Suguru arrastou-se para o seu quarto depois de ouvir uma bronca de Yaga, que por acaso, não acreditou em nada do que ele inventou. Humilhado com sucesso, pensou, cabisbaixo.
E o pior, agora iria ficar sob os holofotes da atenção de Yaga.
Aquela noite tinha sido um fracasso completo.
Suguru abriu a porta somente para encontrar Gojo batendo o pé no meio do quarto, impaciente.
— Onde estava?
Suguru deu de ombros sem forças. Ele foi até a cama, sentou e depois jogou o tronco para trás.
— Faz horas que eu estou esperando você! — disse Gojo irritado.
Suguru respirou fundo, ele não queria falar sobre aquilo, sabia que não ter contado para Gojo sobre o aviso era errado e estava exausto demais para discutir.
— Quando você estava no escritório eu recebi um sinal de uma das minhas maldições — disse.
— E porque não me chamou? — perguntou Satoru, se aproximando da cama. — Estamos juntos nisso, não é?
Suguru fechou os olhos.
— Eu decidi que os espiões no escritório eram mais valiosos, então fui sozinho, e-eu achava que não iria chegar antes que a Maldição fosse embora.
Suguru sentiu o colchão ceder quando Satoru sentou ao seu lado. Ele permaneceu com os olhos fechados.
— E você chegou antes — não era uma pergunta, ele sabia. — Porque não exorcizou logo ela? — Satoru perguntou, não parecia irritado ou coisa assim. Pelo contrário, sua voz estava baixa e calma.
Suguru engoliu em seco.
— Eu quase consegui — ele abriu os olhos e levantou a mão que havia agarrado a maldição, por dentro, ele esperava que houvesse alguma marca, mas sua palma estava normal —, até agarrei a sua roupa, mas soltei e a perdi de vista depois disso.
— Como?! — perguntou Satoru, mas curioso do que irritado.
Suguru ficou feliz por isso, se Satoru não o estava chamando de incompetente, significava que não tinha sido totalmente sua culpa. Suguru deixou a sua mão cair e olhou para o teto.
— Foi o rosto — não era uma mentira.
— E de quem foi o rosto? — Suguru tinha a sensação que Satoru estava muito perto agora.
— De Choko — isso era uma mentira.
— Ah!
Suguru viu ali uma oportunidade e se levantou de supetão, sentando de frente para Gojo.
— Foi muito bizarro cara — disse. — Tipo, ver um rosto de uma amiga e tal, acho que a maldição sabia que isso ia me afetar.
— Então você gosta da Choko?
Suguru riu.
— Não claro que não, mas foi estranho ver o rosto dela lá, entendeu? Porque pareceu que eu gostava dela, mas só pareceu, entendeu?
Gojo pensou por algum tempo.
— Eu acho que faz muito sentido — ele disse. — Amizade também é uma forma de amor.
— Claro, mas…
— E algumas possuem mais amor do que muitos casais.
Suguru se pegou surpreendido.
— Caramba — disse. — Não sabia que você era capaz de pensamentos tão profundos.
Satoru riu e jogou um travesseiro nele. Quando Suguru se recuperou, o amigo estava sério.
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Nós Nascemos para Morrer
FanfictionAntes de Shibuya, antes de Yuta Okkutsu e até mesmo antes de Riko Amanai, a história de Geto e Gojo começou. Aos dez anos, Geto descobre ter uma habilidade única e rara ao mesmo tempo que percebe um mundo cheio de maldições. Em contrapartida, o jov...