Melancholic days

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AVISO! O capítulo pode conter alguns gatilhos, como:

- Violência física e verbal;

Se você for sensível à este tipo de conteúdo, por favor não leia!

Dia 01 de Outubro- 2024




Quando a minha alma estiver feliz, 

eu deixarei de ser uma mera telespectadora 

da minha própria vida?

Ou será que terei de assistir tudo mantendo

minhas opiniões apenas em pensamentos?

Se eu em algum momento eu me tornar protagonista,

eu serei menos triste?

Ou será que eu encontrei conforto na minha dor

e no meu secundarismo?

Será que algum dia,

eu deixarei de procurar tantas resposta?

Algum dia será sobre mim e não sobre os outros?

//

Escrevi essa espécie de poema quando tinha 14 anos, até hoje carrego ele em minha mente,

hoje, como todo começo de mês, é um dia melancólico.

Desses dias em que tudo o que desejamos é ficar deitados chorando, especialmente com tudo o que aconteceu.

Eu não tirei um tempo pra pensar na situação, como normalmente costumo fazer, nem me lamentei como também é de meu costume, apenas fingi que estava tudo sob controle, sem contar que faz uma semana que estou nessa prisão, apesar de talvez não parecer, toda essa situação está me corroendo por dentro.

Sentada no assento de janela que há no meu quarto, tudo que eu fiz ou deixei de fazer quando tinha o mínimo de liberdade passa pela minha cabeça, e me lembro exatamente dos textos que eu escrevia na adolescência, onde eu questionava Deus e o mundo sobre as coisas da vida, questionava principalmente o porquê de eu não poder tomar as rédeas da minha vida, e porquê ninguém é livre de verdade.

Agora, mais que nunca, eu volto a me questionar da mesma forma, mas com uma visão diferente.

Eu sempre fui preguiçosa, não queria realmente tomar as rédeas da minha vida e viver, só queria fazer o que todos da minha idade faziam na época, mas agora é diferente, eu sou adulta, tenho uma vida pela frente, e não vou aceitar que um homem desconhecido e louco me mantenha presa em uma casa onde sou feita de empregada.

Eu vou sair daqui, nem que seja morta.

//

Já é noite, eu passei o dia todo chorando e pensando como eu gostaria de voltar pra minha casa, pra minha casa de verdade, no Brasil.

Faz tanto tempo que não vejo meus pais, ou meus irmãos, ou qualquer pessoa que seja de lá.

Quase como se fosse planejado, na vitrola que eu pedi a Satoru em que tocava o álbum "Chico Buarque de Hollanda Vol.3", começou a tocar a fatídica música, " Roda-viva".

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