21. Ciúmes

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Roz ao me ver sentado dá meia volta, consigo apenas pedir para ela se sentar e comer, as palavras de Destin ainda ecoavam na minha mente. Assim que Roz saiu quase chorando, ele nos colocou em uma bolha de silêncio me contando que ela estava sentindo a minha falta.

Meu ciúme estava me atrapalhando com a Roz, mas sentir que alguém estava a abraçando me fez ficar cego e o pior surdo também, pois não consegui ouvir eles falando sobre amizade, muito menos de se considerar irmão.

Antes de ir embora, ele me aconselhou a contar a verdade tanto sobre minha natureza como sobre meus sentimentos, mas o medo dela resolver ir embora era muito maior.

— Por que estava abraçada com Destin? — acabo soltando a pergunta assim que ela se levanta para colocar a louça para lavar.

— Porque era ele que estava aqui.

— Está dizendo que vai abraçar qualquer um apenas por não estar perto? — me levanto com tudo indo para cima dela.

— É essa a imagem que você tem de mim? — seus olhos se enchem de lágrimas e isso me fez perder o ar.

— A imagem que tenho sua é nos meus braços, sendo somente minha onde ninguém pode tocar — a puxo pela cintura já que ela já estava saindo da cozinha e me deixando ali sozinho novamente.

— Então por que está fugindo de mim?

— Não vou conseguir me controlar — o olhar de Roz desce para a minha boca e não consigo me controlar e a beijo.

Era a primeira vez que senti aquela explosão de sentimentos e todos vinham dela, era um misto de tristeza, dor, rejeição e solidão. Tudo o que sempre senti durante anos ela estava sentindo neste momento.

Não posso deixar que isso aconteça, pois só eu sei como isso mata a nossa alma, Roz era toda colorida e impulsiva e exatamente por isso que ela conseguiu me trazer de volta a vida.

— Roz — ela estava ofegante pelo beijo que acabou a pouco, suas mãos tocam meu rosto e fecho os olhos aproveitando o carinho.

— Conversa comigo Lykos, não vou correr.

— Não posso.

— Você é comprometido... — sua voz vai sumindo enquanto ela vai se afastando, mas a puxo de volta apertando seu corpo contra o meu.

— Meu coração tem dona sim...

— Seu cretino e você ainda fica me beijando, não tem vergonha na cara? Me solta Lykos — ela se debatia nos meus braços para se soltar sem nem me deixar terminar de falar — Ai que ódio você está me usando como estepe.

— Estepe?

Ela não me responde novamente corre para a biblioteca batendo a porta, mas desta vez ela não trancou. Escuto ela me xingar muito lá dentro, mas ainda não consigo entender o que ela quis dizer com estepe.

Já estava de madrugada e não escutava mais barulho dela dentro da biblioteca, então vou devagar para não fazer barulho e a encontro dormindo em cima do computador.

Pego ela no colo enquanto ela resmunga algumas palavras que não entendo pela sua voz sonolenta, mas sentir ela se acomodar no meu corpo foi a melhor sensação que tive durante o dia.

— Durma bem Roz — dou um beijo na sua testa quando a deito na cama, ela era tão linda e não resisto em passar a mão no seu rosto.

— Idiota... dormi... gostoso.

— Sim, agora você vai dormir gostoso — depois que a cubro que começo a pensar e a juntar que ela o gostoso não era da palavra dormir.

Para tirar dúvida vou até seu computador e vejo que o chat da universidade estava aberto e ela estava conversando com aquele moleque que está todo assanhado para o lado dela.

Respiro fundo para não quebrar nada ali, não devia ler a conversa, mas meu ciúme fala mais alto. Rolando a conversa para as mensagens antigas, ele vem a chamando para sair diversas vezes, perguntou sobre a nossa relação.

— Eu vou te matar humano imbecil — acabo resmungando, pois, esse burro está dando em cima dela descaradamente.

Então o gostoso era para ele? Ele não é feio para um humano, Destin mesmo já me disse isso no dia que ficamos do lado de fora a esperando, mas não o quero com ela, eu a quero para mim nunca senti nada tão forte por alguém.

Mas, ao mesmo tempo, me lembro que já fui rejeitado antes e pode ser que ela não me aceite quando descobrir tudo, ela pode correr e até mesmo se machucar quando se assustar.

— Eu a amo muito para a ver infeliz, mas isso não quer dizer que vou deixar o caminho livre para você humano cretino.

Desligo o computador indo até ao meu quarto para tentar dormir, afinal aquela conversa dele que sou velho demais para ela ainda estava martelando a minha cabeça, posso ter muitos anos, mas estou longe de ser velho.

Ainda com o ciúme fora do controle, mando mensagem para a universidade pedindo a ficha desse humano desprezível que quer a minha Roz para ele, mesmo que não queira admitir, mas preciso a deixar segura e mesmo que ela me rejeite vou a proteger com a minha vida.

Escuto Roz choramingar e sem pensar duas vezes corro para seu quarto, ela debatia na cama tendo algum pesadelo, sem saber o que fazer me deito na cama a abraçando apertado e logo ela se acalmou voltando a dormir tranquilamente.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora