Sentimentos Compartilhados

Capítulo 6

Martín L Arango

A relação que estou construindo com a duplinha Vásquez, está acontecendo de maneira espontânea e instantânea, e se repetia entre Allana e Luna.

Em alguns momentos, penso em segurar minha filha pela mão, e comprar a primeira passagem para o México, mas conhecendo a pequeña. Ela ia me odiar e se opor ao meu plano de fuga.

A mistura de Sol e eu encontrou o lugar de pertencimento com aquela família, que aceitou até comemorar as festividades natalinas, algo que a entristece, só participava desses eventos, para agradar as pessoas ao redor, intercalando entre o Brasil e o México, por todo esses anos.

Quando Julie propôs de passarmos juntos, estava inclinado a não aceitar, porém a própria se adiantou e liderou as pesquisas sobre a data e estão todos ansiosos.

Na segunda-feira, foi o tal do passeio da aposta que Cecília fez com a executiva. A loira veio na minha residência pela manhã, reivindicando o meu comparecimento, pois só confia em mim para ficar com os filhos e poder aproveitar.

A nossa família em Saquarema é conhecida não só por sermos do ramo empresarial ou da banda, mas porque participamos assiduamente da comunidade e não foi difícil conseguir uma lancha com os ricaços do local.

No meio da manhã, estávamos o grande grupo no porto, com coolers de bebidas e comida, vamos almoçar a bordo. Caio se prontificou a cozinhar e eu nos drinks

As três crianças não saiam de perto de mim, Ceci e Peter, não ficavam calados um minuto eram questionamentos, comentários e provocações.

Eu sentia o olhar de Allana um misto de admiração, expectativa e de emoção.

A embarcação zarpou em direção às ilhas próximas, com piloto próprio, enquanto navegávamos, preparei os drinks para o trio e palomas para crianças. Caio é o nosso Chef profissional e odiava intrusos na cozinha, então ficamos os mais distantes possível.

A lancha atracou em uma ilha própria para banho, as mulheres decidiram pegar sol, uma passando protetor na outra.

Para pegar sol a vestimenta é? Com certeza a resposta é biquíni e avistar Allana Vásquez em um, acabou com qualquer resquício de juízo. Ela está linda, o corpo parecia uma escultura de tão perfeito, para não me animar com a visão, me aproximei de Peter.

O policial acredita ser um exímio pescador e quando inventamos esses tipos de passeios, ele carrega os equipamentos. Ally se aproximou de nós dois, observando o homem na ação com os olhos brilhando.

- Temos um aprendiz de pescador aqui?-pergunta Peter brincando.

- Tenho interesse.

- Quer ver uma pescaria profissional?-eu pergunto interessado.

- Sim!-grita animado.

Eu sorri, olhei ao redor procurando minha irmã que está na proa da embarcação, fazendo graça com Melissa.

- Jack Dawson!- Ela me encara com a feição franzida em deboche, me mostrando o dedo do meio, arrancando gargalhadas.- Vamos levar o mini Vásquez para pescar?

- Ah, vamos! Faz tanto tempo que não fazemos.

- Gostei da ideia!-Peter se intromete.

Caio está junto com as mulheres e meninas, sentado no sofá, tomando um drink sem álcool, esperando o tempo de algum prato.

- Gente, tem alguma coisa errada. Não seria o Caio. Pescaria é atividade de homem?-pergunta Melissa.

- Não está certinho. O homem da relação é ela!-eu disse, gargalhando com o policial e elas riram acenando em negação.

- Estou me sentindo julgado!-exclama divertido Caio, ajeitando os óculos.

Cecília se aproximou dele, selando os lábios rapidamente.

- Não ligue, lindo! Na hora que tem que me mostrar a masculinidade, mostrar de verdade. - O homem sorriu malicioso, mas era Cecília a sua frente, claro que viria o complemento.- E agora tem companhia para o spa.

E explodimos em risos. Minha irmã é boba demais e o marido não se importava de ser a vítima dos deboches dela.

Desde que nos juntamos, nossa amizade é movida a zoações e bobeiras, porém o nosso Chef se excluía dos passeios a maioria das vezes, não gostava de nada radical, ou que tivesse que andar, correr e pular. E se pensa que ele se importou.

- Aí, meninas, vamos passar o dia lá?

- Com certeza!

- Este sabe agradar uma mulher!

Allana e Mel disseram simultaneamente e os três brindaram.

- Você nem imagina, amorzinho!-provoca Ceci.

Ally, animado, vai para perto da mãe dele. A baterista se aproxima de onde estamos, empurra Peter para longe da vara de pesca, ajeitando o molinete, me encara sorrindo maliciosa.

- Não vai ficar animadinho, igual o dia da dança!

- Não sei o que está falando!

- Limpa a baba, amorzinho! Se não fosse os filhos dela, a arrastava para uma cabine dessas.

- Cala a boca!

O policial riu.

Eu chamei o trio de crianças para cair ao mar, Peter e Ceci se animaram, colocamos os óculos de mergulho. Minha irmã pulou de mãos dadas com Alisson, o policial à Luna e por último Julie e eu.

A duplinha Vásquez se encantou com os peixes e tartarugas no fundo do mar, minha filha já estava acostumada com este mergulho, porém percebi no olhar um brilho incomum , algo se reacendeu nela, só saímos da água, quando o nosso chef nos achou para almoçar, pirão de peixes; salada especial e arroz, para bebidas os dois bartender do grupo, preparamos os drinks.

As duas mulheres de negócios não mudaram nada, continuam agradáveis e divertidas, Mel muito menos.

A junção desse novo grupo está bem legal. Nós passamos a tarde em alto mar, fizemos Julie tocar violão e a menina está orgulhosa de poder se mostrar. As três espiãs demais e o James Bond mais uma vez acabaram com o estoque de bebidas. Caio e eu nos entreolhamos, sabendo que seria nossa a responsabilidade de cuidar dos bêbados, não nos importamos, só queríamos ver nossa família livres e felizes.

Allana Vásquez é uma mulher provocante por natureza, une a algumas doses de bebidas, o resultado da equação é multiplicado. Ela me fez mergulhar, e no fundo do mar cristalino, me beijou com vontade e eu aceitei de bom grado, minhas digitais reconheceram as curvas do corpo, e meus lábios provaram o gosto do batom.