Um Alfa, Um Segredo

13. Um mal entendido

A presença de Roz era um calmante e um estimulante para mim, ver ela cada dia mais solta dentro de casa me enchia de felicidade, na verdade, não me lembro se já me senti assim cheio de vida.

Mas minha alegria diminuiu assim que a campainha tocou, ninguém vem até aqui, só poderia ser Destin mesmo eu o mandando embora diversas vezes, sua teimosia o fazia retornar, não o quero perto de Roz e ele se recusa a aceitar.

Como estava no banho não cheguei a tempo e Roz acabou abrindo a porta, ele a analisava na cara dura, mas começou a conversar apenas quando cheguei na sala percebo Roz fazer o movimento para se levantar, mas quando fui a tocar era tarde demais.

— Senta, não mandei sair — a voz de Destin era fria, ele estava tentando fazer ela sentir medo?

— Desde quando você manda em mim? Só fiquei aqui por educação da próxima nem isso faço — ela não se controla e já o repreende.

— Então é por essa aí que você me fez aprontar os papeis rápido? Se apaixonou mesmo por esta coisinha? Não tem vergonha na cara Lykos, ela tem idade para ser sua neta ou até mais — quando ele a percebe retornando vejo seu sorriso crescer, idiota, era exatamente isso que ele queria.

— Cretino veio aqui apenas para a irritar?

Roz passa por mim olhando diretamente para Destin e o acerta com um tapa tão forte que ele chegou a virar o rosto, merda isso não deveria estar acontecendo. Destin se vira para ela que ergue a mão o mandando de se calar.

— Tenha educação comigo e terei com você, me trate como agora e te devolvo em dobro, agora se ele se apaixonou ou não por mim diz respeito apenas a nós dois e não a você.

— Vai se arrepender — assim que ele ergue as mãos, Roz é lançada contra a parede e antes que ela se machuque pulo a pegando no colo, mas Destin me ergue no ar ficando do lado oposto.

Sinto a raiva percorrer meu corpo assim como o meu lobo rosnando, nunca ataquei Destin, mas por Roz ataco até a mim mesmo, me solto de sua magia e pulo em cima dele o enforcando.

Começo a escutar as suas gargalhadas sufocadas e vou soltando o aperto do seu pescoço, ele se solta saindo debaixo de mim indo até Roz que desce suavemente adormecida, ele a pega no colo sorrindo.

— Me desculpa arco-íris, mas precisava provar a minha teoria.

— Ficou maluco? Ela é uma humana, como pode fazer isso?

— Apenas para provar para você que ela é mais importante para você e seu lobo do que você pode imaginar, Lykos ela despertou seu alfa.

— Para de merda e a atrás de volta.

— Primeiro precisamos montar uma boa desculpa, já que a quer fora do nosso mundo.

Ele fala a deitando no sofá e já colocando um chá em cima da mesa de centro, ele vai simular que nos dopamos, ele é louco, mas pode dar certo já que ela nunca fez isso.

Corro até a cozinha pegando algumas xícaras e quando retorno, com magia ele preenche os copos ao tomar um gole sinto meu corpo mais mole e o riso solto, mas consigo respirar aliviado apenas quando Roz abre os olhos.

Ao contrário do imaginava ela pula em cima dele dando tapas enquanto ele apenas me grita pedindo socorro, ali estava o Destin de verdade. A puxo pela cintura a fazendo olhar para mim.

— Desculpa, não deveria ter permitido você beber.

— Beber o quê? Não... — sua voz some no final assim que ela olha para as xícaras.

— Eu tenho culpa nessa, esqueci que seria sua primeira vez e acabei exagerando um pouco, mas você está bem? Só tomou alguns goles e acabou adormecendo no sofá — Destin mente na cara dura para Roz, que a olha ainda desconfiada.

— Mas você... — ela olha para Destin, que a abraça sorrindo.

— Desculpa, no começo fiquei com ciúmes, sabia que já tentei agarrar ele? — ela segura o riso intercalando seu olhar entre nós dois — Quando ele me disse que você estava vindo acreditei que agora ficaria de fora.

— Acredito que não esteja pensando direito ainda — ela o empurra, o fazendo cair no chão gargalhando.

— Não se preocupe arco-íris, tudo o que você gosta eu amo, entre mim e você só amizade mesmo.

— Roz, tudo bem? — ela ainda não estava convencida e sinceramente não estaria no lugar dela.

— Estou, sim, só vou para meu quarto, me desculpe Destin eu...

— Foi só um mal-entendido, amigos? — ele corre até ela, que acaba sorrindo pelo jeito dele de ser e o abraça de volta o fazendo sorrir.

— Amigos Destin, agora vou deitar, não sei o que era isso, mas mexeu com a minha cabeça.

Deixo Destin ali sozinho, afinal ele já está acostumado com a casa e vou atrás de Roz que estava relutante para entrar em seu quarto, a abraço a empurrando para a minha porta.

Ela estava tímida com tudo que aconteceu, sei que ela ainda vai me perguntar, mas enquanto isso vou apenas fingir que nada sei. No meio do quarto percebo seu corpo ficando mole novamente, mas agora ela estava serena.

Isso significa que ela aceitou aquilo como verdade, a magia de Destin ultrapassava os níveis aceitáveis, por isso ele foi expulso do seu coven, e com isso nos juntamos, afinal dois solitários devem se ajudar.