Rhythm Of The Song

22

Já fazem três dias que recebo buquês de flores com cartões com letras escritas pela Rebecca, todas as vezes que Nam sobe com um deles sinto meu coração pequeno e acelerado ao mesmo tempo.

São sensações estranhas, pois as letras são tão específicas que só consigo manter uma única pessoa em minha mente que possivelmente esteja mandando isso.

O segundo buquê de tulipas chegou mais cedo do que o outro, fazia nem duas horas que havíamos aberto a galeria.

O terceiro veio um pouco depois do almoço, tinha saído para comer Nam e N'Noey, então quando chegamos não deu 10 minutos o buquê chegou.

Os buquês adornam minha sala, do rosa claro ao azul marinho.

Estou na bancada de atendimento da galeria, pois hoje quero muito receber pessoalmente as novas flores que me serão mandadas.

—Está ansiosa para descobrir quem está mandando as flores, não é?

—Você não sabe o quanto Nam, isso está me deixando agoniada e sem dormir direito.

—Acho que deveria sondar com o rapaz hoje, P'Freen. — N'Noey suspira fundo.

—É tudo o que mais quero e por isso decidi ficar aqui embaixo hoje para receber eu mesma as flores, pois tenho certeza que mais alguma virá.

Mordo o lábio e cruzo os braços, estou sob os olhos atentos de Nam e Noey quando a porta é aberta revelando um rapaz mais ou menos da nossa idade com um buquê de tulipas coloridas em mãos.

—Bom dia! — Ele nos cumprimenta sorrindo. — As flores para a senhorita Chankimha.

Ele vem em direção a Nam, pois foi ela que veio recebendo-as nos últimos dias.

—Hoje pode entregar diretamente à dona delas! — Nam sorri fraco apontando para mim.

—Senhorita Chankimha?

—Eu mesma! — Sorrio de lado.

—Aqui, assine na linha, por favor?!

Pego o papel de sua mão para assinar.

—Sabe me dizer a descrição da pessoa que tem comprado essas flores para mim?

Ele pega o papel me entregando as flores.

—Eu não sei direito quem é, pois quem a atendeu da primeira vez foi minha chefe e depois a pessoa apenas liga para nós, escolhe as flores e manda o cartão para que façamos a impressão para colocar junto.

—Mas essa pessoa não disse nenhum nome?

—Bom, não para mim ao menos. — Vejo-o coçar a nuca. — Se me derem licença, tenho mais entregas para fazer hoje.

—Só sabe me dizer se essa pessoa é branca de cabelo escuro?

Ele morde o lábio olhando para cima e depois para baixo.

—Minha chefe só disse que era uma mulher muito bonita, não era muito mais alta do que a senhorita ou era um pouco mais baixa, agora não me lembro mesmo.

—Muito obrigada mesmo! — Sorrio fraco sem fazer mais perguntas, se ele não sabe mesmo quem é essa pessoa, não há no que insistir.

Vemos ele sair pela porta e suspiro pesadamente.

—Será que ele está falando a verdade, Freen?

—Não faço a menor ideia mesmo, Nam. — Seguro as flores em minhas mãos sentindo o doce aroma delas. — Só sei que essa pessoa me conhece muito bem e só tem aquela possibilidade.