008 - The dance.

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"Hoje à noite eu vou dançar pra você
Hoje à noite eu vou colocar meu corpo no seu corpo
Garoto, eu adoro quando você me assiste
Hoje à noite vai ser demais"
Dance for you, Beyoncé

"Hoje à noite eu vou dançar pra vocêHoje à noite eu vou colocar meu corpo no seu corpoGaroto, eu adoro quando você me assisteHoje à noite vai ser demais"Dance for you, Beyoncé

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ROBERTO NASCIMENTO

"Podemos mudar os planos de hoje?"

Estava iniciando uma ronda no batalhão como sempre fazia, quando meu celular vibrou no bolso do uniforme e eu saí do lugar cheio para ler.

Rapidamente me afastei e entrei em um quarto vazio, ligando para Heloísa em seguida.

— O que aconteceu? — perguntei depois que ela atendeu. — Não está na faculdade?

— Não vou poder falar por muito tempo, está bem? Estou escondida no banheiro. Tinha esquecido completamente dessas palestras. Acho que deve terminar por volta de uma da tarde. Então vou direto para casa depois. Mas se você quiser, pode ir para lá no horário de sempre. Eu faço algo para você comer.

— Eu ia até te mandar uma mensagem avisando que não ia poder almoçar com você hoje — falei. — Tenho um almoço a trabalho daqui a algumas horas que deve se estender até as duas da tarde.

— Ah, ok.

— Posso chegar mais cedo?

— Claro.

— Está combinado, então. Te vejo mais tarde, Heloísa.

Para minha surpresa, Heloísa não tinha ficado chateada com os presentes que lhe dei. Na sexta mesmo quando liguei à noite para falar com ela, levamos um tempo para abordar o assunto até que ela, entre um silêncio e outro, agradeceu pelos presentes e pediu desculpas por estar agindo de forma tão louca. Disse que já estava se sentindo melhor, tanto da dor quanto do enjoo, e que tinha adorado a mochila e o perfume. E depois disso não tocamos mais nesse assunto.

Depois que saí do almoço entediante, cheguei a pensar em comprar um buquê de flores para Heloísa – não rosas, porque ela já tinha dito que não gostava –, mas então lembrei que sua amiga provavelmente lhe faria mil perguntas se visse um buquê misterioso então acabei mudando de ideia, comprando apenas uma única Peônia, que segurei enquanto esperava Heloísa vir abrir a porta para mim.

Quando isso aconteceu, no entanto, aquela flor quase foi parar no chão.

Heloísa estava ali na minha frente usando nada mais que uma pequena camisola bege com detalhes de renda preta, suas pernas completamente de fora pela peça curta demais, seus pés descalços. Voltei a subir o olhar para seu rosto depois de terminar a inspeção e a encontrei com um pequeno sorriso e as bochechas levemente coradas.

— Helô...

Mas eu fui incapaz de continuar, apenas conseguindo deixar seu nome escapar outra vez da minha boca em nada mais que um sussurro.

Sete minutos no paraíso - Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora