74. Família

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Lykos me abraça apertado e começa a chorar, agora quem ficou sem saber o que fazer fui eu. Não consegui entender, ele estava nostálgico esses dias e pensando somente no passado.

EU jurava que ele queria voltar naquele tempo e como eu não existia já completei que a minha presença era desnecessária agora, ele certamente agora que seu Alfa despertou vai querer voltar ao que era antes.

Mas o choro de Lykos me mostrou que era o contrário e que eu estou completamente enganada, o abraço de volta fazendo carinho em seus cabelos enquanto o seu corpo vai caindo no chão me puxando junto já que ele não me solta por nada.

— Estou ouvindo.

— Por que está fazendo isso comigo? Disse que me amava, era mentira?

— Escuta aqui, seu alfa lerdo, não sou eu que estou me sentindo nostálgica de uma época que eu não existia ainda...

Lykos me interrompe me beijando e sinceramente eu amo quando ele faz isso, afinal isso quer dizer que estou errada e nunca quis estar tão errada como quero estar nessa situação.

— Você está certa sobre o sentimento e é sobre isso que quero conversar, mas antes de brigue comigo ou complete as informações nessa sua cabecinha linda me deixei terminar.

— Então começa logo — como começo a espirrar, ele nos leva de volta para a cama me enrolando no cobertor, mas eu quero ver o seu rosto enquanto ele fala e com muito custo ele acabou se virando na cama ficando de frente comigo.

Suas mãos em diversos momentos apertavam a minha cintura e comecei a entender que o assunto era mais delicado do que esperava. Lykos me contou um pouco sobre seus pais, sobre sua infância e como ele odiava a ideia de ter família.

Pois se sentia preso e sua vontade era conhecer o mundo, quando foi ficando maior entendeu que o seu dever era cuidar da alcateia, com muita raiva de não poder escolher o seu futuro ele começou a se machucar propositalmente.

Nessa hora ele engole seco diversas vezes e até mesmo trava quando volta a falar, me lembrei daquela mulher que me garantiu que iria preencher o meu ventre, acabo tocando na minha barriga e Lykos acompanha esse meu movimento o fazendo derramar mais algumas lágrimas.

— Eu nunca desejei e me vi sendo pai ou estando em uma família, mas agora eu quero e só me vejo isso se você estiver ao meu lado, mas tenho medo...

— Tem certeza? Que quer uma família comigo?

— É a única certeza que tenho na minha vida é que quero você ao meu lado por toda a minha vida.

Agora quem ficou balançada sou eu, não vou viver tanto tempo, e quando Lykos me abraça consigo ver a imagem da mulher ser refletida na janela. Ela sorria verdadeiramente e isso me deixou preocupada.

Ela toca na sua cabeça e quando fecho os olhos estou junto a ela no reflexo da janela. Dava para ver e sentir que ele realmente me amava, mas quando ela apontou para o meu corpo também ficou claro que o nosso amor era verdadeiro e imenso.

— Não vou ter muito tempo?

— Não, você me pediu para garantir que ele viva.

— Mas quero que ele viva feliz — ela sorri tocando o meu rosto.

— Você quer mesmo isso?

— Quero que ele tenha a família que sempre desejou.

— Isso não posso, afinal ele quer ver os filhos se casarem e envelhecer ao lado de sua esposa — aquilo doeu mais que uma surra.

— O que pode fazer, então?

— Dar motivos para o manter vivo e feliz até o último dia de sua vida e garantir que sua filha os uma após a morte.

— Vou ter uma filha? — era impossível não sorrir e não tocar na minha barriga.

— Não somente ela, mas ela será a responsável para unir a alma de vocês.

Não consegui parar de sorrir, já pensando na família linda que vou ter. Quando abro os olhos já estou de volta no meu corpo e Lykos me abraça ainda mais forte, pois deve ter sentido a minha alegria.

— Eu quero ter essa família com você, Lykos.

— Mas se eu... Não conseguir?

— Vamos tentando até dar certo.

— Não posso me casar como os humanos fazem, minha documentação é diferente, mas vou providenciar uma aliança linda para você — toco na marca e isso o faz arfar — Esse para mim é o casamento, por meio desta marca que demonstro o quanto te quero e te amo.

— Por isso me mordeu quatro vezes? — minha sobrancelha estava erguida em questionamento e isso o fez rir nasalado.

— Nem se te mordesse o corpo todo não seria o suficiente para demonstrar o quanto te amo — Lykos já estava beijando o meu pescoço quando terminou de falar, mas eu tinha que perguntar.

— Quantas marcas é normalmente?

— Uma quando somos forçados a nos casar com alguém, duas quando sabemos que somos companheiros, pois uma marca o corpo e o outro a alma...

— Quatro Lykos... Você me mordeu quatro vezes...

— Para ficar claro que seu corpo e sua alma devem ficar para sempre junto ao meu.

Eu deveria tocar no assunto de tempo de vida, mas aqueles olhos me hipnotizavam completamente, eu precisava de Lykos e já que sei que tenho pouco tempo vou aproveitar para providenciar esses filhos o quanto antes, sorrindo puxo Lykos para um beijo que já começa quente enquanto as suas mãos já vão tirando a minha roupa, essa parte de providenciar os herdeiros era muito boa.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora