Bônus.

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Não revisado.

Mabel O'Connell.

Bato o pé freneticamente, ansiosa para saber se ela virá, des de a nossa briguinha besta, ela não aparece, não fala comigo. Olho para o relógio na parede, exatamente 00h00am. Respiro fundo, a casa está em silêncio, todos foram viajar a trabalho ou com as amigas, e só sobrou eu. Quero dizer a Billie que a amo, quero que ela não apague minha memória e que possamos ter uma vida inteira juntas.

— Você não vem de novo? — Me levanto, arrumando a saia preta no corpo, fico mais a vontade quando Matteo não está em casa. Respiro fundo, olho para a lareira, o fogo está quase apagando, a casa está em perfeito tom de inverno, a árvore de natal montada, os enfeites exagerados que eu, Anastásia e Anabel montamos no jardim, o pisca-pisca clareia toda a casa, a grande imagem do bom velhinho, gordo e barbudo está estampada na lareira. Corrigan's sempre levaram a sério o natal, é tipo uma tradição. Me viro, decepcionada comigo mesma, olho mais uma vez a sala enfeitada antes de subir as escadas.

— Parece que o papai Noel vomitou nessa sala. — Olho para a sala quando escuto a voz da Billie.

— Você veio...

— Vim, você me chamou tanto.

— Olha, me desculpa pelo o que eu disse...

— Você me chamou de ser do inferno e disse pra mim parar de te procurar.

— Foi da boca pra fora...

— Tanto faz, você me chamou, o que quer? — Ela da de ombros, ainda parada no meio da sala.

— Companhia? — Ela assente, estamos ambas paradas, eu a três degraus do chão e ela no meio da sala.

— Tenho que ir... — Ela passa a língua na frente dos dentes, respiro fundo, descendo um degrau.

— Espera...

— Tenho hora, tem pessoas para morrer, tenho pessoas para...

— Eu te amo... — Digo quando ja estou atrás do sofá, tendo só isso impedindo nossa aproximação. Ela fica me encarando por um tempo, sem dizer nada.

— O que você quer de mim? — Ela finalmente responde. — Por que não tem medo de mim!? — Billie da um passo para frente, seus olhos ficam pretos, tá bom, agora eu estou com um pouquinho de medo... — O que você sabe!?

— Eu não sei de... — Dou um passo para trás, ela está me assustando demais.

— Por que não foge de mim?

— Billie, você está me assustando... — Esbarro na pilastra, vendo Billie se aproximar cada vez mais.

— Você é uma garota muito diferente. — Ela por fim para na minha frente, com apenas alguns centímetros de distância. — Eu gosto disso. — Ela se aproxima mais, sinto o cheiro de álcool quando ela chega mais perto do meu rosto.

— Você andou bebendo? — Ela assente, umedecendo os lábios.

— Também andei te observando. — Ela põe a mão no meu braço direito. — Vi aquela garota nova, vocês são bem próximas, não?

— Ela é minha amiga... — Ela passa a mão direita de leve no meu rosto, enquanto a outra ela entrelaça na minha mão esquerda.

— Amiga? — Sinto o gélido dos anéis no meu pescoço, Billie tem a postura tão calma e tranquila, enquanto eu estou morrendo de medo. — Não tenha medo de mim, eu sou o que você precisa. — Respiro fundo, vendo seus olhos voltarem a ser azuis.

• A Morte lhe Cai Bem. • // B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora