111. Abusada

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Nas primeiras vezes Mairin vinha sozinha comigo, mas quando ela quase nos jogou precipício a baixo, Enver assumiu a responsabilidade de me trazer e me buscar. Quando questionei o motivo, eles quase me bateram avisando que não precisa observar os pais transando.

Não tinha como negar, até conversávamos, mas isso era somente quando já era hora de ir embora, nunca me senti tão vivo como agora. Até mesmo quando peguei Enver e Destin se beijando conseguiu me irritar.

Mentira, eu corri por uma semana atrás de Destin avisando que seu eu o pegasse eu ia arrancar a pele dele, no final apenas me cansei e voltamos com magia para casa e adivinha quem Enver foi ver primeiro?

Ele foi até Destin, Mairin não se pronunciava sobre o assunto e até mesmo quando Mágissa aparecia ela explicava que estava ocupada, não sei o que ela está escondendo, mas quando ficar pesado sei que vai me procurar e vou estar pronto para acolher e ajudar no que for possível.

As minhas idas na lua cheia me mantiveram ocupado e nem vi o tempo passar, hoje completava treze anos que estava indo ver a minha Roz, treze anos que voltei a viver inteiramente.

Mairin não assumiu nada com Heres, mesmo os dois sabendo que tem uma ligação e quando Roz perguntou ela disse que tinha outras coisas para cuidar, quando ela me abraçou senti que a indireta era para mim.

Antes que apanhasse de Roz avisei que não era minha culpa não, pois estou bem crescidinho, mas isso não convenceu as duas. Como tinha uns dias com Roz, Mairin apenas trocava algumas palavras e voltava antes de encontrar alguém.

— Ela está fugindo de alguém? — Roz me pergunta se acomodando no meu peito, já que estávamos na sala.

— Também tenho essa impressão, mas ela não se abre comigo.

— Isso me preocupa.

— Ela não se abrir? — Roz nega com a cabeça.

— Ser muito parecida comigo, não conta os problemas e sim resolve.

Com a minha presença ali com mais frequência, Roz achou uma boa ideia eu me integrar dos assuntos, como era feito antigamente, Igétis amou a ideia, mas consegui sentir que ele segurava muitos assuntos para ele.

Respeitei, afinal, passei para ele a liderança e estava ali mesmo como seu conselheiro. Me assustei quando abri a porta do escritório encontrando Roz sentada no sofá, Mairin ao seu lado e Enver na portado escritório.

— O que está fazendo aqui? Não tem permissão para entrar nessa casa — a voz de Enver estava tão fria que chegou a me dar medo.

— Olha, eu não quero confusão, estou aqui apenas para satisfazer o cio do alfa, já que a marcada dele não passa de um...

Ela não teve tempo de continuar sua fala, os olhos de Enver e Mairin brilhavam enquanto a coitada se contorcia no chão gritando de dor, olho para Roz que estava de joelhos no sofá apenas assistindo à agonia da loba.

Ver Roz no sofá me fez lembrar quando eles eram crianças e fizeram a mesma coisa, mas desta vez eles não vão parar e sinceramente nem quero. Não era a primeira vez que se insinuavam para mim e tenho certeza que essa será a última.

Quando o corpo da mulher se abre revendo que ela estava queimando de dentro para fora, corro para o lado de Roz por instinto e assim que toco a sua pele percebo que ela está arrepiada.

— Lykos... — ela dava tapas no meu braço e quando seguro a sua mão ela pisou no meu pé, parou apenas quando virei o seu rosto para mim — Esec... igual...

Os dois estavam tão concentrados na mulher que me deixou em alerta, eles não estavam atacando apenas ela e quando me levanto pronto para sair Igétis aparece na porta e quando o seu olhar analisa a cena ele me chama conversar.

— O ataque não foi apenas a ela e antes que venha me acusar eu não sabia...

— Fala de uma vez, eles estão vindo.

— Ela...

— É uma abusada — Mairin passou por nós sumindo logo em seguida.

— O que a minha queria irmã quis dizer é que ela e nem ninguém vai ocupar o lugar da nossa mãe e se precisar vamos matar todos e sim pai — Enver toca no meu ombro me fazendo fechar a boca — Pouco me importa quem seja, se está contra a minha família vai ser exterminado, venho te buscar depois só me ligar.

Com isso ele também sai, Igétis ficou algum tempo ainda pensando no que os dois tinham falado, até que ele resolveu pensar alto e pude entender que tinham lobos novos na alcateia.

Lobos esses que essa mulher que era se dizia ser o calmante dos alfas, não foi somente ela que morreu queimando de dentro para fora, os outros lobos que chegaram com ela também.

Era questão de dias para que todos saibam o que realmente aconteceu e isso me preocupou, pois a informação iria completa revelando que os meus filhos são mais fortes do que todos estavam esperando.

Roz me puxou para dentro enquanto estava perdido nos meus pensamentos e me garantiu que eles estavam bem, nenhum ataque ou perseguição aos dois aconteceu durante anos.

Quando completei meus oitocentos anos não consegui mais ir ver a Roz e como presente de aniversário Mairin me levou de avião e carro quando completei oitocentos e noventa e cinco anos.

Eu sabia que ali seria o nosso último encontro em vida, minha hora tinha realmente chegado e estava em paz e feliz, Mairin que já não saia do meu lado esses últimos anos estava muito mais agarrada, mas conseguia sentir que ela estava em paz.

Um Alfa, Um SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora