Uma foto um pouco borrada de Nadine estampava a manchete de um jornal que sinalizava: "Princesa é flagrada beijando garota desconhecida".
E pronto, todo o país de Ferindor estava especulando sobre a sua sexualidade e se ela não estaria mais vivendo...
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— Então agora vocês são amigas? Diz pra gente. — Aya insistia na questão, segurando Nadine firmemente pelo braço, sacudindo-a na tentativa de obter uma resposta.
Nadine, exasperada com o interrogatório constante, puxou o braço com força, libertando-se do aperto de Aya. O cansaço emocional começava a pesar sobre ela, trazendo de volta a sensação sufocante de estar sob vigilância, como se estivesse vivendo novamente sob o olhar atento de seus pais.
— É, eu gosto da companhia dela. Nós nos resolvemos e está tudo bem. — A resposta saiu com um tom de impaciência, embora ela tentasse manter uma expressão tranquila.
Aya, no entanto, não estava satisfeita. Antes que Nadine pudesse se afastar, ela agarrou novamente seu braço, mas desta vez com mais indelicadeza, e a puxou para um canto mais escuro e isolado, longe das outras garotas, evitando qualquer possibilidade de que fossem ouvidas.
— Vou falar isso porque me preocupo com você. — Nadine olhou-a confusa, a garota estava perto demais do seu rosto. Seus olhos estavam intensos, quase como se estivesse tentando transmitir algo vital através do olhar.
Nadine franziu o cenho, confusa e desconfortável com a proximidade repentina. O coração dela deu um salto. O que Aya estava insinuando?
— Catarina está iludindo você, é o que ela faz. — Aya continuou, sua voz grave, quase conspiratória. — Ela vai fazer com que se apaixone por ela e depois vai te usar e te descartar.
O impacto das palavras de Aya atingiu Nadine em cheio. Uma onda de choque e um constrangimento profundo a invadiram, os pensamentos em sua mente girando caoticamente. Será que Catarina realmente era assim? Será que ela estava apenas brincando com seus sentimentos? Mas o mais importante: Catarina era realmente...gay, então?
— Do que você está falando? — Nadine perguntou, tentando manter a voz firme, mas não conseguindo esconder a incerteza que começava a se formar.
Aya suspirou, como se estivesse falando algo óbvio.
— Ah, para Nadi! Eu sei o que está rolando entre vocês duas, todo aquele clima...eu notei!
Nadine engoliu em seco. Ela sabia que havia algo crescendo entre ela e Catarina, uma tensão que pairava no ar sempre que estavam juntas. Mas a ideia de que isso era visível para os outros a deixou desconcertada.
— Você estará sendo idiota se achar que Catarina quer algo sério com você. — Aya continuou, percebendo o silêncio de Nadine como um sinal de que suas palavras estavam atingindo o alvo.
O silêncio de Nadine era pesado, carregado de uma mistura de emoções conflitantes. Ela olhou para Aya, ela tinha um sorriso benevolente no rosto. Aya realmente acreditava estar protegendo-a. No entanto, algo mais reluzia em seus olhos, uma pequena faísca de provocação que Nadine não pôde ignorar.
— Sabe, Aya... — Nadine começou, seu tom mudando de forma sutil, adotando uma leve malícia. — Talvez eu queira exatamente isso, que ela me use bastante. — Um sorriso travesso surgiu em seus lábios enquanto ela mantinha os olhos fixos nos de Aya, vendo o choque se formar no rosto da amiga.
