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Pov: Isabel

Alguns minutos depois de ir para o palco com a Sofia, em meio à agitação da festa, minha visão começou a embaraçar. As luzes piscantes e coloridas, que antes pareciam tão vibrantes, agora se transformavam em manchas indistintas. Meus olhos piscavam rapidamente, tentando focar, mas tudo o que eu conseguia ver eram vultos. As formas das pessoas dançando e conversando ao redor começaram a se misturar, como se estivessem sendo puxadas por um turbilhão invisível. O som da música alta e das risadas ecoava distorcido nos meus ouvidos, aumentando minha sensação de desorientação. Senti meu coração acelerar, uma mistura de ansiedade e medo tomando conta de mim enquanto tentava me orientar em meio à confusão visual.

Isabel: Amiga eu preciso ir no banheiro, já volto.

Sofia confirma com a cabeça, um pouco preocupada, e eu, sentindo o peso da preocupação dela, começo a procurar pelo banheiro da festa. Minha visão embaraçada transforma o ambiente em um borrão de luzes e sombras, tornando difícil distinguir portas e corredores. Esbarro nas paredes, tentando me apoiar, enquanto a tontura cresce a cada passo. Meus movimentos são desajeitados, e parece que o chão está se movendo sob meus pés. As vozes ao redor se misturam em um murmúrio indistinto, e a música pulsante parece distante. Com cada nova batida, a vertigem piora, e eu me esforço para manter o equilíbrio e encontrar o caminho certo.

Assim que finalmente consegui entrar no banheiro, me apoiei na pia grande que dominava o espaço e tentei me olhar no espelho. Minha visão estava embaraçada, tornando quase impossível focar na minha própria imagem. O som abafado da música e das vozes da festa ecoava levemente através das paredes, intensificando a sensação de que eu estava num mundo à parte. Desesperada para encontrar algum alívio, abri uma das torneiras e molhei o rosto com a água fria, esperando que isso ajudasse a aliviar a tontura que me acometia.

O ambiente parecia um forno, quente e sufocante, intensificando minha sensação de mal-estar. Senti o suor escorrendo pela minha testa e minhas mãos estavam trêmulas. Ao sentir a água gelada em minha pele, experimentei um breve alívio. Meu corpo começou a esfriar, e a tontura diminuiu um pouco, mas ainda estava longe de me sentir totalmente bem.

Apoiando-me na pia, respirei fundo várias vezes, tentando recuperar meu equilíbrio. Meus pensamentos estavam confusos, e eu lutava para me concentrar. Sabia que precisava sair dali o quanto antes, mas meus pés pareciam colados ao chão, como se a mínima movimentação pudesse me fazer desabar.

Desconhecida: Está tudo bem com você?

Lembro de ter ouvido aquela voz em algum momento, mas não consigo reconhecer de onde. Viro meu rosto em direção à mulher, tentando identificar quem ela é. No entanto, à primeira vista, não consigo reconhecê-la. Há algo de familiar em sua presença, mas a lembrança exata me escapa.

Isabel: Eu te conheço?

Desconhecida: A gente conversou por alguns segundos, cadê sua amiga?

Isabel: Não sei...

Desconhecida: Vem eu te ajudo, meu nome é Elara.

Isabel: Oi Elara.

Tento ser simpática mas meu mal estar não ajuda muito.

Elara: Quer sair daqui? Esse banheiro não vai te ajudar muito a melhorar.

Ela diz me apoiando em seu corpo para me ajudar a sair dali o mais rápido possível

Elara: Se eu soubesse que você iria ficar assim não teria oferecido a bala para você...

Ela diz baixo, mas auto o suficiente para que eu possa ouvir. Eu apenas à encaro tentando assimilar o que estava acontecendo naquele momento.

𝕆 𝕥𝕒𝕝 𝕒𝕞𝕠𝕣Onde histórias criam vida. Descubra agora