que ou aquele que é vil,
desprezível, baixo.
Ser detetive parece muito com ser fofoqueiro, eu admito. Você tem que descobrir sobre tudo da vida da pessoa e depois contar para quem te contratou e as vezes para o juiz com provas.
Nesse momento estou fazendo isso. Vasculhando o escritório de Pablo. Mas aqui não contem nada de interessante para se fofocar, apenas contas da casa, e mais cálculos de faturas, e um pouco mais de despesas.
Olhei nas gavetas e não achei nada demais. Se ele fugiu de propósito, o que acredito que seja até o certo momento, ele é muito inteligente. Mas já resolvi casos mais complicados que esse. Talvez nesse só vou precisar de prestar mais atenção aos detalhes.
Abro a última gaveta que falta no armário e acho um cartão. Não sei se é de crédito ou débito, coloco no bolso e saio do escritório, descendo as escadas indo em direção a cozinha porque está na hora do chá da tarde e talvez ela esteja fazendo isso, não sei o que mulheres da idade dela fazem na Inglaterra. Minha mãe sempre tomou chá as cinco horas da tarde em ponto.
E eu acertei em cheio.
— Francisca, me perdoe pela intrusão em seu momento de degustação a uma bela xicara de chá, mas o senhor Pablo tinha algum cartão de crédito ou débito?
— De crédito — ela responde colocando a xicara em cima da mesa — Por que, filho?
Tiro o cartão do bolso e coloco em cima da mesa.
— A senhora reconhece este cartão? Ele estava em uma das gavetas do armário do senhor Lopez.
— Bem, eu não reconheço.
— Você pôr a caso teria uma conta conjunto com ele?
— Em uma época tivemos conta conjunto, mas não me lembro de separamos as contas ou mantermos unidas.
— Gostaria de ir ao banco que a senhora acredita ter a conta conjunto?
Ela assente se levantando.
...?🔍︎...
Pago um taxi para irmos até o Banclatas.
E quando chegamos lá tem uma fila insuportável, mas como sou detetive, consigo ir mais rápido em outros bancos, ando até o balcão.
— Senhorita — digo para uma garota loira sentada de frente para um computador — Você poderia conseguir que minha vez fosse mais rápida? Eu sou detetive e preciso urgentemente de resolver isso antes que algo de ruim aconteça com meu cliente desaparecido.
Ela sorri para mim, tira os óculos e arruma o cabelo com um olhar profundo e um pouco malicioso depois de me olhar de cima a baixo até onde sua visão alcança devido ao balcão. Pelo meu azar, sou alto.
— Claro, senhor detetive. Como posso te chamar? — Ela me pergunta.
— Detetive Darwin.
— Já volto, Detetive Darwin.
Ela se levanta de forma vulgar e nada profissional e sai andando com glúteo máximo estranhamente empinado. Reviro os olhos com nojo. Procuro Francisca, mas acredito que ela foi ao banheiro porque não a vejo.
A senhorita volta rapidamente com uma expressão de estressada.
— Me desculpe, senhor. — Ela faz uma expressão de coitada o que me deixa constrangido e não consigo evitar soltar um sorriso falso, demonstrando totalmente nojo. — Meu chefe não consegue disponibilizar para você sem uma natureza penal ou civil, como ações judiciais e inquéritos policiais. — Ela suspira. — Mas eu consigo te disponibilizar uma coisa muito melhor para o senhor.
Ela me entrega um número telefônico num papel. Não preciso de muito esforço investigativo para saber que é o número dela.
— Espero que entenda o que isso quer dizer, e se não entender posso lhe dar mais pistas, detetive Darwin.
Ela pisca para mim, mas graças a Francisca ela chega no momento certo, podendo me despedir e ir embora sem parecer babaca ou rude.
— Deveras bacana senhorita que trabalho no banco, agora tenho que ir, tchau. — Digo depressa jogando o papel no lixo mais próximo e empurrando Francisca para a saída. Nunca mais volto aqui ao não ser que seja por trabalho.
...?🔍︎...
— Então eles não podem acessar? — Francisca perguntou.
— Apenas com natureza penal ou civil, como ações judiciais e inquéritos policiais. E eu sou apenas um detetive particular.
— Bom, gostaria de jantar na minha casa para recompensar o que está fazendo por nós?
— Eu acho que não devo pelo profissionalismo e questões éticas de imparcialidade, além de...
— Que bom que você concordou. — Ela sorri me obrigando a concordar.
— Certo, eu janto lá. Mas vai ser rápido!
— Ótimo.
...?🔍︎...
Eu jantei e comi muito porque pessoas mais velhas tem muito jeito pra cozinhar e fazem você comer até ficar com dor abdominal.
Pela primeira vez, me senti incluído em um jantar. Mesmo que não seja minha família e eu só sou um detetive que eles contrataram, me senti em casa.
Ninguém me disse que eu não era bom o bastante. Ninguém me disse que eu resolvo casos muito devagar. Ninguém me disse que em comparação ao meu irmão eu sou um fracassado. Ninguém me disse que eu preciso trabalhar mais. Ninguém me disse nada que me fizesse me sentir magoado. Todos me receberam muito bem. Espero muito não falhar nesse caso com essa família.
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Apuração Do Amor
Mystery / ThrillerLocke é um detetive recém contratado pela família do desaparecido Pablo Lopez - um mexicano que se mudou para Londres -, e em meio de suas investigações sua vida toma um rumo curioso e intrigante que vai contra sua politica pessoal de profissionalis...