Capítulo 11: Uma mentira descarada

29 14 61
                                    

"Naquele dia, Chloe havia mentido para sua mãe sobre sair com alguns amigos e, por isso, iria levar o carro consigo. Evelyn apenas concordou e a avisou para tomar cuidado na estrada, pois estava prevista uma forte chuva naquela tarde."

"Ela entrou no carro de seu pai e dirigiu em direção ao farol de Portland, onde Alex havia marcado para eles se encontrarem. Quando Chloe chegou lá, teve a visão lamentável de um local repleto de velas e pétalas de rosas vermelhas, junto de uma mesa de dois assentos decorados com rosas."

"Aquele maluco realmente pensou que o motivo dela ter o chamado para conversar fosse uma aceitação dos sentimentos dele."

"— Alex, que porra é essa? — perguntou ela, já sem paciência."

"— Nosso jantar romântico. — disse ele, se aproximando. — Você me mandou mensagem porque quer dar uma chance para nós dois, certo?"

"— ALEX, PARA COM ISSO! — ela gritou com uma raiva que nunca pensou que sentiria antes. — Já chega! Eu não aguento mais você, não aguento mais a sua loucura. Quantas e quantas vezes eu tenho que repetir até que você coloque nessa sua cabeça doentia? Eu NÃO te amo! Eu NUNCA vou te amar! Em nenhum CARALHO momento eu senti isso por você."

"Chloe podia sentir seus olhos marejarem, não de tristeza, mas sim de ódio. Ela odiava Alex mais do que tudo naquele momento e se arrependia amargamente por tê-lo conhecido."

"Alex, ao ouvir aquilo, pirou de vez. Se antes já era um louco, agora sim era um demônio com o orgulho pisoteado e cuspido fora. Se é que ele tem algum orgulho próprio!"

"— Não! — ele agarrou as mãos em volta dos braços de Chloe e os apertou com força. Seu rosto estava vermelho, como se estivesse prestes a explodir de raiva, e seus olhos quase saltando para fora, como os de um maníaco. — O que eu fiz de errado? POR QUE VOCÊ SIMPLESMENTE NÃO PODE ME AMAR???"

"— ME LARGA!! — ela, de forma agressiva, conseguiu soltar as mãos dele de seus braços e então deu um belo chute no meio das pernas."

"— ARGH! — ele gritou de dor e então caiu no chão. — SUA VAGABUNDA!!!"

"Chloe, vendo uma oportunidade, começou a correr o mais rápido possível em direção ao carro de seu pai enquanto procurava pelas chaves em sua bolsa de forma desesperada. Ao encontrá-las, ela rapidamente entrou no carro e o ligou. Alex, mesmo sentindo uma dor latejante, conseguiu se levantar do chão e ir em direção a Chloe, que já se encontrava dando a partida."

"— CHLOE, VOLTA AQUI AGORA!!! — exigiu aos berros, com um ódio que só aumentou ainda mais o medo de Chloe."

"Ela sentia que tinha que fugir dali o mais rápido possível, então não pensou duas vezes em acelerar o máximo que pôde."

"Por um momento, ela podia se sentir aliviada por pôr um fim naquela loucura. Caso Alex voltasse a insistir, já tinha provas suficientes em seu computador para denunciá-lo e solicitar um mandato de afastamento. Tudo o que precisava fazer era chegar em casa e falar com seus pais sobre o ocorrido."

"Já estava na hora de pensar mais em si mesma naquela situação. Sua mãe era forte e seu pai e seus irmãos não iriam deixá-la de lado. Ela tinha sorte em ter nascido em uma família unida e compreensiva, e se sentia uma tola por ter medo de ser julgada, pois, querendo ou não, em casos assim, nunca é culpa do homem, mas SEMPRE é da mulher."

"— Hã?"

"Mas essa pequena paz desapareceu em poucos segundos quando ela olhou através de seu retrovisor e viu o carro, ninguém mais e ninguém menos, de Alex, que também aumentava a velocidade para tentar alcançá-la."

Um Amor Além do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora