Capítulo 3

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Enquanto isso, no planeta Marte, o general Vandor estava na sala de comando, analisando painéis e telas de computadores, junto com a capitã Alexandra e alguns soldados e cientistas. Eles estavam estudando mapas do sistema solar, tentando adivinhar onde estaria Nidalee naquele momento.

Havia se passado um dia desde que o jovem cientista marciano partira do planeta, rumo a Júpiter. No dia anterior, tanto Vandor quanto Alexandra tentaram entrar em contato com a nave de Nidalee para saber como estava indo o progresso da missão, mas não obtiveram resposta.

A expedição a Júpiter deveria ter comunicação regular, com Nidalee se comunicando pelo rádio com a central de comando caso algum problema acontecesse. A falta de comunicação, mesmo que fosse por apenas um dia, começava a preocupar a equipe, especialmente Vandor e Alexandra, que pareciam visivelmente mais preocupados que todos os presentes.

O general alisava seu bigode e coçava a barba incessantemente enquanto estreitava seus pequenos olhos pretos para um dos mapas do sistema solar, bufando impaciente como um touro. A capitã mantinha sua postura rígida, braços cruzados, pernas juntas, peito estufado e a cabeça levantada, olhando para frente em direção aos mapas, mas, por debaixo daquela sua expressão séria e severa, era possível ver brilhos de preocupação em seus olhos.

De repente, a porta da sala se abriu automaticamente e um soldado entrou, dizendo:

— Capitã!

Alexandra olhou de relance para o lado, depois virou-se totalmente para encarar o homem que vinha na sua direção:

— Me diga que acharam ele. – disse ela assim que o homem parou na sua frente.

— Infelizmente não, capitã. Nossa equipe vasculhou cada planeta que a senhora e o general ordenaram, mas nenhum sinal de Nidalee.

— Vocês foram a Júpiter? – Vandor perguntou, interrompendo a conversa.

— Sim, senhor, mas infelizmente não achamos nada. Talvez ele nem tenha chegado ao planeta. – o soldado respondeu.

— Quantos planetas faltam para serem investigados? – Alexandra perguntou.

— Dois: Mercúrio e aquele planeta azul. – o homem respondeu, apontando para o planeta Terra em um dos mapas do sistema solar.

Alexandra e Vandor olharam de relance um para o outro e acenaram com a cabeça, como se estivessem fechando um acordo silencioso.

— Cessem a expedição de busca em Mercúrio! Nidalee não estará naquele planeta. – disse o general para o soldado. — Foquem todas as buscas no planeta Terra.

— Sim, senhor! – disse o soldado, batendo continência e saindo da sala.

Assim que o soldado foi embora, Alexandra perguntou ao general se ele tinha certeza de que Nidalee poderia estar no planeta Terra.

— Absoluta! – Vandor respondeu. — Alguns dias atrás, quando começamos nossas expedições a outros planetas, perguntei à equipe que havia sido mandada para Mercúrio assim que retornaram da missão, se eles haviam encontrado algum sinal de vida, nem que fosse uma bactéria. Mas, eles negaram, dizendo que o planeta parecia ser completamente inóspito. Além disso, capitã, nós dois sabemos que parece haver algo especial e misterioso naquele planeta azul. – Vandor disse essa última frase em tom baixo, com um olhar fixo na capitã, de maneira misteriosa.

Ao ouvir aquela última frase, Alexandra levantou uma sobrancelha, um pouco confusa, mas rapidamente entendeu a que o general estava se referindo.

Depois dessa conversa, o general, junto dos soldados e cientistas, saiu da sala de comando. Antes de sair, Alexandra olhou para um dos mapas do sistema solar pela última vez, mordendo os lábios, ansiosa e preocupada.

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