Cap 25

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— Quer dizer, esses dias estávamos conversando - Dante faz uma pausa e olha para Regina. — E sabe, normalmente as empresas não permitem que funcionários e idols se relacionem, então como vocês fazem? Aposto que vivem se agarrando por aí escondido de todo mundo, não é? Não culpo,-Dante olha diretamente para Lino. — Se ela estivesse com esse corpo quando estava comigo, eu também não ia conseguir tirar minhas mãos dela.

Sinto como se o ar tivesse sido arrancado de meus pulmões, sinto uma mistura de raiva e desespero ao ouvir as palavras de Dante, ele sempre foi o típico homem machista ridículo que trata uma mulher como se ela fosse um objeto, e infelizmente eu só percebi isso depois que nos separamos, mesmo que Lilly tenha tentado me avisar inúmeras vezes, mesmo que todos os sinais estivessem ali, escancarado na minha cara, mesmo que no fundo, eu sentisse que algo estava errado, mas quem poderia me julgar? Eu uma garota, ingênua, no início ele se mostrou ser o cara perfeito, o típico "príncipe encantado" que toda garota sonha em ter como seu primeiro namorado, idiota. 

Me agarro ao braço de Lee Know como se fosse um refúgio, como se aquilo fosse a única coisa nesse momento que me impedia de surtar por completo, eu não posso surtar aqui, tenho muito a perder. Ao chegar ao jardim, suspiro profundamente. Era como se tivesse segurado a respiração por minutos. Lentamente me acalmo e a tensão se dissipa como fumaça, e eu respiro fundo mais uma vez, o ar fresco acalmando os meus nervos, Lino me segue até o jardim, respeitando o espaço que preciso para me acalmar, é estranho como em tão pouco tempo que nos conhecemos ele saiba exatamente como lidar. Depois de alguns segundos, ele se aproxima um pouco mais, sua voz suave e calma quebrando o silêncio.

— Se você quiser, posso fazer mais do que apenas esfregar a cara dele nos camarões.- Lino diz parando a minha frente enquanto eu solto uma breve risada.

— Não, Lino, obrigada, está tudo bem.-ele suspira e passa a mão pelo cabelo.

— Para de mentir Rose, pensei que depois desse tempo você já tivesse entendido que não precisa fingir, não comigo.

O encaro em silêncio por alguns segundos intermináveis, uma batalha dentro de mim entre desabar ou manter a fachada de tranquilidade que tenho sustentada durante esses últimos meses. Finalmente, suspiro profundamente e deixo as palavras saírem.

— Sabe o que me deixa mais puta nessa historia toda, Lino? Como que um homem feito aquele babaca pode ter tudo o que tem? Ele tem dinheiro, é conhecido nesse ramo, todas as mulheres matariam para ficar com ele.-solto uma breve risada sem qualquer humor. — Isso até realmente o conhecer, depois disso elas matariam ele, isso sim.

Lino me olha escutando atentamente o que eu estava dizendo, apenas de minha risada tentando aliviar o clima ele se mantém estável, sua postura firme, sem nenhuma brincadeira, sem nenhum trocadilho, apenas algo que estranhamente me acalma...

— Você se espantaria se soubesse o tanto de homem babaca feito Dante existe nessa industria, Rose. — Lino diz com um tom firme e calmo.

— Acredite em mim, eu posso imaginar.-suspiro me sentando em um banco.

— Você sabe que isso não é culpa sua, certo? Que ele seja um babaca, que ele tenha dito o que disse. Ta, talvez tenha sido culpa sua ser noiva daquele cara, meu Deus Rose, como você conseguiu isso?

— Lino... - digo em tom de advertência 

— Ok, desculpa, é que eu não consigo imaginar alguém como você tão...-ele se interrompe e suspira.

— Tão o quê?

— Deixa para lá, Rose.

— Fala Lino.

Lee Know abre a boca para começar a falar novamente, talvez diga o que quero ouvir, na verdade, o que eu não quero ouvir nesse momento, não preciso de mais nada para me bagunçar, eu já sou uma completa confusão, mas antes que ele possa dizer mais alguma coisa Hyunjin caminha até onde estamos, mais animado do que normalmente passando o braço sobre meus ombros e de Lino nos puxando em sua direção.

— Aqui estão vocês, procurei vocês por todo canto, essa festa ta horrível, mas a bebida é boa.

Lino tenta se afastar, mas Hyunjin o impede nos puxando novamente.

— Quanto você já bebeu, Hyunjin?

— Um pouco, mas eu não sou o pior, você precisa ver o Felix, até Han bebeu hoje, ele nunca faz isso. 

Hyunjin diz rindo achando graça que somente ele encontrou, ele vira seu corpo de frente para mim e segura meu rosto com as duas mãos...

— Você minha amiga, deveria estar bebendo com a gente, afinal devemos tudo isso a você.

— Eu não acho que isso seja uma boa ideia. - Lino diz olhando diretamente para mim. 

— Shiiiu, você não tem que achar nada. - Hyunjin diz me fazendo rir. — Vem princesa, vamos, temos muitas coisas para comemorar essa noite.

Ele me arrasta para dentro do salão sem nem ao menos me dar chance de recusar, Jeongin está sentado sozinho na mesa, ele solta um suspiro cansado assim que me sento ao lado dele. 

— Eu só queria estar na minha cama vendo tv, sabia? Essa festa foi uma péssima ideia, Rose.-solto uma breve risada.

— Agradeça ao Lee Know, não a mim, IN, a ideia foi dele.-ele revira os olhos soltando um bufo e olha para Lino. — Cadê os meninos?

IN aponta para frente onde os membros estão dançando, todos levemente alcoolizados, solto uma risada com a visão, as danças são dígamos que... peculiares. O jeito deles simplesmente me encanta, cada esquisitice, cada risada, mesmo que na maioria das vezes eu queira simplesmente bater minha cabeça na parede, como uns garotos podem ser tão barulhentos?

Felix vem em nossa direção com um grande sorriso no rosto, ele coloca uma bebida na minha frente e se joga sentado ao meu lado.

— Experimenta, isso tá divino. -ele diz passando o braço em meus ombros.

— Esta tentando me embebedar Yongbok?-ele ri.

— Sim, agora bebe.

Algum tempo se passou desde que Felix me ofereceu aquela bebida, e honestamente, não sei se foi a melhor decisão dessa noite ou a pior, sempre tive uma boa resistência para álcool, mas essa noite eu me permiti, me permiti a dançar com eles de maneira esquisita, me permiti rir como se tudo não estivesse prestes a desmoronar, me permiti perder as contas de quantas bebi, me permiti ficar bêbada ao ponto de falar, apenas falar, talvez falar até demais.

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