16. Esses olhos

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Lykos saiu cedo para resolver alguma coisa que não prestei atenção, ele pelo jeito não estava nada feliz com a ligação e sinceramente não quero ver ele bravo. Aproveito para organizar algumas coisas na casa.

Ele me falou que logo volta uma senhora fazer a limpeza, que seu combinado é dela vir apenas alguns dias do mês, sinceramente até entendo, pois ele é sozinho e quando ele me questionou se queria pedir para ela vir mais vezes, resolvi não me meter.

Até por que não fazemos bagunça aqui na casa é apenas alimentação mesmo, olhando os armários, vejo que tem coisas já precisando ser reabastecida, então já vou deixar a lista pronta para quando ir à cidade com ele mais calmo.

Estou com muita vontade de escutar música, mas não tenho coragem ainda de a deixar tocando pela casa, vai que algum alarme toca e eu não consigo perceber a tempo.

Lykos já me falou diversas vezes que aqui é seguro, porém, não consigo tirar aquela imagem da minha mente, mas como meus pensamentos hoje não estão dando paz acabo colocando os fones no volume máximo.

Foi a pior escolha que eu poderia ter feito, pois não escutei baterem na porta ou os alarmes tocarem e quando me viro aquele amigo do chá maluco está na minha frente me olhando intensamente.

— Eu chamei, mas você não ouviu — ele dá passos em minha direção da mesma forma que vou dando para trás.

— Lykos não está.

— Estou ciente.

— Se sabe por que está aqui? — corro para dentro da cozinha fingindo que vou cozinhar alguma coisa, mas deixando pelo menos duas frigideiras ali em cima.

— Você é encantadora sabia? — não consigo responder, então apenas confirmo com a cabeça, abrindo o celular e mandando uma mensagem para Lykos, mas antes que consiga enviar ele pega o telefone da minha mão — Não se preocupe, não queremos que ele chegue tão cedo.

— O que quer aqui?

— Conhecer você melhor.

— O que tinha naquele chá? Sei que colocou alguma coisa para mexer com a minha cabeça.

— Você é cada vez mais encantadora, respondendo a sua pergunta, sim, espero que tenha dormido bem também.

— Fica longe de mim — ele dá a volta pela cozinha vinda na minha direção, mas ele apenas sorri.

— Acredito que começamos da maneira errada — eu estava em pânico a até segundos atrás, mas do nada ele se demonstra outra pessoa, me fazendo questionar qual das duas é a sua personalidade.

— Está brincando com a minha cara? Você me dopa, me faz quase infartar agora de medo para no final sorrir como uma criança?

— Estava divertido vai — ele se senta no balcão balançando as pernas, toda aquela presença assustadora havia ido embora.

— Seu imbecil — saio correndo atrás dele com a frigideira enquanto ele gritava pela casa correndo na frente.

Não sei em que momento Lykos chegou, mas ele estava ofegante e já chegou tirando a frigideira da minha mão e me colocando atrás dele, mesmo com esse movimento rápido consigo ver que seus olhos estão sem as pupilas ficando completamente verdes.

Puxo seu rosto para mim e quando ele tenta escapar eu pulo em seu colo o obrigando a olhar para mim, aos poucos elas vão voltando assim como a sua respiração, seus braços me seguram firmes e seu olhar não desvia do meu.

— Esses olhos...

— O que aconteceu aqui? Por que estava apavorada? Destin o que você fez? — ele tenta se virar para se livrar do meu olhar, mas eu puxo todas às vezes.

— Seus olhos, nunca vi olhos dessa forma — sinto que ele até prende a respiração — Quem é você Lykos Fotiá?

— Roz...

— Se jogar alguma coisa em mim, vou quebrar a sua cara com a frigideira assim que acordar.

— Você não sabe onde eu moro, posso me esconder — Destin me responde de longe sem se mexer depois.

— Eu te acho, pode ter certeza que vou te achar nem que seja nos quintos dos infernos.

— Que merda está acontecendo aqui?

— Eu estava arrumando a cozinha e vendo o que precisa comprar, mas estava de fone com a música alta quando essa criatura me entra aqui me assustando.

Lykos ainda me segurava em seu colo e só percebemos isso quando Destin começou a rir baixo, estava até que confortável e nem sei como consigo ficar tão à vontade com ele desta forma.

— Em minha defesa...

— Não tem defesa — falamos juntos e isso me fez começar a gargalhar e apoio a cabeça em Lykos, eu precisava do toque dele, me acalmava.

— Terminou a lista? Podemos ir depois — sua voz era baixa e o seu toque nos meus cabelos me deixou em transe.

— Não tem pressa, veja primeiro o que ele quer — ele confirma respirando fundo e antes de me soltar em dá um beijo no topo da minha cabeça.

Saio dali, mas quando passo por Destin dou um tapa em seu braço, idiota vai assustar outro, ele fica reclamando, mas corro para as escadas, mas na última hora assim que escuto o meu nome, volto ficando ali no corredor, sei que eles têm assuntos que não são da minha conta, mas se tocaram meu nome passou de ser meu interesse.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora