O café e a torta de morango

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''Não somos nada, você está confundindo as coisas, Min'' É o que ele me diz, e eu quero muito acreditar no que ele fala, só que eu teria que ignorar o polegar acariciando minha bochecha, as lágrimas quase transbordando de seus olhos, o olhar de quem não quer me machucar.

Eu quero gritar, dizer que Jisung está mentindo, para ele, para mim, e que ninguém acreditaria nisso, mas a minha voz não sai. Não tenho forças, só sinto a garganta apertar, um espaço que um dia abrigara um sistema vocal funcionante, agora me provoca dor só de pensar. Eu quero empurrá-lo, pedir para que nunca mais me olhe nos olhos, que nunca mais cruze o meu caminho, mas eu sei que só me deixaria em pedaços pensar na possibilidade de um dia não tê-lo ao meu lado.

O que fazemos quando não conseguimos falar?

Há muitas respostas para isso, mas decido puxá-lo para um abraço, e não muito tempo depois sinto a minha blusa se umedecer bem onde ele encostara o rosto, finalmente cedendo, e me deixando entrar.

🍰☕️

As pessoas o acham complicado, mas eu o entendo como se ele estivesse sempre nu na minha frente.

É simples, quando Jisung está com fome, ele junta as sobrancelhas e resmunga para tudo que eu falo. Quando ele não entende um assunto, solta gargalhadas e mais gargalhadas de nervoso, o que irritara bastante nossos professores no ensino fundamental. Quando ele quer ir embora de um lugar, começa a coçar a nuca a cada dois minutos, como se estivesse tentando buscar uma desculpa plausível. Quando ele está triste, procura compilados de vídeos do mundo animal, porque é a única coisa que o deixa feliz. Quando ele quis perder a virgindade com um amigo porque estava nervoso demais para transar com o cara do aplicativo sem experiência alguma, ele me pediu.

É simples.

Foi desajeitado, eu não tinha tanta experiência assim, na verdade, até aquele momento só havia transado com duas garotas. Jisung argumentou que era melhor do que nenhuma, então foi assim que em uma manhã ele apareceu na porta do meu dormitório pedindo para que eu transasse com ele. E eu aceitei, porque eu faria de tudo por ele, eu teria deixado ele me foder, eu teria o fodido, o que ele quisesse. Mesmo que fosse para entregá-lo para outra pessoa, prepará-lo para o amor de outro. Eu faria. E eu fiz.

''Precisa relaxar, Sungie,'' Eu disse, inserindo um segundo dedo nele. Estávamos indo devagar, mesmo que ele quisesse que eu apressasse as coisas, que o preparasse logo, que entrasse nele. ''Vou voltar a mexer, ok?'' Comecei a penetrá-lo com os dedos, sentindo ele esmagá-los, talvez por nervosismo, eu não saberia dizer, eu estava nervoso para cacete.

''Min,'' Ele choramingou e meu peito ardeu, me fazendo parar de movimentar. ''Mais um por favor.'' E foi então que eu entendi que as lágrimas de Jisung eram de prazer. Ele queria mais, ele precisava de mais, de mim. E aquilo me confortou, me deixou feliz, mesmo sabendo que eu não era tão especial assim, eu só estava disponível.

Mas a sensação de entrar em Jisung, não com os meus dedos, mas sim com o meu pau, foi outra coisa. Ele chorou de dor, mesmo com tanto preparo, e eu fui lento, o mais lento possível e até falei que iríamos parar, mas ele insistiu. Eu não sabia o que fazer para deixá-lo mais confortável, então fiz a única coisa que pude pensar: o beijei.

Foi o nosso primeiro beijo.

Eu imaginei algumas vezes como seria, mesmo sabendo que a possibilidade era pequena. Que Jisung nunca parecera muito interessado em mim, mesmo que eu o quisesse tanto.

A torta de morango depois do café   [minsung]Onde histórias criam vida. Descubra agora