Um Alfa, Um Segredo

6. Qual sua resposta?

Mesmo relembrado a todo momento o meu passado, meu lobo não parava de gargalhar, percebi que ela é muito expressiva, mas não era motivo dele estar gargalhando assim.

Mas no momento que fui receber as suas roupas que ele me permitiu escutar partes do seu pensamento e precisei me esforçar para não rir também. Ela estava se superando, mas não posso negar também estou amando as nossas conversas, mesmo sendo absurdas.

— Tenho até medo de saber de onde tira essas ideias e pare de revirar esses olhos — toco em seu nariz a fazendo se assustar, não era essa a intenção, mas meu corpo se mexeu sozinho.

— O que aconteceu com você?

— Passado, não quero falar sobre isso, quer falar sobre o seu?

— Não, mas tenho certeza que você já sabe de tudo — ela abaixa a cabeça envergonhada, como queria abraçar ela agora e mostrar que tudo vai ficar bem.

— Vamos fazer um acordo, quando ambos se sentirem confortáveis contamos a nossa versão — estendo a mão para ela e mesmo receosa ela aceita, o toque dela era melhor do que me lembrava e acabo sorrindo com isso.

— Me desculpa, mas como posso ir morar com alguém que nem lembro o nome e que mora no outro lado do mundo?

— Lykos Fotiá, agora me deixou curioso como estava me chamando?

— Gringo gostoso — ela engole seco após sussurrar a última parte, mas consigo escutar perfeitamente e não consigo segurar a risada, mas quando ela revira os olhos novamente, mesmo que discretamente algo muda em mim.

— Roz, qual a sua resposta?

— Eu não sei, tenho medo, vou ser sincera...

— Me deixa te ajudar, te proteger, longe daqui você pode reconstruir sua vida sendo você mesma, a fadinha colorida de humor duvidoso.

— Eu não tenho humor duvidoso — ela me empurra rindo baixo e sinceramente aquele sorriso me fez ganhar o dia.

— Vem comigo para Grindelwald, continue estudando e tente refazer a vida lá, se não conseguir após seus estudos finalizados você é livre para ir para qualquer lugar.

— O que você ganha com isso?

— Já disse, companhia e uma ótima funcionária depois, mesmo que não queria ficar em Grindelwald, tenho faculdades espalhadas pelo mundo todo, tenho certeza que vai encontrar um para dar aula.

— Vai me fazer trabalhar de graça por quantos anos?

— Por nenhum, sempre será remunerada — ela ainda me olhava desconfiada — Olha eu já fui acusado de algo que não fiz e precisei pagar o preço da mesma forma, ninguém me deu essa oportunidade e fui forçado a fazer isso sozinho e não vou mentir, foi muito difícil, agora imagina para você?

— Fui expulsa novamente do prédio onde moro e por algo que minha irmã fez, mas ninguém acredita, pois ela foi embora no mesmo mês.

— Ela também foi embora, me deixa te ajudar — seus olhos começam a encher de lágrimas novamente — Prometo que não vou lhe tocar sem permissão, te deixar livre dentro do possível, desde que não se coloque em perigo...

— Eu aceito — ela me interrompe me respondendo exatamente o que eu queria ouvir.

— Isso — sem controle do meu corpo a abraço e ela mesmo estranhando me abraça de volta, devo estar parecendo um louco neste momento, mas a alegria de saber que a terei comigo era algo fora do normal.

Meu corpo todo vibrou sentindo sua pele contra a minha, era um toque diferente que me fazia desejar por mais, não sentia esse desejo há muito tempo, nem mesmo por Esec era tão intenso.

— Obrigada — ela sussurra contra o meu pescoço se acomodando no meu abraço e isso me quebrou, agora tenho certeza que não consigo mais a deixar longe de mim, preciso cuidar, proteger e se preciso for dou a minha vida para ela.

— Conte sempre comigo Roz — sua pele se arrepia ao escutar a minha voz e agora percebo a cilada que estou entrando, pois a quero de uma forma que ela nem sonha, mas vou usar o tempo ao meu favor e a conquistar.

Nunca me senti tão vivo como estou me sentindo agora, meu lobo vibrava também, mesmo adormecido a tanto tempo ele agora estava mais alerta e do seu jeito ele comemorava a proximidade de Roz.

— Quando você volta? — ela se acomoda mais contra o meu corpo me deixando surpreso, afinal não estou no cio ou sendo influenciados pela lua "minha" escuto meu lobo resmungar, mas imediatamente o respondo "nossa" e escuto a sua gargalhada.

— O que tinha para fazer já foi concluído.

— Mas e documentação?

— Posso dar um jeito nisso e se você quiser podemos ir amanhã mesmo — ela me olha curiosa e seguro para não rir — Autorização para estudo e ajudar as pessoas certas te possibilita alguns privilégios.

— Fiquei com medo agora — puta merda sentir a sua respiração estava me deixando louco, preciso fazer alguma coisa antes que ela perceba.

— Você não precisa ter medo, mas precisamos recolher seus pertences.

— Não posso entrar...

— Vou com você, não vou sair do seu lado e antes que termine esse pensamento — toco em sua testa e admirando a sua careta fofa — Nada do que digam vai mudar o que penso sobre você.