Padecimento

2 2 10
                                    

ato ou resultado de padecer; dor,

sofrimento (físico ou moral).

Estamos andando pela praia e o calor está me matando. Ainda bem que não vim de terno, estaria desmaiado no chão.

— Não estamos de férias, okay? — Continuo — William vai ficar passeando de férias e eu e você vamos trabalhar. Entendeu Fred?

— Positivo, mentor! — Ele faz continência para mim com a boca cheia de salgadinho. Desse jeito ele vai ter pressão alta.

Reviro os olhos virando meu corpo para William. Ele estava com uma bermuda jeans um pouco curta e uma camiseta azul. Sua pele parda brilha quando o sol bate nela. Coloco minhas mãos em seus ombros.

— Se algo acontecer, você me liga. — Digo olhando nos olhos dele.

Ele assente ficando vermelho pelo contato visual então William desvia o olhar, fazendo-me o soltar. Viro procurando Freddie, mas não o vejo.

— Locke. — William diz em cutucando. — Só mais uma coisa. — Ele ri. — Você fica muito melhor de regata e bermuda do que aquele terninho sem personalidade.

Quando acaba a frase, ele vai embora. Isso me faz olhar para baixo e ver como estou. Sinto meu rosto queimar. Ou o sol está muito quente, ou eu estou muito vermelho.

Tiro o papel com o endereço do bolso.

Me viro procurando Freddie de novo. Ele está no quiosque pedindo um drink. Odeio ser mentor. Começo a andar até o quiosque e pego Freddie pelo braço.

— Cancela o drink dele! — Exclamo para a senhorita do quiosque.

— Ei! — Freddie grita em quanto eu o arrasto.

...?🔍︎...

— Essa é a casa de praia? — Freddie pergunta apontando para a casa.

Olho para o papel.

— O endereço confere com o do papel.

— Mas ela está tão...

— Abandonada?

— Eu iria dizer velha. — Ele diz e meio que faz sentido, se está abandonado, provavelmente vai estar velho.

— Eu não entendo. — Digo. — Ela disse que estava alugada, e como eu disse, parece abandonada. — Suspiro. — Pega o arrombador de fechaduras.

Olho para ele e para trás indicando que está na mochila.

Fred vai até a mochila, abre e tira de dentro. O equipamento é meio grande, então sobra pouco espaço na bolsa. Ele posiciona na fechadura e eu ligo quando ele sinaliza. A fechadura voa para dentro da sala fazendo pouco barulho.

A casa estava vazia, parecia que não era habitada há anos. Acho que apenas aracnídeos vivem aqui. Depois que entramos a porta bate. É possível escutar passos no andar de cima. Sinalizo para Freddie e subimos, mas quando chegam não tem ninguém, apenas um monte de papeis e um rastro de fogo neles. Um som de porta batendo ecoa por toda a casa. Alguém esteve aqui agora mesmo.

— Merda! — Exclamo. — Ele deve ter decido pela tubulação da lavanderia.

— Locke — Freddie diz. — Acho melhor sairmos logo daqui.

— Concordo. — Empurro ele levemente escada a baixo. — Corre! — Grito.

Descemos correndo. Freddie sai da casa, mas fico intrigado por ter algo brilhando no chão. Começo a correr para dentro e pego o negocio do chão, mas antes de sair, a casa me joga para fora como se tivesse algo químico lá dentro que quase explode a casa.

Meu corpo todo está doendo. Freddie corre até mim e me puxa para longe do meio da rua.

— Você está bem? — Ele me pergunta.

— Temos que continuar, estamos tão perto... — Vomito do lado de Freddie.

— Vem. — Ele me ajuda a levantar. — Vamos voltar pro hotel, eu te ajudo a andar.

Vamos embora antes da multidão e a polícia chegar. Já haviam umas quatro pessoas no local sem nos contar. Eu quero ir para casa.

Apuração Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora