11. Primeiras Impressões

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Vou a levando para dentro ainda enrolando ela com meu casaco, antes de liberar o acesso já cadastro a sua digital e peço para cadastrar uma senha. Ela olhava para todos os cantos ao mesmo tempo.

— Logo a casa vai estar aquecida, vou buscar as malas.

— Eu te ajudo — entro na sua frente a impedindo de sair — Que foi?

— Está muito frio lá fora e escorregadio também, quando o tempo estiver mais firme te ajudo explorar o exterior da casa, mas por enquanto apenas aqui dentro.

— Não vem com essa de ser doido, hein, não vou ficar presa dentro de casa — não consigo segurar a gargalhada, nunca ri tanto como quando estou com ela.

— Avisei que conheço todos os perigos dessa região e aqui é um deles, ninguém ousa invadir a minha casa justamente por que alguns já caíram tentando — ela chega perder a cor assim que fui falando — Mas aqui dentro é tranquilo posso te garantir.

— Cuidado — ela me abraça no susto e quando vai se afastando a puxo de volta contra o meu corpo.

— Vou tomar, enquanto isso explore a sua nova casa — dou um beijo na sua testa e volto para o carro encontrando Destin parado me olhando.

Olho ao redor para ver se Roz pode nos ver enquanto Destin começa a gargalhar, o puxo para atrás do carro para que ela não o escute. O infeliz começa a me analisar e já sei onde isso vai dar.

— Então esse sorriso é culpa da fadinha colorida.

— Fica longe dela.

— Mas nem falei nada e já está me ameaçando?

— Destin, estou falando sério, fica longe dela.

— Está com medo de se apaixonar? Não se preocupe, sabe muito bem que meu interesse é...

— Cala a boca, Destin.

— Você nunca me deu uma chance — ele faz aquela cara tristonha que não convence ninguém e logo começa a gargalhar me fazendo negar com a cabeça.

— Fora Destin, vou ajudar ela a se instalar.

— Tudo bem, eu volto outro dia e acho melhor você me apresentar.

Destin some no segundo seguinte me deixando sozinho para carregar as malas, assim que entro em casa sinto um cheiro de chocolate quente, mas antes de ir até a cozinha vou conferir a temperatura da casa, afinal agora ela precisa estar mais quente por conta de Roz.

Ela me entrega uma caneca e volta olhar tudo, a casa tem apenas as paredes laterais fechadas, de frente para o penhasco é completamente de vidro, assim consigo ter uma visão melhor dos arredores.

— Um lugar bem peculiar parar morar não acha?

— Gosto por ser tranquilo.

— Já entendi, vou me manter em silêncio — ela ergue as mãos me fazendo rir, solto a caneca indo ao seu encontro e a abraçando.

— Você pode fazer o que quiser.

— Uma festa? — confirmo com a cabeça a mantendo perto — Música alta? — confirmo novamente — O que quer fazer?

— Sinceramente? — ela confirma já com a respiração acelerada — Te beijar.

— Não abusa só porque é gostoso — ela se solta me fazendo rir — Onde será meu quarto?

— Pode escolher qualquer quarto no andar de cima.

— Aqui em baixo tem quartos?

— Sim, mas Destin vive invadindo, então escolha um do andar de cima.

Ela sai da cozinha com a respiração acelerada, vou próxima à janela de vidro da sala onde consigo ter uma visão dela no andar de cima. Roz abriu todas as portas e dava apenas alguns passos para dentro, mas quando abriu a porta do meu quarto ela paralisou na porta e veio dando passos para trás.

Corro escada acima chegando a tempo de ela não encostar no corrimão, ela se vira de uma vez se escondendo me abraçando em seguida. Ela estava tremendo e seguindo onde ela estava olhando não consigo enxergar nada.

— O que você viu?

— Não sei, parecia uma mulher, mas ela tinha olhos amarelos e estava com as mãos ensanguentadas, seu rosto estava na sombra.

— Fica tranquila, não foi nada com que tenha que se preocupar.

Não pode ser que ela esteja rondando aqui novamente, faz anos que ela não aparece e por que justamente agora ela iria vir caçar por aqui? Escolhi esta casa justamente para correr e caçar na minha forma de lupina sem medo de ser pego, mesmo em alta temporada este lado é considerado por todos os moradores como amaldiçoado, então ninguém vem fazer trilha aqui próximo.

— Devo estar cansada apenas, muita mudança em curto tempo.

— Com fome também, já escolheu um quarto? — ela nega com a cabeça — Vamos comer alguma coisa e depois você escolhe então.

Desço com ela em silêncio, ainda procurando qualquer resquício de algum invasor, mas não encontrei nada. Uma das coisas que aprendi no decorrer desses meus anos sozinhos é cozinhar e sempre tenho comida pronta e congelada, por preparar em grande quantidade.

Na lua cheia acabo sempre esvaziando tudo, mas agora preciso ser mais cauteloso e garantir que Roz não perceba nenhuma mudança minha. Ela ainda evitava olhar para fora.

— O que achou?

— Primeiras impressões? — confirmo com a cabeça — É uma casa enorme para quem mora sozinho, num lugar lindo e sinceramente muito afastado.

— Está querendo perguntar algo, pode perguntar, vou responder sempre que possível.

— Por que estou aqui? O que quer comigo? O que deseja Lykos?

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora