44. Sem perguntas

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Destin ainda tinha medo de me levar de volta, mas o medo do que posso fazer com ele era maior, sinto ele puxar a porta não me permitindo a entrada e me olhando sério ele se aproxima.

— Não faça nada de estúpido, você é a surtada da nossa amizade, mas a quero viva e inteira, estamos combinados?

— Sem perguntas, combinado? — já sei o que vou fazer e como vou dar uma boa lição nessa cretina.

— Está me deixando com mais medo.

Faço sinal para ele abrir a porta e assim que entramos pegamos os dois nus no meu tapete, mas Lykos parecia estar num transe enquanto Esec se esfregava nele e ao me ver seu sorriso aumenta.

Ardeat (deixei queimar).

No instante seguinte Destin estava paralisado enquanto Esec gritava de dor sentindo seu corpo queimar de dentro para fora, com isso consigo retirar ela de cima de Lykos a puxando pelos cabelos.

Destin se aproxima de Lykos o libertando de alguma coisa e com isso Lykos se levanta assustado perguntando sobre mim, isso me fez sorrir e por alguns segundos até esqueço que estou segurando a cadela pelos cabelos.

Vou a arrastando para fora e indo para a ponta do desfiladeiro, o mesmo que Lykos sempre em proíbe de ir, pois é fácil cair dali. Ela se debatia e gritava muito antes mesmo de a jogar, me sento sobre o seu peito acertando vários socos na sua cara.

Minha mente trouxe na memória tudo o que ela fez aquelas crianças e mulheres passar, isso apenas impulsionava meus braços e sinceramente não sei nem de onde tirei tanta força.

— Aprende de uma vez sua cadela de quinta, aqui você não vai pisar mais ou vou arrancar o seu coro, me entendeu?

Como ela não me respondia, segurei a sua cabeça com as suas mãos pelos cabelos e batia no chão enquanto observo o seu sangue começar a sair pelos seus ouvidos e nariz.

Sentire omnia quae passi sunt (para sentir tudo o que eles sofreram).

Me levanto e vejo era fechar as pernas imediatamente e provavelmente a dor deve estar enorme, pois consigo a puxar pelos cabelos para perto da borda, mas quando chuto o seu corpo para cair de uma vez, ela ainda segura no meu pé me fazendo cair junto.

Foi tudo muito rápido e quando percebo que vou cair, pelo movimento do meu corpo braços fortes me seguram pela cintura, com o outro pé chuto a cara de Esec que finalmente me solta caindo o desfiladeiro enquanto batia nas rochas.

Ela não está morta, isso eu tenho certeza, pois lobisomem não morre tão fácil assim, mas que ela vai ficar extremamente dolorida por meses isso vai, me solto olhando para Lykos e o percebo completamente nu.

Congelo (congelar).

No instante seguinte ele se arrepia inteiro e começa a ficar roxo de frio e sai correndo para dentro da casa tentando me puxar junto, Destin estava na porta me olhando sério enquanto eu apenas dou de ombros.

Negando com a cabeça ele só passa a mão na direção de Lykos e o seu corpo volta ao normal, mas pelo menos ele já estava terminando de se vestir, Destin vem na minha direção e agora eu sei que estou com sérios problemas e com isso eu corro pela lateral da casa até alcançar a porta da cozinha.

Novamente quando coloco a mão na maçaneta, Destin tranca a porta me mostrando que estou cercada e agora vou ter que me explicar, ele se aproxima e retira o colar do meu pescoço e me manda fazer novamente.

Dormire (dormir).

Seus olhos se arregalam imediatamente enquanto ele começa a se apoiar na parede, logo ele começa a bocejar enquanto seus olhos vão ficando cada vez mais pesados e poucos minutos ele já estava dormindo ali no chão.

Lykos abre a porta com tudo e seu olhar intercalava entre nós dois, mostrando o quanto ele estava em pânico. Afinal, era Destin ali e eu apenas uma humana, mas sou uma humana curiosa que ama magia de todas as formas.

— O que você fez?

— Apenas o que ele mandou, agora pega o Destin e o deite na cama — pego o colar, o colocando novamente no meu pescoço e ele volta a ser um pentagrama, mas menor do que quando estava com Destin.

— Roz...

— ANDA LOGO LYKOS — ele dá um pulo de susto pelo meu grito e finalmente me obedece levando Destin para o quarto que ele sempre usa.

Meu corpo estava estranho, era como se algo corresse dentro de mim livremente e feliz, volto onde joguei Esec e quando olho para baixo não encontro mais o seu corpo me deixando surpresa.

Afinal sabia que ela iria sobreviver, mas não que seria tão rápido ao ponto de já sair correndo dali, a não ser que ela esteja acompanhada...

Olho para os lados e vejo um grande lobo com o corpo de Esec nas costas me olhando mais afastado no outro lado do desfiladeiro, seus olhos eram vermelhos e brilhavam muito.

Cadere (Cair).

No segundo seguinte ele escorreu e caiu no chão por cima do corpo de Esec que choramingava de dor me fazendo sorrir, ele me olhou espantando e como pior não fica passo o dedo no meu pescoço e depois aponto para ele.

Espero que ele tenha entendido que eu falei que ia matar ele, ou então vou fazer papel de idiota e estou toda fodona hoje para atuar esse papel, um longo rosnado me confirma que ele entendeu a ameaça e se retira correndo com Esec nas costas até sumir da minha frente.

— Agora é você Lykos — estralo os meus dedos e vou em direção a porta da frente a abrindo com tudo.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora