102. São eles

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Lykos estava sendo cada vez mais chamado pela alcateia e sei que coisa boa não era, pois sentia toda a sua inquietação que sempre passava quando ele chegava perto das crianças.

Igétis abaixava a cabeça quando me via isso quando ele não simplesmente não saía correndo sem nem me responder. Mairin era a que mais observava e quando ela decidia que não estava errado ela dava um jeito de deixar aquilo errado apenas para sela sair como certa.

O que os dois demoraram para perceber é que eles só tinham tamanho e poder, mas continuavam a ser uns bebes que precisava de cuidado e principalmente carinho. Nessa era sempre eu que defendia os dois, sim, pois Mairin sempre levou Enver junto.

No dia reunião com Igétis uma loba entrou acompanhada pelo lobo mais antigo, o mesmo curandeiro que tentou fazer o meu parto, depois daquilo ele não aceitou mais ficar no mesmo ambiente que o meu.

— Tira a criança — ele falou ríspido olhando para Enver que entrou na frente da porta do escritório não deixando eles passarem.

— Olha, você me atrapalhar não vai adiantar... — ela cai no chão se contorcendo de dor, os seus gritos eram tão altos que chamou atenção de Lykos e de todos da matilha.

— O que está acontecendo? — Lykos olhava para mim sem entender nada.

A pior coisa que aquele lobo velho poderia ter feito é tentar tocar em Enver, pois Mairin ficou em pé no sofá e logo o velho estava sangrando por todos os seus buracos.

— Cuidado com os seus passos — arrumo a saia de Mairin que estava um pouco levantada.

— Roz, para com isso eles vão morrer.

— Não sou eu Lykos, são eles — meu sorriso só aumentou quando o sorriso dos dois ficou tão psicopata quando o meu.

— Meu amor — Lykos tenta tocar em Enver e quando ele percebeu que Mairin olhou para ele se afastou na hora — Roz...

— Quero só ver quem vai limpar a bagunça depois — os dois se olham assustados e logo estavam os dois falando ao mesmo tempo, no colo, falando que não foram eles que começaram.

Ninguém naquela sala respirava com medo dos meus bebês, sinceramente não vejo motivo para isso, afinal eles só estavam se defendendo. Lykos se aproxima com muita cautela e quando Destin entra com tudo pela porta ele quase morre infartado pelo susto que levou.

— O que aconteceu? Senti de longe os dois brincando — Destin tinha um sorriso no rosto além dos seus olhos brilhando — Por que eles estão me olhando assim? Não fui, eu acabei de chegar — Destin já levantava as mãos em forma de defesa.

Os dois pularam do meu colo correndo até Destin pedindo para ele limpar, pois eles são inocentes, mas assim que Destin percebeu os dois quase sem vida no chão perto do escritório acabou soltando um palavrão e os dois ao mesmo tempo, chutaram a sua canela avisando que falar isso é feio.

Após aquilo as reuniões as escondidas acabaram, não sei ainda o motivo daquela visita, mas confio nos meus filhos e sei que eles vão proteger o pai de qualquer ameaça, mesmo que a própria ameaça seja ele mesmo.

Quando me levanto indo já para cozinha os dois vem atrás, a fome deles era parecida mesmo com a de Lykos então eles comiam muito enquanto estavam acordados e se tocassem na comida deles era briga na certa.

Lykos aprendeu isso da pior maneira quando os dois pularam em cima dele o mordendo e só pararam quando eu os chamei, deixei um pouco para ele aprender a controlar as crianças, mas ele me implorou depois para nunca mais fazer isso.

— Meus amores, o que aconteceu? — Lykos entrou na cozinha enquanto conseguíamos escutar Destin reclamando que foi rebaixando a faxineira.

— Ela queria o lugar da mamãe — Enver solta de uma vez e depois mostra a língua para Mairin que o olhava em repreensão.

— Mairin, tem que me contar as coisas, não pode resolver tudo sozinha — a pego no colo obrigando a olhar para mim.

— Desculpa, mamãe.

— Desculpa nada, eu faria tudo de novo — Enver solta as palavras e preciso segurar o riso.

— Mas Enver, se não me contar como eu posso ajudar? — o sorriso de Mairin volta a crescer no seu rosto.

Já com eles dormindo, vou direto para o escritório de Lykos que olhava a janela perdidos em seus pensamentos. Ele nem percebeu quando eu entrei e até se assustou quando toquei no seu cabelo.

— O que está acontecendo?

— Estão, ou melhor, estavam se intrometendo na minha vida particular.

— Seja claro, Lykos.

— Não importa, tenho a família mais linda e travessa, o que são eles me irritando, Lykos me puxou para o seu colo enquanto seu olhar estava fixo nos meus lábios.

— Acredito que agora eles vão pensar duas vezes — isso fez Lykos gargalhar enquanto confirmava com a cabeça.

Beijo Lykos com carinho enquanto as suas mãos foram direto para a minha bunda, mas assim que começo a rebolar escutamos um resmungo e era só contar até dez que um dos dois abriria a porta.

— Papai... — Mairin entrou coçando os olhos — Dorme comigo?

Beijo Lykos sabendo que agora ele estava dividido se iria com Mairin ou se ficava comigo, me levanto do seu colo o vendo levantar junto e logo pegar Mairin no colo que se acomoda no pescoço dele fechando os olhos.

Nunca reclamei quando isso acontece, o que é todo dia, os dois se revezam mais Mairin é a mais apegada ao seu pai, enquanto Enver é com Destin. Volto fechando as portas e apagando as luzes, sabendo que os meus amores vão ficar muito bem depois da minha partida.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora