Se ela for eu vou

109 9 73
                                    

— Intão é isso. — Matinha acabava de explicar para Piauí.

A nordestina estava em completo silêncio deixando MT preocupada, quando a morena abria a boca para falar e tentar convencê-la ela se manifesta.

— Eu entendi minina. Eu até acho legal a ideia, mas só a gente de mulher é.... complicado entende. Essa festa fica meio chata pra mim e (...)

Roraima passava ao longe retornando da mesa de seu namorado e ouviu parte da conversa. Festa? E ninguém convidou o pessoal do norte? Como assim?

— Mais é agora qui eu tô convidando as minina sô. Vai di tê mais com certeza. Jazinho eu vô na sala do norte convidá o povo, quero falá cum todo mundo.

Ahhh. A Matinha estava convidando agora. Por isso ainda não tinha escutado nada a respeito.

— Si ocê quisé participá é só í fala cum o Sul i pidi pra colocá o nome na lista.

RR havia escutado o suficiente, sorriu e se afastou. Não por si, mas sua irmã ficaria muito chateada se não ficasse sabendo dessa tal festa e que a piauiense estava na dúvida se participava ou não por estar sozinha na coisa. Matinha mesma disse que ia convidar todo mundo, então não teria problema se espalhasse a notícia logo.

A centro oestina se sentiu observada, olhou em volta e não viu ninguém em particular, deu de ombros.

— Pensa direitinho aí í depois é só fazê o qui eu disse.

— Tá, vou ver com a Rondônia se ela quer ir. — Trocavam sorrisos safados. — Se ela for eu vou.

— Combinado intão. Só mi fala depois qui eu ti coloco no grupo de mensagens, mais o Sul pode fazê isso também. — Olhou para sua próxima vítima entrando pela porta. Alagoas. — Eu vou indo minina. Tem mais gente pra convidá sô.

Piauí olhou para quem a morena olhava e sorriu.

— Boa sorte. Depois a gente se fala.

Matinha já se afastava e se limitou a um aceno de despedida.

— Alagoas minina! Deixa eu falá cocê um tiquim.


_____ _____


— Licença maninho. — Amazonas batia na porta aberta do sul, estava acompanhada do Pará e do Acre.

— Opa! Fala pessoal. — Sul cumprimentou a todos.

— Égua como é frio aqui! — O maior nortista exclamou se encolhendo um pouco. Arrancando risinhos divertidos dos sulistas.

— Claro neh guri, tu vem de chinelo e bermuda pra cá. — Paraná respondeu notando também o acreano se encolhendo mais atrás dos outros dois. — O Acre também.

— A gente não deixa o ar condicionado tão forte na nossa sala. — O menor se justificou.

— Mas a que devemos o prazer da visita? — Sul retomou a conversa.

— Sabe o que é, nós viemos nos inscrever para a festa. — Amazonas respondeu casualmente.

Aquilo pegou o loiro de surpresa, eles estavam muito "normais" para estarem se inscrevendo para uma suruba. Ainda mais conhecendo um pouco do perfil de personalidade deles, o mínimo que esperava eram bochechas coradas e vozes bem mais baixas pedindo por aquilo. E um de cada vez, não um grupo.

Catarina baixou a cabeça constrangida, não estava conseguindo acreditar que justo o casal estrelinha do norte tinham interesse descarado naquela sem-vergonhice que o pessoal inventou. Paraná sorriu largo, imediatamente entendeu que eles não estavam bem informados da coisa.

A "festa"Onde histórias criam vida. Descubra agora