Roz ainda estava com medo do que as pessoas possam falar, se ela desconfiar que já escutei tudo ela certamente não olharia para mim, já percebi que ela está enrolando para ir ao seu apartamento e tenho certeza que é por vergonha.
Para estimular ligo o computador comprando as passagens e parece que deu certo, pois assim que ela percebeu o horário de embarque que era as seis horas de amanhã ela deu um pulo da cama correndo para o banheiro se trocar.
O que tínhamos para resolver era rápido, então não me preocupei, afinal ela não teria muito o que levar e a documentação que preciso já solicitei a Destin que vai fazer sua mágica acontecer, as explicações eu me viro com ele depois o que mais importa é ter Roz na minha casa a salvo de todos.
Enquanto ela se aprontava no banheiro corri me arrumar ali no quarto mesmo, por poucos segundos ela não pega sem roupas, seria interessante ver sua reação, mas não seria apropriado, então vamos com calma.
Ela foi me instruindo ir até sua casa, mesmo eu sabendo onde era, mas esses detalhes espero que ela não fique sabendo, pelo menos não por enquanto. Tem muitas coisas sobre minha vida que vou fazer de tudo para ela não ter conhecimento.
Roz me pediu para aguardar no carro, mas ao escutar aquela senhora ofendendo a minha colorida perdi a paciência e fui atrás das duas, ela estava acompanhada de mais uma pessoa que olhava desmerecendo Roz.
— Algum problema, querida — toco sua cintura dando um beijo no seu ombro, Roz percebeu que a senhora a nossa frente chegou a ficar de boca aberta.
— Ela não me permite, entrar e pegar as minhas coisas — Roz se acomoda nos braços de forma tão natural que até nós dois estranhamos, pois ela me olhou como se eu a fosse repreender, mas a puxei para mais perto dando outro beijo em seu ombro.
— Escuta aqui mocinha, isso aqui não é bordel...
— Cuidado com suas próximas palavras, impedir ela de acessar o próprio apartamento é crime e se continuar a ofender faço questão de processar também por calúnia, pois essas ofensas não condizem com essa moça que está a sua frente — ela dá um passo para trás, mesmo sem intenção minha voz estava impondo a minha vontade e o resultado foi que os dois saíram às pressas da nossa frente, nos permitindo entrar.
Roz me puxa pela mão subindo as escadas na minha frente, ao entrar percebo seu apartamento organizado e claro, tinha uns utensílios mágicos fajutos que tenho certeza que faria Destin cair no chão de tanto desgosto.
— Trabalhei anos em uma loja exotérica quando meus pais faleceram, a dona da loja era um amor e me ajudou muito, agradeço imensamente a ela.
— Não tem mais contato? — ela nega com a cabeça olhando aqueles objetos.
— Tudo isso será jogado no lixo este final de semana.
— Não precisa ser assim, posso dar um jeito de mandar, entregar ou até mesmo guardar.
— Obrigada, mas não precisa — ela segura a minha mão me puxando até o seu quarto — Já que será uma nova vida, vou levar apenas o essencial mesmo, pode pegar para mim, por favor?
Confirmo com a cabeça, pegando a mala em cima do seu guarda-roupa sem nenhuma dificuldade, ela já mantinha apenas o essencial ali no apartamento, isso facilitou dela pegar apenas algumas roupas.
Como o clima é frio em Grindelwald, ela não aproveitaria a maioria de suas roupas, já antecipei que vou providenciar tudo para ela, mesmo ela se negando no começo acabou aceitando com a condição que seria o mínimo possível.
Isso é muito relativo, afinal o mínimo é o meu, e considero dar o melhor e confortável a ela, enquanto estiver vivo, mesmo que no futuro ela acabe correndo de mim depois.
Apenas de pensar nessa possibilidade já entro em desespero, saio dos meus pensamentos perturbadores quando sinto aquela mão pequena nas minhas costas que fazia meu corpo tremer e se arrepiar.
— Acredito que peguei tudo — poderia passar o dia todo apenas olhando aqueles olhos, merda o tanto que corri desse dia e agora estou me lançando completamente nesse sentimento.
— Então vamos cuidar da parte burocrática — agora quem pega a sua mão sou eu, enquanto segura a sua mala com a outra.
Antes de sair, pergunto mais uma vez se ela quer guardar suas coisas, mas ela nega afirmando que aqui ela não retornava mais. Ao chegar a faculdade, os comentários maldosos deram lugar aos curiosos.
Com os olhares nas nossas mãos dadas, percebo Roz um pouco receosa, mas sempre que ela ouvia algum comentário ela apertava a minha mão procurando apoio, minha alegria foi tamanha que quando o reitor se negou em liberar o último semestre dela de forma online, não pensei duas vezes e usar a voz de comando sobre ele.
A tempos não trabalhávamos mais juntos, mas já percebi que quando o assunto é Roz meu lobo me acompanha em qualquer ação para a manter protegida e acolhida. Os documentos com autorização de partida de Roz ao meu lado para qualquer lugar o mundo já está pronta e junto um bilhete na nossa língua antiga com o recado "Quero explicações"!
— Como conseguiu tudo isso tão rápido?
— Eu disse que destes detalhes eu resolvo, precisamos apenas providenciar para você roupas térmicas, para já colocar no avião.
Mesmo tremula Roz me acompanhou e provou tudo que pedi, com isso tenho certeza que ela aguenta chegar a minha casa sem congelar e adoecer, lá providencio o resto.
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Um Alfa, Um Segredo
WerewolfRoz está passando por seu pior momento, ao ser confundida com sua irmã gêmea que já saiu do país a mais de cinco anos, mas tudo muda quando ela é novamente ridicularizada na faculdade e o reitor precisa intervir a deixando como guia para Lykos Fotiá...