9. Muitas horas juntos

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Não sei o que aconteceu para Roz ficar estranha de uma hora para outra, mas assim que ela se vira se acomodando no meu corpo, sinto ele ferver instantaneamente. Sei que devo sair de perto, mas não consigo ela era toda delicada e colorida que acabo sorrindo.

Agora que percebo que ela está usando os meus fones, não lembro de ela ter comentado nada, mas também não me importo que ela use. Quando estou tirando alguns fios de cabelo do seu rosto, uma comissária de bordo abre a porta sutilmente.

Ela sorria se aproximando da cama, mas seu sorriso some quando percebe que estou fazendo carinho em Roz. Peço para ela deixar na mesa e se retirar, toda a sutiliza foi embora, já que ela bateu à porta fazendo Roz acordar assustada.

— O quê? — ela se levanta com tudo batendo a cabeça e não consigo segurar o riso — Para de rir, isso está doendo.

— Deixa eu ver — a puxo para perto massageando sua cabeça, na verdade, só a queria perto novamente, mas não durou muito, pois ela se soltou e voltou a sentar longe.

— Por que me acordou?

— Não fui eu, mas de qualquer forma trouxeram a comida — ela confirma com a cabeça olhando tudo com muita curiosidade.

— Você me olhando assim está ficando muito esquisito.

— Desculpa, mas sua curiosidade me encanta.

— Não devia falar comigo desta forma quando é compromissado.

— Do que está falando Roz?

Ela pega a pasta de documentos e me mostra o bilhete dourado de Destin, quando ela tocou nele a mensagem muda, mas mesmo assim não consigo entender qual o motivo dela se manter distante.

— Não sabia que tinha uma Destin o esperando, na verdade, não sei quase nada de você.

— Ele, Destin, é meu melhor amigo — a respondo segurando o riso — O que pensou?

— Nada de importante — ela se concentrava apenas na comida, mas não colocava nada na boca.

— Não precisa comer.

Ela se levantou com tudo e se deitou novamente, nunca imaginei que aquela fadinha pudesse ser tímida, curiosa, sim, mas tímida era novidade. Vou até ela na cama pegando um dos fones que caiu da sua orelha.

— O que está assistindo? — pergunto passando por cima do seu corpo para alcançar o fone e o coloco na minha orelha, ela não me responde apenas me acompanha com o olhar e quando a olho diretamente nos olhos ela se volta para frente corada.

— Nem lembro, acabei pegando no sono — ela me entrega o controle — Pode escolher e sobre o fone eu peguei o seu, pois o meu estava no alto...

— Não se preocupe, pode usar — eu estou muito ferrado, já tinha noção disso, mas agora a confirmação está gritando na minha cara.

A única coisa que consigo pensar é nos seus lábios e na sua pele, não posso fazer isso, ela vai me achar um maluco sem contar que prometi que não iria a tocar, pelo não sem sua permissão.

Como fico parado olhando para ela, o toque das suas mãos pegando o controle me trouxe de volta a realidade, ela se acomodou ou tentou, pelo menos, escolhendo qualquer filme que estava sendo indicado.

Não demora muito ela adormece novamente, mas desta vez a acompanho, acordo assustado com ela me segurando firme enquanto o avião balançava violentamente.

— Calma, é apenas uma turbulência — ela tenta se soltar, mas a seguro novamente contra o meu corpo.

— Não queria te acordar, mas fiquei com medo.

— É sua primeira vez, não tem do que se envergonhar e pode parar de tentar se soltar? — minha voz era divertida e quando finalmente abaixo a cabeça que percebo o quão perto seu rosto está do meu.

A comissária com seu péssimo humor entra novamente com tudo, mas seguro Roz contra o meu corpo quando ela tenta se soltar. Sem nos olhar, ela apenas recolhe a comida e avisa que vamos fazer uma pausa para abastecer e que poderíamos sair ou não do avião durante o processo.

Roz acabou negando, mesmo quando insisti para ela andar pelo aeroporto, mas não consegui a convencer. Roz aproveitou para tirar sarro de mim, pois a comissária estava interessada.

— Estou falando sério, Lykos posso ir à área comum e deixar vocês dois a sós.

— Não fale besteira, não troco a sua companhia por ninguém, mas já que tocou no assunto vamos juntos para você conhecer.

A puxo para fora enquanto ela ainda estava processando a informação que acabei de soltar. Assim que chegamos tinham poucas pessoas ali, mas todas olhavam para nós com curiosidade.

Ela se encolhe nos meus braços até sentarmos e logo estava solta novamente olhando tudo ao redor, não consigo parar de olhar um segundo se quer. Peço algo para beber enquanto estamos ali, mas logo retornamos, pois o avião iria decolar novamente.

Antes de desembarcar peço que ela se troque, mas quando ameaço sair escuto alguns comentários maldosos dos passageiros da cabine ao lado, eles estavam apenas esperando minha saída para abordar Roz.

— Shiii — falo para ela que se assusta, pois estava apenas de blusa e quando a porta se abriu a beijei. Ela de início me olhou espantada, mas logo correspondeu o beijo e até me esqueci do motivo e onde estávamos.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora