Capítulo Único - "Obrigado".

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     Geto e Gojo foram designados para mais uma missão. Essa que, até então, parecia ligeiramente fácil. Ao chegarem no armazém abandonado enquanto o sol se punha, sentiram uma aura negra persistente mesmo na parte de fora. Eles entraram com cautela, iluminados apenas pelas chamas azuis cintilantes de Geto. O prédio estava estranhamente silencioso até que um gemido baixo ecoou nas sombras, seguido por mais um, e mais um, e mais um..

     — Fique atento, parece ter mais maldições aqui do que o imaginado. – alertou Geto.

     — Você dizendo isso, Suguru? Quem precisa ficar atento é você. – Gojo rebateu.

     — Hah.. Só sabe reclamar? Aproveita e agradece todas as vezes que eu te salvei, Satoru.

     — Nunca precisei. Fez porque é intrometido..

     — É assim, seu ingrato? Então não mexo mais um dedo da próxima vez. – cruzou os braços.

     — Nunca pedi. – o platinado deu de ombros.

     Antes que pudessem dar continuidade a sua típica discussão, ambos foram superados em número – o que não era muito difícil – por um enxame de maldições que eles sequer sabiam de onde havia surgido. Pareciam já terem se esquecido da pequena intriga, afinal, estavam fazendo o que sabiam fazer de melhor: lutar de forma destemida e divertida lado a lado, como sempre.

     — São muitas..

     — Pelo visto, temos bastante companhia. – Geto não conteve o pequeno sorriso que surgiu em seus lábios.

     Gojo deu um sorriso malicioso em resposta antes de liberar um raio roxo que vaporizou várias maldições de uma só vez. Ambos queriam acabar com a luta o mais rápido possível para poderem fazer qualquer outra coisa que não fosse derrotar maldições. Eles lutaram costas com costas em sincronia praticada, derrubando maldição após maldição como se não fosse nada, e ficaram nessa por um tempo considerável.

     — Já cansou, Suguru? – Gojo perguntou ao ver a respiração do amigo ficar cada vez mais pesada.

     — Não enche, Satoru.

     — Você ‘tá meio acabado.

     — Dá pra você calar a merda da sua boca?

     Mas até mesmo suas imensas habilidades tinham limites. Eram simplesmente muitas e continuavam chegando. Quando achavam que finalmente tinham acabado com todas as maldições, uma maldição gritante escapou do controle de Suguru, o que surpreendeu completamente tanto Gojo quanto o próprio Geto, e avançou diretamente contra Satoru. Eles não sabiam como isso aconteceu, se tinha alguém por trás ou qualquer coisa parecida, mas não tinham tempo. Mesmo que não precisasse, de forma instintiva, Suguru desviou a atenção da maldição, de Satoru, trazendo-a para si.

     — Sator.. – Suguru, ao ser interrompido com o golpe, bateu em uma viga de suporte apodrecida com um barulho de madeira quebrando.

     Gojo gritou seu nome, eliminando rapidamente três das maldições presentes para alcançar seu amigo momentos antes do telhado começar a desabar. — Suguru, levanta!

     O platinado gritou, puxando sua forma imóvel enquanto o prédio estremecia perigosamente. Antes que uma grande viga de madeira caísse entre eles, bloqueando sua visão em uma tempestade de lascas, o platinado pôde notar uma grande quantidade de sangue entre os destroços. Após alguns minutos de pura agonia, ouvir o gemido de dor de Geto estimulou Gojo a um frenesi de golpes que finalmente dispersou os últimos espectros.

Sem Hesitar - One-shot SatoSugu.Onde histórias criam vida. Descubra agora