Após o jogo da Alemanha, tenho três dias de folga até a próxima transmissão.
Na verdade, teoricamente, por serem três dias de folga, eu até poderia ver todos os jogos no estádio no primeiro dia e no segundo, que contava com Inglaterra contra Panamá, Japão contra Senegal e Polônia contra Colômbia.
Contudo, a Rússia é imensa. É humanamente impossível ir de uma cidade para outra em apenas uma hora. Desse modo, como nenhum dos jogos parece valer o deslocamento, decido ficar no hotel descansando.
No segundo dia, como é a última rodada da fase de grupos, os jogos do mesmo grupo começam a acontecer no mesmo horário. Portanto, temos Arábia Saudita contra Egito e Uruguai contra Rússia ao mesmo tempo. Em um segundo bloco, Irã contra Portugal e Espanha contra Marrocos.
É bem divertido ver os jogos ao mesmo tempo, em duas telas diferentes.
Mas também aproveito a folga para outra coisa: pesquisar sobre o Pavard. Não sobre a parte técnica ou carreira, que seria algo que eu faria para meu trabalho, mas sobre a vida dele.
Abrindo o Instagram, vejo que ele é uma pessoa reservada. É praticamente só trabalho, treinando com o Stuttgart ou fazendo propaganda para a Adidas.
Procurando na mídia, vejo que ele terminou um relacionamento há uns meses. Ele namorava uma modelo francesa, mas foi traído... bom, pelo menos, ao que tudo indica, ele está solteiro.
Percebo que ele começa a acompanhar meus stories e curtir minhas fotos (que também não são muitas e relacionadas a trabalho)
De duas um: ou ele está com muito tempo livre (o que acho improvável para um jogador na Copa do Mundo), ou está interessado.
Para o terceiro dia de folga, meus planos são alterados. O comentarista da transmissão entre Austrália e Peru vai precisar ser substituído. E lá vou eu...
Para ser honesta, esse jogo eu não queria fazer. Meus planos era viajar para ver França e Dinamarca. Na verdade, viajar para ver se dou sorte e encontro o Pavard.
Contudo, como os jogos são no mesmo horário, mal consigo ver o jogo da França.
Depois de um café da manhã rápido, peguei meu equipamento e segui para o estádio. A atmosfera era menos eletrizante do que em jogos mais populares, mas ainda havia uma boa quantidade de torcedores, especialmente peruanos, que estavam animados para ver seu time jogar.
Ao chegar na área de imprensa, preparei meu material e conferi minhas anotações sobre as seleções da Austrália e do Peru. Apesar de a partida não ter grande impacto na classificação, sabia que cada jogo de Copa do Mundo tem seu valor e suas histórias únicas para contar.
Aos 18 minutos, o Peru abriu o placar. Paolo Guerrero fez uma bela jogada pela esquerda e cruzou para André Carrillo, que chutou de primeira, sem chances para o goleiro australiano. O gol foi um momento de alegria pura para os torcedores peruanos, que explodiram em comemoração.
O segundo tempo começou com a Austrália tentando reagir, mas encontrando dificuldades para superar a defesa peruana. Aos 50 minutos, Paolo Guerrero marcou o segundo gol do Peru, após receber um passe preciso dentro da área e finalizar com tranquilidade. Com o placar em 2 a 0, o Peru controlou o jogo com mais confiança.
Enquanto a partida se desenrolava, eu fazia anotações e me preparava para a análise pós-jogo. A torcida peruana continuava animada, cantando e apoiando seu time até o final. Quando o apito soou, selando a vitória do Peru, era visível a alegria e o orgulho dos jogadores e dos torcedores.
Na zona mista, entrevistei alguns jogadores peruanos, que falaram sobre a importância da vitória para eles e para seus fãs, apesar de não terem avançado para a próxima fase. Havia um sentimento de missão cumprida e de que haviam representado bem seu país.
Feitas as entrevistas e concluídas as transmissões, finalmente pude relaxar um pouco. Voltei ao hotel e decidi ver os lances principais do jogo entre França e Dinamarca. O empate sem gols não parecia ter sido um dos melhores jogos, mas eu não pude deixar de pensar em Pavard e em como ele teria se saído.
Na verdade, não se saiu. Como a França já estava qualificada, o técnico decidiu escalar o time reserva, fazendo que o Pavard ficasse no banco.
Bom, pelo menos alguém teve um dia de folga hoje...
Me forço a parar de pensar no Pavard e ir dormir. Amanhã será um grande dia, com um jogo decisivo para a Alemanha contra a Coréia do Sul.
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Parlez-vous anglais? (reeditada) - Benjamin Pavard
FanfictionVocê pode tentar aprender todas as línguas, mas a língua universal continua sendo o amor. A Copa do Mundo é mágica. A cada quatro anos, a jornalista alemã Sophia se apaixona mais pela sua profissão. Contudo, na Copa de 2018, ela se apaixona por algo...