23 • ❝Adolescência❞ (Epílogo pt.02 final)

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J U N G K O O K

Dez anos depois

Quinze anos ela tem.

Isso significa muita coisa.

Há alguns anos a minha filha ainda me chamava de papai, mas agora ela só me chama de pai ou senão de "Jeon". Isso mesmo, Jeon. Segundo ela, a mesma diz isso porque ouviu a infância inteira sua mãe me chamar assim; mas não é justificável. Ela tem que me chamar de pai, eu sou o pai dela. Isso é um absurdo. Agora ela só quer saber de ouvir música, estudar (amém) e conversar com as amigas da escola.

Nicole está no primeiro ano do ensino médio e já sabe me responder (isso mesmo que você está pensando), sempre fui um pai compreensivo, não entenda mal o que estou dizendo, não digo do mesmo jeito que um pai narcisista diria. Estou falando sério mesmo, eu sou muito compreensivo com Nicole, às vezes até mais do que deveria.

— Ela é adolescente, amor. Os hormônios estão à flor da pele — Minha esposa diz, enquanto eu estou com uma cara emburrada após Nicole ter negado um beijo meu na testa. — O que você tem?

— Não é o que eu tenho, é o que ela tem? Parece que eu não sou mais bem-vindo na vida dela.

— Agora você foi muito dramático.

— Me deixa, estou no momento mais triste da minha vida — Passei minha mão pela testa, lamento internamente e sei que isso é a fase mais comum na vida da maior parte dos adolescentes.

— Nick ama você, Jeon — Ela diz.

— Por favor, não me chame mais de Jeon perto dela, acredita que quando estávamos voltando da escola ela me chamou de Jeon quatro vezes?

— Tudo bem, vou estar com você nessa até meu amor sentir que está tudo bem entre você e sua filha — Beijando minha testa, ela segue direto para a cozinha trazendo um sorvete para nós em seguida. — Quer esquecer um pouco isso e tomar um sorvete comigo?

— Quero, meu amor. Seu amor precisa de carinho e muito dengo porque tem uma moça de quinze anos assombrando a vida dele.

•••

Mais tarde, fiz questão de levar a minha pequena Nick ao shopping enquanto minha esposa está em casa tendo sua tarde com Duny e mais algumas amigas do trabalho delas. Minha esposa começou a ter seu próprio negócio com Duny depois que nos casamos, ambas resolveram dar início a uma floricultura no centro da cidade, desde então, tem dado bons resultados; eu sou o melhor cliente, faço questão de comprar flores quase todos os dias e ainda ganho comida de graça por fazer divulgação.

— O que acha da gente assistir um filme, Jeon? — Minha filha diz, e é nessa hora que meu ânimo vai embora.

— Ah, claro, um filme é ótimo — Respondo. — Nicole, venha cá, minha filha.

— Quê?

— Sua mãe conversou com você mais cedo sobre alguma coisa em específico que eu tinha pedido? — Ela assentiu com a cabeça enquanto estava com o canudo do seu Nescau na boca. — Certo, você pode resumir pra mim essa conversa?

Paramos para nos sentar em um banco de madeira à frente da loja de roupas e biquínis.

— Ela disse que o senhor não gosta quando eu te chamo de Jeon, ela disse que só ela pode te chamar assim eu tenho que chamar você de pai.

Isso mesmo, muito bem.

— E o que você aprendeu com essa conversa com sua mãe, minha flor? — Pergunto mais afável.

Namorado de mentira - JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora