37. Prioridades

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Agora outro paralisado pelo pânico, nego com a cabeça e vou até Lykos que tinha seu olhar perdido ainda, toco em seu rosto juntando as nossas testas e imediatamente ele me abraça.

— Você foi rápida, me desculpa... eu...

— Jamais brincaria com isso, mas aquele seu amigo ali também entrou em pânico, foi à única coisa que lembrei.

— Agora sou amigo dele? — Destin se levanta do sofá indignado.

— Prioridades Destin — Lykos estava bem nervoso e sua voz deixa isso bem explicito.

— Esec está rondando a Roz.

— Quem é Esec? — pergunto intercalando os olhares entre os dois.

— É o nome daquela criatura que você viu.

— O que é ela? — Lykos engole em seco e desvia do meu olhar, me solto dele e quando ele tenta me abraçar eu me afasto — Não me toque.

— Roz — a voz de Lykos demonstrou como ele estava vulnerável ali na minha frente.

— Quem é essa cadela Lykos? — Destin não consegue segurar e começa a gargalhar — Por que ela está diferente?

— Conta logo Lykos — Destin entra no meio, mas ele apenas nega com a cabeça.

— Não posso, não consigo eu... e se... não sei como...

— Eu mereço dois seres sobrenaturais que entram em pânico facilmente, onde ficam paralisados de medo facilmente — vou falando e saindo para a cozinha enquanto os dois me olham como se eu fosse o ser estranho ali, bom, na verdade, sou mesmo.

— O que você falou para ela? — Lykos ergue Destin pelo pescoço enquanto ele apenas gargalhava.

— Solta ele, eu descobri sozinha — volto a me sentar na cadeira onde eu estava antes de toda essa confusão.

— Roz...

— O que você é Lykos? O que é aquela criatura? Quem é essa cadela de Esec? Posso continuar, mas se não vai me contar nada agora, então sugiro que vá consertar logo essa parte que ela amassou no murro, pois eu irritei ela.

— O que você fez?

— Roz se aproximou como se estivesse hipnotizada e mostrou...

— Fofoqueiro — jogo a minha lapiseira em cima de Destin que a pega sorrindo — Eu a irritei e fechei a casa na cara dela, depois joguei água gelada na cara dele — aponto para Destin ou para onde eu acho que ele está, pois minha atenção estava novamente nos livros.

— Eu...

— Você é muito fofo meu... — engulo a palavra lobinho que ia sair livremente e claro que Destin percebeu, pois acabou sorrindo para mim.

— Continua Roz — ele ainda me provoca.

— Bruxo de meia tigela, entra em pânico e a humana surtada aqui que precisa defender, por falar nisso ainda quero a adaga.

— Que adaga? Eu não consigo acompanhar vocês — Lykos se senta no sofá segurando a cabeça.

— A que vou usar para capar você se descobrir que está me traindo — os dois me olham na mesma hora e depois para si, Destin não se aguenta e volta a gargalhar mais uma vez.

— Ninguém vai me capar, pois não estou traindo você — era o primeiro sorriso de Lykos desde que ele chegou e mesmo com raiva dele não consegui não sorrir de volta — Mas agora preciso cuidar da sua segurança, Esec é traiçoeira eu já confiei nela uma vez e todos acabaram mortos...

Tudo ficou um borrão, então era ela naquela visão, mas tinha um outro lobo junto que torturava Lykos. Minha atenção estava apenas naquela cadela que trancou as crianças e depois colocou fogo.

Estava com tanta raiva que acabei quebrando a lapiseira na minha mão, os dois param imediatamente de confabular sobre o esquema da minha segurança, logo as mãos de Lykos abrem a minha com delicadeza.

Eu acabei me cortando com a lapiseira quando se quebrou e nem percebi que o sangue estava começando a escorrer, Lykos pede o kit de primeiro socorros e Destin nega com a cabeça puxando a minha mão para ficar entre as suas.

Sanatio — assim que ele sussurrou, minha mão começou a se fechar e poucos segundos depois, não tinha nem sinal.

— Obrigada — minha voz era apenas um sussurro.

— Esec estava em meia transformação, por isso você não reconheceu — ele retira o pentagrama e coloca no meu pescoço, mas assim que ele tocou a minha pele se transformou em um quartzo rosa, deixando Destin sem entender.

— Destin, pela última vez o que está ensinando para ela?

— Desta vez nem eu sei o que está acontecendo, mas o que me importa agora é que ela fique segura e viva, a não ser que viva constantemente com vocês ela vai ficar com ele, pois assim posso sentir e vir nem que seja para ajudar a fugir.

— Roz, você vai ter que sair...

— Não pretendo parar a minha vida por conta de uma cadela... — minha voz some no final lembrando do que ela fez com as crianças e tenho certeza que se ela pode fazer novamente — Vou pedir um tempo no estágio.

Minha voz estava embargada e para não chorar na frente deles vou saindo para o meu quarto, ainda chegando no quarto escuto Destin mandar Lykos me contar tudo de uma vez, mas ele apenas nega avisando que tem medo.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora