que a minha pergunta soasse o mais genuína possível e mantive uma expressão confusa mesmo que ele não estivesse olhando para mim, já que seus olhos estavam fixos no celular.

— Tive alguns problemas com um dos patrocinadores e vou resolver antes de continuarmos — um suspiro de alívio escapou dos meus lábios enquanto eu tirava o resto de maquiagem que faltava — Não vou demorar, faça tudo direitinho! — uma ânsia tomou conta do meu estômago quando sua voz soou fofa como se falasse com sua namorada.

    Concordei com aceno e observei enquanto ele saia. Quando não conseguia mais ver o garoto, peguei o celular outra vez, discando o número de Anne e levando o aparelho até o ouvido.

Me encontre no café em dez minutos, não teremos muito tempo, então faremos tudo às pressas — falei sem nem esperar que a garota terminasse o "alo" que ela tinha iniciado.

— Certo, estou indo pra lá agora! — sua resposta foi curta mas carregada de animação.

    Desliguei o telefone e me levantei pegando a bolsa e as chaves do carro. Saí da sala me despedindo de todos e caminhei em passos rápidos até o estacionamento. Estar tão perto das respostas que esperei por três anos, fazia meu corpo todo ser movido pela adrenalina, o coração podia ser ouvido a quilômetros e os arrepios não paravam de percorrer todo o meu corpo.

    Já no carro, eu cortava o trânsito e pegava atalhos na intenção de chegar ao café o mais rápido possível. Estávamos em uma corrida contra o tempo, se Alex chegasse na cabana e eu não estivesse lá... Seria uma guerra entre mim e ele. Não desliguei o carro quando cheguei ao estabelecimento, apenas buzinei e vi Anne correr de salto até o carro entrando no banco do passageiro em uma velocidade surreal.

— Eles disseram que está em uma cabana na floresta riltons, três quilômetros depois da árvore azul — meus olhos se arregalaram e minha boca se abriu em surpresa.

— Porra!! Isso é muito longe, vamos levar no mínimo uma hora e meia para fazer tudo! — deferi um golpe leve contra o volante enquanto saia da fachada do café.

— Então acho melhor acelerar! — Anne tinha no rosto um sorriso maldoso e logo entendi sua intenção.

    Mudei a marcha pisando fundo no acelerador, o motor roncou alto fazendo todos na rua nos encararem enquanto o carro saia em alta velocidade cantando pneu. Peguei o caminho que normalmente estava sempre vazio para chegar até a floresta, assim poderia acelerar a vontade sem preocupação de ter outros carros na pista. Assim que chegamos à floresta, continuamos com o carro até encontrar a árvore azul, depois disso o caminho teria que ser apê.

Passarela da perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora