Capítulo 10

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Paro para pensar um pouco. Eu realmente estou precisando me divertir um pouco.

— Tudo bem. Eu aceito. Podemos ir hoje à noite.

Falo. Ele sorri.

— Passo para te buscar às 20h

Assinto. Vou em direção ao carro e tenho certeza que ele está olhando para a minha bunda que fica mais avantajada nessa saia midi de couro preta que eu estou usando. Rebolo mais um pouco, mas não de maneira exagerada. Entrei no carro e fui embora.

— Meu olho está bem dolorido, mãe.

Paramos por conta do trânsito e dei uma olhada.

— Está inchando. Vou falar para o seu pai te colocar em uma aula de auto defesa.

Falo. Ela não diz nada. Talvez esteja envergonhada.

— Não fica assim. Eu também tive problemas na escola na minha adolescência. Pedi a seu avô para me colocar no muay thai e funcionou. Acertei um chute na garota que me atormentava e ela parou de me perseguir. Não estou dizendo para você virar uma brigona, mas é bom saber se defender.

Malu apenas assente. Chegamos ao Centro Médico. Desço do carro com ela e vamos até a recepção. Malu entrega seu documento enquanto eu assino uma autorização como responsável legal por ela. Sentamos e aguardamos o médico chamar. Não demora muito e a doutora Katy nos chama.

— Olha só. Quanto tempo. O que houve, pequena?

Minha filha conta o que aconteceu enquanto eu apenas a observava.

— Eu vou passar uns analgésicos para dor e aconselho uma compressa de gelo para melhorar o inchaço. Além de que recomendo você usar um tapa olho.

Katy rabisca a receita. Mandei mensagem para Raphael sobre o ocorrido. Ele respondeu quase que de imediato perguntando onde nós estávamos. Dei o endereço e esperava enquanto a doutora examinava mais a minha filha. Saímos de lá, encontramos com Raphael no corredor.

— Iai pirata, como está?

Malu abaixa a cabeça na barriga do pai que a abraça.

— Vai passar.

Saímos os três para o estacionamento.

— Podíamos ir jantar hoje. Os três.

Sei o que ele está tentando fazer.

— Eu já tenho compromisso, mas pode ser uma boa ideia Quer ir, filha?

Ela assente.

— Deixo ela na Hemera amanhã.

Concordo e vou até meu carro. Dou a partida e volto para a empresa. Entro na loja e caminho até a minha sala. Ethan estava conversando com Alice e sentado na mesa dela.

— Aqui não é praça para namoro.

Falo.

— Chegou azeda.

Ouço meu irmão falar. Entro na sala com ele no meu encalço.

— Eu soube o que aconteceu com a Maluzinha. Ela está bem?

Concordo.

— Você conseguiu o que queria.

Falo tirando meus sapatos.

— E o que eu queria afinal?

Levanto uma sobrancelha. Ele começa a ficar vermelho de nervoso.

— Está tentando me desencalhar com seu amigo. Seu ordinário, sabia que você não tinha levado ele na minha casa sem querer.

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