22 • ❝Infância❞ (Epílogo pt.01)

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J U N G K O O K

cinco anos depois

Eu nunca imaginei que minha vida iria se tornar ainda na casa dos vinte anos, próximos aos trinta? Sim, mas isso deixamos debaixo do tapete como resquícios de poeira que ninguém nunca irá se tocar de que está ali. No entanto, minha atenção é chamada quando um serzinho pequeno que chegou ao mundo há cinco anos chegara perto de mim.

– Papai, mamãe tá chamando – A pequena diz, ela aprendeu a falar desde cedo, bem cedo eu diria, ficamos assustados como qualquer (eu acho) outro pai e mãe ficaria, mas relevamos. – Não vem?

– Vou sim, meu bem – Respondo, a seguindo e a capturando em meus braços, colocando-a para sentar em meu ombro esquerdo com suas pernas juntas. – O que será que sua mãe preparou, Nickita?

– Ela disse que não era pra te contar, pai – Ela responde em mansidão, segurando meus cabelos com segurança na palma de sua mão minúscula e, céus, dói um pouco.

Antes de chegarmos à cozinha, faço questão de bisbilhotar o que minha esposa está cozinhando e vejo que Nick, minha filha, talvez tenha compreendido errado pois ela ainda está fazendo, não está pronto ainda.

– Meu bem sabe falar, mas não sabe ouvir, meu amor tem que prestar mais atenção nos recados que sua mãe dá, certo? – Ela assente um tanto quanto inexpressiva. – Venha, vamos andar um pouco pelo jardim, deixo você andar descalça no chão.

Eu a ponho no chão com cuidado, minha esposa nos vê entre as frestas da janela e eu aceno para ela, seguidamente um beijo. Sigo com Nicole para o jardim, onde a grama verde encontrava-se úmida ainda da noite chuvosa.

– Por que papai chama a mamãe de amor e não de mãe? – Ela pergunta, e lá vamos nós.

– Porquê... bem... é uma história um pouco complicada... não! História não, e sim algo mais complexo – Pigarro, e a cada palavra que solto Nicole presta mais atenção. – Minha filha, quando a gente ama alguém dificilmente vamos chamar a pessoa pelo nome, certo? Vamos chamar através de algum apelido único ou então o que os namorados usam mesmo que é amor, meu bem, e por aí vai. Mas por favor, não pense em fazer isso tão cedo.

– Serve para amigos também? – Ela voltou a perguntar e, por algum motivo muito claro, meus músculos no quais se encontram tensos iguais a pedras, relaxam.

– Amigos? Sim, é claro. Apelidos amigáveis são diferentes de apelidos de casais, certo? Lembre-se disso, mas é necessário que você converse com sua mãe primeiro, é mais provável que ela guie você bem melhor do que eu, estou prestes a ter um ataque.

Ela riu e começou a fazer coisas de criança; brincar na grama, pular nas pequenas poças de lama e gritar de felicidade. Se a mãe dela estivesse vendo isso, minha cova já estaria sendo feita, minha esposa tem essas neuras de que se Nicole brincar demais fora de casa, pode pegar alguma doença. Eu concordo em partes com minha esposa, de fato isso pode ocorrer, mas a menina não pode ficar presa a vida toda dentro de casa, certo? Tem que ralar o joelho uma vez na vida pra sentir a adrenalina.

É aquele negócio, com a mãe vive e com o pai sobrevive.

Eu fico ali, imóvel analisando meu pequeno neném correr com os braços abertos com seus pés descalços na grama, até que o inesperado aconteceu, um garoto avista, no meu radar.

Foi naquele momento em que eu corri até minha filhota e murmurei em seu ouvido que o café estava pronto, ela não notou que estava vindo uma criatura hostil em nossa direção, eu a peguei nos braços e corri para dentro de casa.

Namorado de mentira - JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora