POV: SN
Não. Eu jamais tive a intenção de viver como empregada. Mas devido às condições, essa se tornou a última opção. Não me arrependo. É um emprego digno como qualquer um. Eu sei disso. Por isso dia e noite, noite e dia, sigo trabalhando. Madrugadas acordada, tentando achar uma saída. Essa é a única, por enquanto. Los Angeles é top de linha, mesmo que eu ainda não tivesse visto os pontos turísticos ou tudo mais... Mas de uma coisa eu sei: trabalhar na Johnson Cleaning me dá o meu sustento.
Nesse dia, eu acordei atrasada. Me arrumei rapidamente-nesse apartamento minúsculo. Eu vivo nele há bastante tempo; já me acostumei.
-Droga!-digo com raiva ao prender minha bolsa na porta. Tiro com rapidez, pegando o táxi mais próximo naquela rua infernal.
Recebi o telefonema ontem: irei trabalhar em uma casa. Dizendo meu chefe que ele era alguém especial, mas em que sentido? Sequer sabia o nome do indivíduo!
Eu saio pelas ruas procurando a casa N° 72. Eu ando pela calçada ao som dos pássaros. Eles cantam sabiamente. Eu sinto o calor do sol naquela manhã linda. Quase perco meus pensamentos, mas relembro-me que estava procurando a casa em questão. Segunda, quarta e quinta trabalhando nela...
-É essa.-Murmuro baixinho ao encontrar a casa designada. Ando até ela, tocando a campainha. Espero ali ansiosamente.
Um garoto ligeiramente baixo aparece, cerca de 1,70 centímetros. Ele estava usando uma blusa preta e uma calça cargo bege. Ele estava secando o cabelo, e a toalha estava tampando o rosto dele.
-Pode entrar.
Seu sotaque era um pouco perceptível naquele momento, e eu entrei. Ele se virou e andou na sala, e vi que seus cabelos eram ruivos. Parecia tingido.
-Minha casa fica uma bagunça... Geralmente não fico nela, mas achei necessário contratar seu serviço...
Eu apenas estava observando a bagunça e o lixo espalhado em todos os cantos. Quando eu levantei o olhar, ele já tinha se secado e a toalha estava no ombro dele.
-Sn, certo?-ele diz com um leve sorriso nos lábios. Eu engoli em seco.
Não. É. Possível.
Pode ser uma ilusão ou algo do tipo, aquilo ali não era um holograma ou uma imagem na internet.
Yuto Horigome.
-Sn.
Afirmo, incrédula. Acho que eu arregalei meus olhos naquele momento.
-Certo. Eu já informei o pagamento anteriormente... Tudo bem?
Meus olhos encharcam brevemente. Eu não poderia ser tão sortuda. Mas eu disfarço.
-Foi um cisco, só-respondo passando a mão entre os olhos. Ele se aproxima, suspirando.
-Meu nome é Yuto. É um prazer te conhecer. Estou ansioso pelos resultados.
Ao ouvir aquilo, aquele sorriso, aquele cabelo molhado.. . .
É claro que eu trabalhei. Trabalhei como nunca, sabendo que aquela era a casa dele. Após alguns minutos ele havia saído com seu skate. Deu para perceber qual a finalidade daquilo. Já era quase meio dia quando ele volta. Eu já estava terminando. Guardei todos os pertences que eu utilizara.
-Sn...-ele pareceu um pouco surpreso, porém aquela expressão era um pouco impassível para ser honesta.-Como você fez isso em pouco tempo?! Agora entendo o porquê você ser a mais indicada.
-Não, não... E-eu apenas quero fazer o melhor que eu posso...
Caralho. Até eu me amedrontei ao respondê-lo, juro que eu gaguejei por um instante. Isso foi horrível. Ele me olhou de maneira diferente, mas não sei explicar. Aqueles olhos castanhos me engoliram por alguns segundos, até que ele colocou a própria mão na cintura dele.
-Deixa eu adivinhar, Sn...-sua voz ecoou pela sala, ele me analisando profundamente. Eu senti meu corpo perder as forças com aquela voz séria dele. Por uma fração de segundo eu achei que seria repreendida-... Você não foi avisada sobre o proprietário, certo?
Ele sorriu calmamente, um sorriso meio torto ao mesmo tempo que endireitava o corpo, andando em direção a mim.
-Não se preocupe. Eu sou uma pessoa normal como todas as outras. Não precisa ficar nervosa... Ou algo do tipo.
Ele pouca a mão na nuca, coçando as mechas de cabelo dele, ainda observando um ponto específico da sala. Ele evita olhar para mim, ademais, eu respiro fundo, quase prendendo a respiração com o quão perto ele está.
-Normal, certo? Tudo bem, eu faço o meu trabalho perfeitamente, não importa quem é o dono. Eu vou fazer o que faço de melhor!-Exclamo com um olhar ligeiramente possessivo, sabendo que ele não se referia a isso. Mas eu não queria admitir que estava nervosa perto de Yuto Horigome. Agir como espertalhão aqui me ajudaria bastante. Ele abaixa o olhar para mim, e eu posso sentir ele me analisando quando alonga os braços.
-Certo.
Ele sai da sala quando sobe as escadas para o segundo andar, deixando que eu termine os toques finais. Após alguns minutos eu termino, e naquele instante, eu vejo que a casa está totalmente quieta. Não desejo sair dos aposentos dele sem me despedir. Eu olho para a casa dele.
Passo as mãos na parede, sentindo a textura. As paredes metade brancas e metade vermelhas. Seguro no corrimão ligeiramente gelado, subindo degrau após degrau. Eu consigo ver o longínquo corredor. Eu subo, e olho para os lados; ainda procuro Yuto. Prendo a respiração por uns instante, sentindo uma onda de adrenalina percorrendo meu corpo.
-Onde você está indo?
-Oi? Indo?
Eu me viro, ele está logo atrás de mim.
-Procurando algo?
-Você.
Eu digo isso imediatamente. Ele ligeiramente levanta uma sobrancelha, um pequeno sorriso esgueirando o rosto.
-Então, precisa de algo?
-Eu vim me despedir do patrão apropriadamente após terminar o serviço.
-Claro.
Ele encosta-se na parede, cruzando os braços sob o peito e olha para o teto. Ele levanta rapidamente uma mão em direção à face dele e pressiona as têmporas, fechando os olhos.
-Dor de cabeça?-indago imediatamente, de boca para fora. Me arrependo profundamente naquele instante.
-Ele está irritado.
Ouço uma voz vinda de uma porta. A porta se abre, e um garoto aparece. Alto, cabelos loiros, parece asiático. Eu engoli em seco quando Yuto ajeita o corpo e corre na direção daquele cara.
-Eu... Esse é meu amigo, estava dormindo até agora.
-Uh. Essa é aquela empregada que disse?
O garoto estava sem blusa. Ele se aproxima desajeitadamente, parece que ainda estava sonolento.
-Sn.
Ele se aproxima próximo o suficiente do meu rosto, a apenas alguns centímetros de distância.
-Bonita, até.
Ele se refere a mim? Por acaso meus cabelos cacheados e pele reluzente de tão pálida, e minhas sardas são bonitas...? Mas ele é segurado por Yuto, o qual afasta ele de mim com um rosto sério.
-Não ouça ele. A ressaca tá batendo, além disso, é normal esse tipo de coisa.
Eu olho para o garoto louro.
Yuto olha para mim. Após alguns segundos de troca de olhares, ele leva aquele homem no quarto de onde viera e rapidamente fecha a porta, suspirando e virando para mim. Ele coloca a mão nos bolsos da calça dele.
-Ignora ele. Vamos.
Ele anda e passa através de mim, descendo as escadas rapidamente. Eu o sigo. Eu olho para ele, ainda confusa.
-Te vejo por aí, Sn.
Ele diz casualmente, ainda com as mãos no bolso. Aquele olhar dele era certamente desconcertante.
-Igualmente.
Pego minhas coisas e vou embora na velocidade da luz, meu coração batendo muito forte tentando assimilar tudo aquilo. Não foi um sonho, e eu levanto minha mão e agarro forte meu uniforme, em cima do meu coração, enquanto minha mente frita.
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𝙴𝚗𝚌𝚘𝚗𝚝𝚛𝚘 𝚍𝚘 𝚍𝚎𝚜𝚝𝚒𝚗𝚘 ʸᵘᵗᵒ ᴴᵒʳⁱᵍᵒᵐᵉ
Fanfiction★彡[ʏᴜᴛᴏ ᴇ ꜱɴ ꜱᴇ ᴇꜱʙᴀʀʀᴀᴍ ᴅᴜʀᴀɴᴛᴇ ᴀ ᴠɪᴅᴀ. ꜱÓ ɴÃᴏ ɪᴍᴀɢɪɴᴀᴠᴀᴍ ᴀ ɢʀᴀɴᴅᴇ ᴊᴏʀɴᴀᴅᴀ Qᴜᴇ ᴇɴꜰʀᴇɴᴛᴀʀɪᴀᴍ ᴀᴘÓꜱ ᴏ ᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴏ ᴅᴏ ᴀᴄᴀꜱᴏ.]彡★𝘚𝘯 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘷𝘢 𝘵𝘳𝘢𝘣𝘢𝘭𝘩𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘦𝘮 𝘓𝘈 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘦𝘮𝘱𝘳𝘦𝘨𝘢𝘥𝘢 𝘥𝘰𝘮é𝘴𝘵𝘪𝘤𝘢. 𝘌𝘭𝘢 𝘥𝘦𝘤𝘪𝘥𝘪𝘶 𝘢𝘵𝘳𝘢...