CAPÍTULO 11: Família e os Otários do Alto Escalão

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Suguru arrastou-se para o seu quarto depois de ouvir uma bronca de Yaga, que por acaso, não acreditou em nada do que ele inventou. Humilhado com sucesso, pensou, cabisbaixo. 

E o pior, agora iria ficar sob os holofotes da atenção de Yaga. 

Aquela noite tinha sido um fracasso completo.

Suguru abriu a porta somente para encontrar Gojo batendo o pé no meio do quarto, impaciente.

— Onde estava? 

Suguru deu de ombros sem forças. Ele foi até a cama, sentou e depois jogou o tronco para trás. 

— Faz horas que eu estou esperando você! — disse Gojo irritado. 

Suguru respirou fundo, ele não queria falar sobre aquilo, sabia que não ter contado para Gojo sobre o aviso era errado e estava exausto demais para discutir. 

— Quando você estava no escritório eu recebi um sinal de uma das minhas maldições — disse.

— E porque não me chamou? — perguntou Satoru, se aproximando da cama. — Estamos juntos nisso, não é?

Suguru fechou os olhos. 

— Eu decidi que os espiões no escritório eram mais valiosos, então fui sozinho, e-eu achava que não iria chegar antes que a Maldição fosse embora. 

Suguru sentiu o colchão ceder quando Satoru sentou ao seu lado. Ele permaneceu com os olhos fechados. 

— E você chegou antes — não era uma pergunta, ele sabia. — Porque não exorcizou logo ela? — Satoru perguntou, não parecia irritado ou coisa assim. Pelo contrário, sua voz estava baixa e calma. 

Suguru engoliu em seco. 

— Eu quase consegui — ele abriu os olhos e levantou a mão que havia agarrado a maldição, por dentro, ele esperava que houvesse alguma marca, mas sua palma estava normal —, até agarrei a sua roupa, mas soltei e a perdi de vista depois disso. 

— Como?! — perguntou Satoru, mas curioso do que irritado.

Suguru ficou feliz por isso, se Satoru não o estava chamando de incompetente, significava que não tinha sido totalmente sua culpa. Suguru deixou a sua mão cair e olhou para o teto. 

— Foi o rosto — não era uma mentira.

— E de quem foi o rosto? — Suguru tinha a sensação que Satoru estava muito perto agora. 

— De Choko — isso era uma mentira. 

— Ah! 

Suguru viu ali uma oportunidade e se levantou de supetão, sentando de frente para Gojo. 

— Foi muito bizarro cara — disse. — Tipo, ver um rosto de uma amiga e tal, acho que a maldição sabia que isso ia me afetar. 

— Então você gosta da Choko? 

Suguru riu. 

Não claro que não, mas foi estranho ver o rosto dela lá, entendeu? Porque pareceu que eu gostava dela, mas só pareceu, entendeu? 

Gojo pensou por algum tempo. 

— Eu acho que faz muito sentido — ele disse. — Amizade também é uma forma de amor. 

— Claro, mas…

— E algumas possuem mais amor do que muitos casais.

Suguru se pegou surpreendido. 

— Caramba — disse. — Não sabia que você era capaz de pensamentos tão profundos.

Satoru riu e jogou um travesseiro nele. Quando Suguru se recuperou, o amigo estava sério. 

Nós Nascemos para MorrerOnde histórias criam vida. Descubra agora