Um zunido chato ecoava pela minha cabeça quando eu acordei. Pelo cheiro diferente e doce, eu estava no quarto da Jade. Ainda estava deitado de bruços, só que agora de maneira reta. Abro os olhos com dificuldade pelo peso que minhas pálpebras de repente tinham e observo o meu campo de visão. A cabeceira da cama de Jade era de madeira pura, muito bonita por sinal. Estava brilhando nos meus olhos, exceto por pequenos arranhões quase imperceptíveis. Quando tentei me virar de peito pra cima, senti pouca dificuldade e pouca dor, o que me fazia questionar se eu fui medicado enquanto dormia. Achei um pouco improvável, mas me virei.O quarto era lindo, bem organizado e com o espaço bem aproveitado. Do teto ao piso, o quarto era rústico com tons amadeirados, cinza e brancos. Tudo simples, mas bem bonito e cheio de personalidade. Eu estava debaixo das cobertas, então aproveitei o quão confortável estava ali embaixo. É engraçado notar o fato de que eu estava sem camisa. Eu procurei o motivo, e realmente não entendi, mas corei em imaginar aquele par de mãos pequenas tendo que tirar minha camisa sem minha ajuda.
Quando sinto a cama se movimentar levemente bem nos meus pés. Olho para baixo, vejo um gato laranja peludo se aproximando enquanto ronronava.
- Ok. Isso me deu um baita susto. - conversei com o gato, rindo de mim mesmo pelo fato de que o bichano provavelmente não entenderia ou responderia.
Em vez disso, soltou um miado engraçado e veio velozmente até mim.
Em cima da minha barriga, ele depositou as duas patas dianteiras e começou a amassar o pãozinho.
"Esse gato é tão fofo quanto a dona"
Sorri ao pensar isso. Tinha me esquecido da dor, do desespero e da vergonha que eu tinha passado na frente de Jade. Agora mesmo, ela deve estar pensando que eu sou um fraco oportunista ou que não sei cuidar de mim mesmo.
Preciso ir embora daqui!
Quando tirei o gato de cima de mim e coloquei os pés para fora da cama, a porta se abre, revelando uma Jade preocupada.
- Felipe! Que bom que acordou! - ela exclamou, vindo na minha direção com um sorriso.
- Jade. - sorri, sem graça enquanto tentava me esconder debaixo das cobertas para que ela não visse minha barriga exposta.
Me repreendi na mesma hora, já que era ela quem tinha a tirado.
- Você me deixou preocupada e de antemão, perdão por ter entrado no seu apartamento sem a sua autorização. - Estremeci e não consegui evitar de arregalar os olhos.
- An? - questionei.
- Você desmaiou na minha frente, Felipe. Suas chaves estavam no seu bolso então eu tive que entrar e prometo, só busquei a medicação e voltei.
Mesmo assim moça, custava só ter me deixado desmaiado aqui?
- Tudo bem. O que eu tomei? - perguntei, tentando não transparecer o desconforto.
- Você tomou os da prescrição que estavam atrasados. Mas, você ficou 3 horas apagado. Lamento pela camisa, você começou a esquentar muito. Tive que tratar sua febre, mas não vou mentir: estava com medo de que você morresse em cima da minha cama. - ela sorriu.
- Obrigado, de verdade. Mas acho que eu já tô bem, né?
- Nem pensar! - ela se aproximou, colocando a mão na minha testa e no meu pescoço. - A febre ainda não passou 100%. Fique aí até melhorar. - Jade era tão otimista que cheirava a arco - íris e marshmallow. - Cerveja, fica de olho no tio Felipe pra mim, tá bem?
O gato dela se chama cerveja. Um gato amarelo chamado cerveja.
Quando olhei pro cerveja e voltei os olhos nela, só então pude notar que ela estava com os cabelos molhados e a roupa trocada.
Olhei no quarto de novo. Eu ajudei ela com essa reforma e me lembro claramente quando ela disse:
"Não tenho nada no outro banheiro. Só uso o do quarto porque não recebo muitas visitas."
Eu coloquei esse guarda - roupa aqui. Era um grande roupeiro de madeira com um enorme espelho que ficava bem de frente com a cama.
Fiz pequenos cálculos pra entender que haviam 85% de chance de Jade ter trocado de roupa depois do banho bem aqui, na minha frente.
Arregalei os olhos enquanto olhava pra cerveja.
Voltei novamente o olhar para ela. Seu corpo era tão belo, seus cabelos eram belos e o seu olhar mais ainda. Tudo isso entrava em harmonia com o shortinho jeans que ela colocou. Em cima, um blusão de cor neutra e uma presilha de estrela no cabelo.
Só percebi que estava a encarando de cima abaixo quando ela bateu a porta, saindo do quarto.
- Cerveja! - exclamei, em um sussurro. - Cara, porque você não me diz se ela se trocou aqui enquanto eu dormia?
Cerveja respondeu com um miado.
- Orra. Só de pensar nisso eu já quero morrer de vergonha.
O cerveja me encarou, quase como se estivesse me julgando por ter dito isso.
Esse tipo de coisa geralmente não acontece, então eu resolvi aproveitar e cochilar mais um pouquinho na cama confortável e cheirosa da minha nova vizinha, que tinha um gato amarelo chamado cerveja.
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My big problem - Felca ✨
RomancePor que grandes problemas e grandes obstáculos estão sempre ligados à grandes conquistas? Talvez, seja justo que te custe muito aquilo que muito vale. E Felipe Bressanim (ou felca, como ele era conhecido) estava prestes a descobrir isso. Um YouTube...