Capítulo 6: Finamente um Acordo (ou não)

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Como vou seguir em frente?
Quando você nunca está muito longe?
As memórias não vão embora
Eu sinto dor toda vez que ouço seu nome

Ser U Latter - Jenna Raine


Quando Helena fechou a porta do escritório, ou melhor, bateu com força, pensou em voltar e talvez dar um tapa naquele rostinho bonito de Marcelo e desmanchar aquela pretensão que carregava na face, mas respirou fundo e foi para casa, evitando a todos os conhecidos possíveis na rua, afinal tinha virado o assunto do dia e tudo que menos queria era encontrar os fofoqueiros de plantão para especularem sua vida.

Já em casa ponderou por vinte longos minutos o que faria com toda bagunça que havia feito em menos de vinte e quatro horas.

A opção número um era estrangular Marcelo, a segunda era entrar no plano maluco dele e fingir um namoro, que não só ia ajudar a pousada como também abafaria os rumores. Em seu íntimo, a primeira opção era muito mais atrativa, embora a segunda fosse, com certeza, a mais racional a se tomar.

Ela se jogou na cama e suspirou esfregando o rosto com força.

ㅡ Parece que você fez, de novo, alguma coisa deplorável, Helena.

Calina falou entrando no quarto.

ㅡ Dessa vez não fui eu a ter uma ideia estúpida!

ㅡ Tem alguma coisa a ver com o Rodrigo?

ㅡ É aquele homem! Ele praticamente está me obrigando a fingir que existe algo entre nós.

Helena cruzou os braços e se sentou na cama.

ㅡ Como vocês são complicados, não foi você que inventou essa história toda?

Calina arqueou as sobrancelhas.

ㅡ Tá, mas eu não tinha falado nada sobre fingir, apenas disse que éramos namorados.

A garota ruiva começou a brincar com o vestido verde enquanto franzia a testa.

ㅡ Vamos combinar que não é lá muito diferente de fingir.

Calina sumiu da porta e sua voz saiu abafada enquanto pronunciava as últimas palavras para a amiga antes de fechar a porta do quarto ao lado.

ㅡ Se resolvam logo pelo amor das bengalas natalinas, ninguém aguenta vocês dois mais!

Era estranho, mas Calina tinha razão, nem mesmo Helena aguentava brigar com Marcelo, a amizade deles havia se dissipado depois de alguns mal entendidos e de atitudes erradas da parte de ambos, os dois sabiam que estavam errados, mas a droga do orgulho, do ressentimento, imaturidade, talvez? Não permitia que admitissem que haviam estragado sua amizade por pouca coisa, ou talvez foram pequenas coisas que transbordaram do copo até não restar nada.

Amigos, Estranhos, Amantes!Onde histórias criam vida. Descubra agora