Catrina
Grand Chelem.
A primeira mulher a conseguir um Grand Chelem.
Eu chorei assim que coloquei os pés para fora do meu carro.Eu era pole position, eu liderei a corrida do início ao fim, eu fiz a volta mais rápida e eu ganhei.
Eu ganhei.
Ganhei de novo. Ganhei pelo segundo final de semana consecutivo. Eu ganhei em casa. Sempre foi um dos meus maiores sonhos.Eu queria tanto que meu padrinho estivesse lá para ver.
Ele choraria quando o Príncipe quebrou o protocolo, choraria com a banda tocando nosso hino, choraria ao me ver com um troféu na mão, choraria ao me ver chorar.
Quando me disseram no rádio que era a ultima volta, eu apenas fiquei em silêncio. Eu queria que fosse perfeito, e faria ser perfeito.
Eu tinha um pneu de 30 voltas, já estava gasto, eu faria o meu melhor para chegar inteira, mas se preciso fosse eu chegaria com três rodas.
Eu queria perfeição. Eu queria Grand Chelem. Eu precisava fazer a volta mais rápida. E fiz.Fui cruzando a linha de chegada em zigue zague, Julia vinha atrás de mim mas tínhamos 3s de diferença.
Cruzei a linha de chegada aos berros.Ao pular para fora do carro eu simplesmente não aguentei sequer chegar até minha equipe, eu caí no chão de joelhos e comecei a chorar. Nem meu capacete eu consegui tirar.
Julia encostou seu carro ao lado do meu, tirando rapidamente seu capacete cor-de-rosa e correndo até mim, me sacudindo, abraçando e ajudando a tirar o capacete.
Antes de corremos juntas e pulamos por cima da equipe, sendo carregadas a gritos por todo o mar vermelho que se encontrava próximo ao pódio, fiquei em pé e fiz o Vettel Finger, um dedo apontando para cima. Porque eu era a número um.
Maya Weug, McLaren, havia encostado seu carro junto ao nosso. Havia sido P3 depois de conseguir fazer um undercut em Samantha na hora dos pits.
Ela foi a primeira a dar entrevistas, enquanto nós ainda estávamos completamente malucas junto a nossa equipe. Julia foi em seguida e a última fui eu. Eu podia ouvir os gritos aumentarem assim que peguei o microfone.
Era a minha família. Todos eles. A equipe da Ferrari, os tifosi, os cidadãos de Monaco, meus amigos e companheiros de corrida.Na ante sala eu pude ver um pouco da corrida, vi quando Maya ultrapassou Samantha e vi quando Julia fez um block histórico em Samantha logo na largada.
— Caramba, Julia. — Exclamei assim que vi. — Isso foi genial.
— Fazer o quê? Eu tenho talento. — Disse dando de ombros.
Maya e eu rimos.
Fomos chamadas e uma a uma fomos em direção ao pódio. Colocar aquele boné de primeiro lugar nunca havia sido tão mágico, e creio que jamais seria novamente.
La embaixo eu pude ver meu mar vermelho, eu pude ver até amigos antigos da escola e companheiros de F3 gritando meu nome.
Os hinos de Monaco e Itália foram tocados por mais um domingo, dessa vez mais especial do que nunca, e eu sequer podia parar de chorar.Eu não vi Charles, nem Carlos ou Lando. Constatei que todos estavam vendo do paddock, já que em poucas horas correriam também.
Eu queria tanto um abraço dele naquela hora, e de Lando, e de Carlos. E de todos os meus amigos. Aquilo tudo foi especial demais.Ainda mais especial quando, naquela mesma tarde, Charles venceu pela primeira vez em casa.
— E pela primeira vez em 93 anos, essa famosa corrida é vencida por um deles. Charles Leclerc vence o Grand Prix de Monaco. — Eu escutava a narração pela televisão do paddock.
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15 • 16 | CHARLES LECLERC
Fiksi PenggemarCatrina MonteRey dirige pela Ferrari na F1 Academy com o número 15 em seu carro. Monegasca, 24 anos, sonha em ser campeã mundial e odeia Charles Leclerc. Charles Leclerc dirige pela Ferrari na F1 com o número 16 em seu carro. Monegasco, 26 anos, son...