Capítulo 2 : O Peso das Expectativas

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O sol descia lentamente no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e vermelho, enquanto eu permanecia imóvel diante do penhasco. A cesta de pétalas brancas em minhas mãos parecia um peso insuportável. Cada pétala representava um pedaço da minha alma, despedaçada há seis anos com a morte de Izume.


O mar abaixo rugia, ecoando a turbulência dentro de mim. Hoje era o aniversário de morte de Izume, um dia que sempre me trazia uma mistura de dor insuportável e uma saudade inescapável. As memórias dela ainda estavam tão vivas em minha mente como no dia em que a perdi.


Meu celular tocava incessantemente, uma interrupção mundana em meio ao meu ritual solene. Ignorando-o, comecei a soltar as pétalas, deixando-as serem levadas pelo vento até o mar. Cada pétala que caía era uma homenagem silenciosa, uma promessa de que jamais esqueceria.
— Jamais colocarei outra pessoa no lugar de Izume — murmurei para mim mesmo, sentindo as palavras como um juramento gravado em meu coração.


Kisame estava ao meu lado, seu olhar preocupado fixo em mim. Ele sempre soube da profundidade da minha dor, mesmo sem palavras. Sua presença era um lembrete constante de que, apesar do meu luto, eu não estava completamente sozinho.
— Você não vai atender o celular? deveria pensar na possibilidade de dar uma chance para o futuro, Itachi — disse Kisame, tentando quebrar a barreira da minha tristeza.


Olhei para ele, minha expressão marcada pelo sofrimento e pela determinação.— Você jamais entenderá a minha dor, Kisame — respondi, minha voz carregada de desespero. — Não tenho mais esperanças em nada. A única razão pela qual aceitei esse casamento foi por pura pressão da minha família.
As lembranças daquela reunião familiar vieram à tona, como um flashback doloroso.

Um ano atrás
Estávamos todos reunidos na luxuosa sala de conferências, as paredes adornadas com quadros que refletiam o poder e a história de nossas famílias. Meu avô, Madara Uchiha, e Hiashi Hyuga, pai de Hinata, estavam presentes, assim como meu próprio pai, Fugaku. A atmosfera era tensa, cheia de expectativas e pressões.


— A união entre nossas famílias será celebrada no nosso resort mais luxuoso — anunciou Hiashi, com um sorriso confiante. — Minha filha, Hinata, é uma jovem encantadora. Ela completará 18 anos em breve.


Revirei os olhos, incapaz de esconder meu desdém.— Eu tenho mais idade que ela — debochei, minha voz carregada de ironia.


Fugaku lançou-me um olhar severo, sua voz baixa e ameaçadora.— É melhor que você respeite a família Hyuga e Hinata, Itachi. Pare de se fazer de durão. Esse casamento acontecerá, quer você queira ou não.


Hiashi colocou uma foto sobre a mesa, empurrando-a na minha direção.— Esta é uma foto recente de Hinata, tirada em sua formatura. Ela é uma mulher maravilhosa.


Peguei a foto, mas minha resposta foi imediata e gelada.— Não quero.


Madara, que até então permanecera em silêncio, interveio.— Pode ser que você goste dela, Itachi.


Eu rebati com frieza.— Não interessa se vou gostar dela ou não. isso é apenas um acordo.


Fugaku então me confrontou, sua voz firme.— Isso significa que...


Levantei-me, encarando os três homens à mesa.— Sim, isso significa que vou me casar com a filha de Hiashi Hyuga, mas com a condição de que ela complete pelo menos 20 anos.
Sem esperar uma resposta, saí da sala, sentindo o peso das expectativas familiares sobre meus ombros.

Entre Teias e TronosOnde histórias criam vida. Descubra agora