teach me

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Eu estava vidrado em Min Yoongi.

Completamente vidrado na forma que seu corpo se movimentava pela sala e na forma que sua voz grossa e extremamente impactante ressoava em meus ouvidos. Meus olhos acompanhavam todos os seus passos e a forma que ele gesticulava enquanto explicava a matéria poderia ser considerada quase como uma dança sensual e encantadora. Eu diria que caso Min Yoongi não fosse um ótimo professor de literatura inglesa, ele ficaria bem em um modelo vivo para as aulas no curso de artes e eu faria questão de migrar a minha matrícula para ver como ele se sairia bem no novo trabalho.

Min Yoongi era como aquelas poesias que me apresentava durante as aulas, era um livro de seiscentas páginas que você não se importa de ler, ou então, uma resenha de mais de mil palavras que você faz questão de enfeitar cada frase enquanto escreve a mão com caneta a tinta preta, porque é a cor que os olhos dele reluzem quando o sol da manhã bate em seu rosto e você quer lembrar dele de alguma forma enquanto produz o seu texto.

E é quando eu vejo ele descansar em sua cadeira enquanto digita rapidamente no notebook, que eu o comparo com os autores que ele mesmo me apresentou, gosto de compará-lo com eras também, dizer que sua sensualidade me leva aos caminhos da poesia metafísica. Min Yoongi me faz querer criar metáforas e paradoxos que me levam somente a ele, tenho a impressão que sempre sou regado com os seus trocadilhos e me sinto quase como um mero mortal ao adorar todo o sagrado que ele cria ao redor da religiosidade que é ouvir suas orações durante as aulas.

Em um mundo onde Min Yoongi é poesia metafísica, eu sou John Donne. Se ele quisesse ser William Shakespeare, eu morreria em suas mãos como Julieta, mas na verdade eu sou apenas uma vítima do fatídico romantismo, rejeitando a razão e valorizando todas as imaginações que me trazem uma falsa sensação do que seria ter Min Yoongi sobre mim, porque ele se prende demais a era vitoriana e a realidade que ambos vivemos, onde ele possuí uma aliança reluzente de ouro que o marca como propriedade de alguém.

Não poderia me importar menos.

— Quero dizer que os prazos não serão alterados, vocês podem me mostrar o trabalho durante essa semana, depois disso só vou aceitar se ele estiver finalizado. — A voz grave me afetou, por mais que Yoongi falasse sobre prazo de trabalhos, ele ainda conseguia carregar uma sedução indescritível em sua fala.

Não somente em sua fala, a maneira que Min Yoongi existia exalava traços de uma sedução que eu poderia dizer que trazia até mesmo seus tons de canalhice, a roupa preta cobria o corpo por completo, mas a camisa social nunca era fechada até o seu último botão e eu poderia jurar que o Min fazia isso propositalmente, para que eu pudesse ver parte da sua pele todas as vezes que ele debruçava sobre a mesa para me ajudar em alguma questão da atividade.

Ele era devasso e eu tinha consciência disso, mas ele fingia que não, talvez ele sequer tivesse realmente noção desse seu traço tão descarado, porque o jeito que Min Yoongi sorria todas as vezes que ajustava os óculos em seu rosto durante a aula me deixava insano, ao ponto de desejar ir até um dos banheiros do campus e bater uma punheta deliciosa com a cena em minha mente.

Eu me negava a acreditar que era tudo proposital.

— Por hoje vocês estão liberados, tenham um bom dia. — Sorriu da maneira que sempre fazia ao se despedir dos alunos. — Jung Hoseok, fique na sala, quero falar com você.

Eu estava prestes a sair daquele limbo que me trazia os mais impuros dos sentimentos e pensamentos que se chamava aula de literatura inglesa, olho para ele e aceno com a cabeça, me aproximando um pouco mais da sua mesa enquanto noto a falta de atenção em seu rosto e sinto raiva por ser o único afetado ali.

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