capítulo 22

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ponto de vista de Marina Becker.

Eu havia acordado faz um tempo, Cristiano tomava um banho em seu banheiro e eu apenas me atualizava em minhas redes sociais ainda na cama. Era bocejo atrás de bocejo enquanto o quarto permanecia escuro, com portas e janelas ainda fechadas. Também trocava algumas mensagens com minhas amigas, que pareciam inconformadas pela minha decisão de ter ficado na casa do garoto e imploravam por explicações, me tirando altas risadas logo pela manhã.

Desliguei a tela do meu celular e me espreguiçei em meio aquele enorme colchão, com certeza um dos melhores e maiores que já vi, sendo extremamente confortável. Também não faltava um sorriso bobo em meus lábios, ao lembrar da noite passada.

Acabei nem utilizando o quarto que prepararam para mim, mas juro que não foi proposital. Achei muito fofo da parte deles preparar algo especialmente para mim e pensar no meu conforto.

O relógio marcava em torno de oito e meia da manhã, ainda coçando os meus olhos de sono e mais um bocejo presente no momento, levei meu olhar para a porta e percebi a mesma se abrindo lentamente, tentando passar despercebido. Franzi as sobrancelhas e encherguei apenas dois lacinhos no cabelo em uma altura mais baixa, indicando ser algumas das irmãs de Cris. Ela parecia tímida e ser realmente menor que as outras, me deixando mais confusa ainda.

Me apressei para sentar na cama em que estava e lancei um sorriso para a mais nova, tentando passar confiança e segurança para a mesma. Aos poucos, seu rosto delicado e bem desenhado foi se tornando mais visível e percebi ser Bella, a pequena. Ela se aproximava com passos curtos, um olhar envergonhado e parecia procurar por Cristiano.

Me aconcheguei melhor e virei meus pés para fora da cama, guiados em direção a mais nova, que ainda se aproximava bem lentamente.
Por trás, a porta em que entrou havia ficado totalmente aberta, dando visão para qualquer um que passasse por aquele corredor. Isso fez com que uma brecha de sol entrasse junto no quarto, clareando e amanhecendo mais o ambiente.
Não demorou muito para uma outra pequena entrar, e dessa vez correndo para o meu abraço. Era Alana, que parecia estar no dia mais feliz de sua vida por apenas me ver em sua casa de manhã.

- Mari! - A cacheada exclamava super empolgada, subindo na cama e me puxando para um abraço apertado, como o de seu irmão. - Eu sabia que você iria deixar o Cris melhor. - Completou sua primeira fala, mas agora, com um simples suspiro aliviada e um sorriso agradecido, ainda em meus braços.

- Bom dia, princesa! - Tentei cumprimentar na mesma intensidade, mas garanto que não deu muito certo. O sono ainda dominava o meu corpo e a preguiça me chamava para dormir mais um pouco.

- Você veio morar com a gente? - Dessa vez quem perguntou foi Bella, que com dificuldade, tentava subir na cama junto conosco. Sua inocência e simplicidade ao questionar era linda de se ver, algo totalmente único em crianças. Liberei uma risada sincera e longa, acompanhada de sua irmã no mesmo instante.

- Não, Bella. - Alana se recuperava das gargalhadas. - Ela é só a namorada do Crizinho. - Deu de ombros.

- Alana! - Empurrei de leve o seu ombro e negava com a cabeça, enquanto esticava minhas mãos para ajudar a pequena subir no nosso colchão.

- Ué, eu menti?

Eu já ia respondendo e tentando esclarecer algumas coisas para a mesma, mas outra pessoa foi mais rápida e me interrompeu antes mesmo de iniciar.

- Não, só falou cedo demais. - Cristiano respondeu certeiro abrindo a porta de seu banheiro, causando um susto em todas nós. O garoto se encontrava com apenas uma bermuda preta, uma toalha em seu ombro direito e com seus cachos encharcados, me tirando todo o foco da conversa e me perdendo no meio disso.

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