Criadora

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Olivia
Presente...

Memórias.

Existem várias formas de acessá-la, mesmo, aquelas que estão desaparecidas ou esquecidas.

Uma vez, a muito tempo, eu li uma frase interessante que dizia: "As emoções são o caminho para as memórias." É apenas uma frase, mas agora correndo pela floresta escura com a minha pulsação praticamente explodindo de tão alta em meus ouvidos, com a pele sendo açoitada pelo frio do ar e sentindo que meu coração vai sair pela minha boca a qualquer momento ela não parece ser apenas isso.

Thomas - grito mentalmente

Mas o nada é a minha resposta.

"Corra!"

Estanco assim que ouço tais palavras, tento forçar meus olhos pela floresta. Lambo meus lábios ressecados e respiro descompassadamente pela boca.

Eu reconheço essa voz, mas eu não sei a quem ela pertence.

"CORRA!"

Desespero. A voz soa em desespero.
Rodo em meu próprio eixo, mas não vejo muito, a fraca luz continua diminuindo.

"ABBY CORRA!"

- ABBY? - sussurro

O mundo ao meu redor parece girar, uma pressão se forma em meu peito e isso me faz dar alguns passos para trás, paro assim que minhas costas encontram o tronco de uma árvore, toco na mesma com uma de minhas mãos esperando o mundo parar de girar.

Mas não acontece, não é apenas o mundo que gira agora, e sim o nome.

Abby.

Abby.

Abby.

Fecho os olhos com força, me agarrando ao tronco da árvore.

- Aconteceu mais alguma coisa? - uma voz chega até mim.

Quando abro os olhos, o mundo não gira mais.

- Na verdade, sim. - outra voz, porém essa é feminina

- O que é isso? - questiona a primeira voz

- Leia por si mesmo.

- Já vi essa palavra... Cruel.

- Cruel? - repito.

- Em uns seres pequenos que vivem aqui. Os besouros mecânicos.

- O que são eles? - a segunda voz pergunta

- São maquininhas parecidas com um lagarto que nos espionam para os criadores... As pessoas que nos mandaram para cá.

Me afasto da árvore e ando apenas alguns poucos passos e vejo, Thomas e uma garota alta de cabelos negros... Teresa.

- Thomas... Teresa - chamo-os

Os olhos azuis da garota encontram os meus, ela não parece tão surpresa ao me ver novamente.

- Oli...

Noto algo escrito em seu bíceps. Thomas parece notar meu olhar e então fala em voz alta:

- Cruel é bom.

Cruel é bom
Cruel é bom
Cruel é bom

A palavra é como uma maldição se repetindo e se repetindo dentro de mim. E eu só quero gritar.

- Não! Cruel não é bom. - digo-lhes

Eles me encaram, devem me achar louca. Bem, talvez eu esteja ficando.

Mazer Runner - See you againOnde histórias criam vida. Descubra agora