4. Aleatório e Absurdo

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Dentro do carro Roz só sabia me olhar, chegava a ser engraçado, pois seu olhar era de curiosidade e sei que a qualquer momento ela virá com uma pergunta mais aleatória e completamente absurda.

— Seu olho doeu para colocar? — não falei, já começou e nem chegamos no quarto ainda.

— Do que está falando Roz?

— Sabe meu nome, que bonitinho — só pode ser brincadeira, ela está chamando atenção de todos, afinal estou entrando com ela no meu colo enquanto ela passa aquele dedo fino dela, no meu nariz.

— Então me acha bonitinho?

— Nãooooo — sua voz arrastada chegava a ser engraçada — Te acho um gostoso mesmo, pena que não tenho chance alguma.

— Do que está falando Roz?

— Não sei nem o seu nome, como vou saber do que estamos falando?

Não consigo seguir com a conversa, pois precisei a colocar no chão para abrir a porta do quarto, como ela fez força para descer acabei permitindo, mas nos primeiros passos ela quase cai.

— Eu não estou bem...

— Você precisa de um banho gelado e muita glicose.

— Por que está cuidando de mim? Vai me cobrar o quê? Não tenho dinheiro e não dou meu fiofó, já vou logo avisando.

Não consigo segurar a gargalhada com após essa declaração, nunca tive uma conversa tão aleatória em toda a minha vida, pior era ela tentando nadar no seco. Como ela pode ficar tão bêbada dessa forma?

Entro com ela no banheiro e coloca a banheira para encher, não consigo tirar a mão dela sem que ela caia no processo, o problema começou quando ela olha para banheira e agora entende que irá tomar banho.

— Você quer se aproveitar de mim, seu gostoso, mas não vou deixar — suas mãos batiam no meu peito em forma de protesto, mas eu sabia apenas sorrir.

— Não vou fazer nada com você Roz, apenas um banho gelado para ajudar nessa sua bebedeira.

— Eu não gosto de banho gelado — sua voz começa a ficar embargada.

— Mas gosta de beber, então vai ter que aturar o banho agora.

— Não gosto de beber, nunca bebi.

— Por que fez isso hoje?

— Porque não tenho para onde ir e tenho medo de me matar — sua resposta destruiu meu coração e pelo jeito não foi apenas o meu, pois sinto meu lobo choramingar.

Roz começa a relutar para entrar na banheira e olha que nem fiz menção de tirar a sua roupa, ela pelo jeito já tem traumas demais, não precisa que eu os lembre. Sem ter muito o que fazer a pego no colo entrando com ela enquanto ela esperneia e reclama que está gelado.

Logo ela foi se acalmando e aconchegando contra o meu corpo, ela ficou tão quieta que cheguei a pensar que ela já estava dormindo, mas quando me mexo ela segura em meu braço.

— Por quê? — sua voz era apenas um sussurro e pelo jeito o álcool já começou abaixar de seu organismo.

— Roz, você já me fez essa pergunta diversas vezes e cada vez era sobre um assunto diferente...

— Por que está me ajudando? — ela me interrompe sem me deixar levantar.

— Sei como é ser acusado de algo que não fez.

— Merda, você já ficou sabendo e vai querer se aproveitar de mim.

— Sim, fiquei sabendo, sim, mas não quero me aproveitar de você, muito pelo contrário estou cuidando e protegendo desde o momento que se sentou naquela mesa.

Ela ergue o olhar e quando nossos olhares se encontra consigo sentir toda a dor que percorre o corpo e a mente dela, a puxo contra o meu peito a abraçando e nessa hora ela não consegue mais segurar o choro.

Roz chorou até pegar no sono, o que me deixou em uma situação constrangedora, não poderia deixar ela molhada daquela forma e também não poderia ficar ali com ela na água. Com cuidado a levo até o sofá, a deito de uma forma que ela não se vire ou caia.

Procuro uma camiseta minha de dormir e paraliso pensando como vou fazer com a roupa de baixo, pois também molhou. Mas que merda tenho trezentos e quarenta e cinco anos e estou com vergonha de uma garotinha?

Garotinha linda, essa devo admitir, mas ainda sim... Merda, ela me deixa exitante e isso não é nada bom, nessas horas gostaria de Destin aqui comigo ele conseguiria a secar sem maiores problemas.

— Para ele depois ficar por séculos me enchendo? Esquece quero ele aqui não.

Com muito cuidado vou tirando a sua roupa molhada e a secando com a toalha, a deixo apenas de lingerie, mas elas estavam encharcadas, também não poderia deixar nela, humanos são muito fracos e ficam doentes com muita facilidade.

Ameaço a tocar várias vezes, ela era linda, doce, meiga e merda, estou pensando muito, respiro fundo a despindo de uma vez e assim que coloco a camiseta a deito na cama. Roz vai se aconchegando junto aos cobertores, mas não solta o meu braço me fazendo sentar na cama ao seu lado.

Não sou de dormir fácil, mas sentindo o seu toque na minha pele e ouvindo a sua respiração acabo pegando no sono e me aconchegando na cama e nela ao mesmo tempo.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora