Sexy (With My Ex)

Rosamaria desce as escadas do prédio de sua galeria, o som dos saltos ecoando pelos corredores. Ela ajusta o cachecol ao redor do pescoço, tentando afastar o frio do início da noite de Nova York. Enquanto caminha pela calçada, o ar está carregado com o cheiro de comida de rua, misturado ao aroma doce dos pretzels e ao amargor do café recém-preparado de um carrinho próximo.

A cidade está viva, como sempre, com pessoas se apressando em todas as direções, luzes de neon piscando e carros passando em um fluxo incessante.

Enquanto caminha em direção à estação de metrô da 14th Street, Rosamaria sente o coração acelerar. Ela não sabe exatamente o que esperar desse encontro. A mensagem de Alex, sugerindo que se encontrassem, foi inesperada.

Elas não se falavam desde o término, uma separação marcada por discussões e lágrimas. Agora, enquanto desce as escadas para o metrô, ela sente uma mistura de ansiedade e curiosidade.

O som da estação é familiar: o ruído das portas de metrô abrindo e fechando, o som metálico das moedas caindo nas máquinas de bilhetes, as conversas abafadas. O ar é denso com o cheiro do concreto e do óleo, uma lembrança constante da vida subterrânea da cidade. Rosamaria olha ao redor, procurando por Alex entre as faces dos passageiros.

Finalmente, ela a vê.

Alex está encostada em uma das colunas, os braços cruzados, olhando para o chão. Ela está usando uma jaqueta de couro preta, o cabelo loiro caindo desordenadamente sobre os ombros. Quando levanta o olhar e vê Rosamaria, um sorriso hesitante aparece em seu rosto.

"Oi," diz Rosamaria, tentando não parecer nervosa, ao ver Alex se aproximar.

"Oi," responde Alex, com um sorriso tímido. "Como você está?"

"Bem... Quer dizer, trabalhando muito," Rosamaria responde, desviando o olhar. "E você?"

"Ah, sabe como é, freelances e mais freelances," Alex dá de ombros, olhando para o chão. "A vida segue, né?"

Elas caminham em silêncio por um momento, o som dos passos ecoando no metrô onde o barulho parece distante. Rosamaria tenta não pensar demais nas mãos que costumavam se entrelaçar ou nos risos que costumavam compartilhar.

"Você ainda está com aquele projeto na galeria?" Alex pergunta, tentando manter a conversa leve.

"Sim, estamos organizando uma nova exposição," Rosamaria responde com um brilho nos olhos. "É sobre identidade e autoexpressão. Acho que você iria gostar."

"Parece incrível. Fico feliz que esteja indo bem," Alex diz, sincera. "Estava pensando... talvez devêssemos tomar um drinque," sugere Alex, enquanto saem para o ar frio da noite.

Rosamaria concorda, e elas se dirigem a um pequeno bar nas proximidades, um lugar que costumavam frequentar. O bar é aconchegante, com luzes baixas e uma música suave tocando ao fundo.

O ambiente é acolhedor, com sofás confortáveis e paredes cobertas de livros. Elas se sentam em uma mesa de canto, onde a luz das velas cria uma atmosfera íntima.

"Esse lugar não mudou nada," Alex comenta, olhando ao redor. "Parece que foi ontem que estávamos aqui."

"Sim," Rosamaria concorda, lembrando-se de todas as noites que passaram naquele lugar, rindo e conversando sobre arte, fotografia e suas vidas. "Muita coisa mudou, mas algumas coisas permanecem as mesmas."

Elas pedem seus drinques - um vinho tinto para Rosamaria e um Mojito para Alex e conforme os drinques chegam e o álcool começa a fazer efeito, a conversa começa a fluir mais livremente. Elas relembram momentos compartilhados, histórias que as fizeram rir até chorar e situações que agora parecem tão distantes.