Capítulo dois - Liz K.

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Dias atuais.

Levanto com uma ressaca de matar qualquer pessoa. Corri para o banheiro, e vomitei quase meu fígado para fora. E quase o rim vem de brinde.

Quando percebo, me olho no espelho, e não reconheço o quarto. Olho para as minhas vestes, e vejo uma camiseta de banda. Hans.

- Cacete, o que eu estou fazendo no seu quarto? - Balancei ele, e ele resmungou. - Responde, Hans!

- Que foi?

- O que eu estou fazendo no seu quarto? E com as suas roupas?

- Você bebeu muito ontem. - Olhou para mim. - Seu irmão acabou capotando, e eu cuidei de você.

Reviro os meus olhos, arrancando a sua blusa de meu corpo, jogando-a no chão, e fui correndo para o meu quarto.

Entrei e me joguei na cama me cobrindo. Mas logo, meu despertador toca, e eu sou obrigada a levantar e desligar.

Meus pés me levam para meu banheiro, e me olhou no espelho. Estou acabada!

Tomo uma ducha.

Me arrumo e desço observando todos na cozinha tomando café da manhã. Passei por todos, roubei um remédio da gaveta do meu irmão.

- Sim, irmã. Eu te dou um de meus remédios para ressaca. Pode pegar. - Mordeu um pedaço de maçã, já que ele é todo fitness, e não come nada de manhã. Mas gosta de se reunir à mesa com seus amigos.

- Não preciso da sua permissão para pegar as suas coisas. - Engoli o remédio com um copo d'água. - Bom-dia para vocês também.

- Como foi sua noite fora do seu quarto, Kerzhakob? - Aquela voz. Aquela maldita voz. Dylan. O garoto que eu conheci no orfanato. Que foi adotado por uma família de brancos.

Meu corpo gelou. Meu coração bateu mais forte. O jeito que ele me chama de Kerzhakob é bem diferente. Suas cordas vocais são grossas. Roucas. Deliciosas.

Mantive contato visual com o meu copo d'água.

- Nada boa. A cama do Hans é desconfortável. - Estalo o céu da boca.

- O que você estava fazendo na cama do Hans, mocinha? - Arrepiei assim que meu irmão perguntou. - Quero explicação dos dois.

- Arg! Acha mesmo que eu faria alguma coisa com ele? - Resmunguei chateada, ele não acredita em mim?

- Ela estava bêbada. Eu só cuidei dela, o que você não pode fazer, porque estava dormindo.

Ele olhou-nos e percebeu que estávamos falando a verdade.

Abri a geladeira, e peguei dois ovos. Olhei para os homens, percebendo que eles estavam se comunicando com os olhares.

- Alguém quer? - Me referi ao omelete que eu estava preparando.

Eles fizeram um barulho negando, agradeci porque eles são uns folgados, que não sabem nem fazer uma pipoca. Obviamente, eu não faço comida para eles todos os dias. Eu tenho uma vida de estudante para seguir, e não posso fazer isso, se eu dar comida na boca de homens de uma empresa, não é verdade?

- Carona, Liz? - Lucca perguntou.

Balancei a cabeça aceitando, mas logo sou interrompida de me levantar da cadeira.

- Está ficando louco?

- Me espere na floresta.

- Eu venho com as minhas amigas, Bekave.

Ele olhou-me como se estivesse me manipulando, mas nada me manipula depois de tudo o que ele já me fez fazer quando cheguei nessa casa.

Me levanto e pego a minha mochila, deixo um beijo na cabeça de meu irmão, que me dá umas palmadinhas nas minhas costas. Dou tchau para todos os outros, e saio da casa.

- Ele parece gostar de você, Loren. - Steele abriu a porta do carro para mim, e eu logo entro. - Você é a única pessoa a qual ele fala nessa casa.

- Mereço um troféu, Steele? -- Ele entra no carro.

- Ao meu ver, sim, você merece um troféu, bruxa. - Ele deu risada enquanto dava partida no automóvel. - Vai trabalhar hoje?

- Sim. Preciso esfriar a cabeça. Essa casa me deixa maluca.

- Mesmo você sendo bancada por sete homens ainda quer trabalhar, Lea?

- Sim, Luc.

Ouvimos umas músicas chatas, e ele me deixou na faculdade.

- Obrigada. E você pode me fazer um favor?

- Marlboro? - Passou sua mão em seus fios de cabelo nadado em petróleo. E super baixinho, já que seu cabelo é crespo, mas ele prefere manter a régua.

- Obrigada, obrigada, obrigada! - Beijei o rosto dele. - Tenha um bom-dia, Mr. Steele.

- Tenha uma boa aula, Mr. Kerzhakob. - Ele beijou a minha mão, e saí do carro.

Entro no prédio, e me deparo com as minhas amigas de casal.

- Se vocês me dão licença. - Puxei o braço das duas.

- Que foi? - Olívia olhou-me.

- Me deixa, Liz. - Monze dialogou um pouco triste.

- Além de um namorado, vocês tem um pacto!

- Não me importo com nosso pacto. - Monze falou fazendo-nos parar de andar.

- Como você não se importa? - Olívia olhou para ela, seus olhos acinzentados estavam quase ficando vermelhos de tanta raiva.

- Não me importo! Fizemos isso com treze anos, merda! Em um orfanato!

- Mas foi o que fizemos, Monze. Fazer isso custou nossas vidas! - Mostrei meu pulso.

O Lado Obscuro de um AtletaOnde histórias criam vida. Descubra agora